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Correio Eletrônico da Rede Estadual de Direitos Humanos - RN

N. 013 – 24/11/03

POVOS INDÍGENAS

Povo Xavante em Mato Grosso está na iminência de conflito

O conflito na terra indígena Mara-Watsédé no município de Alto da Boa Vista, Mato Grosso, cerca de mil quilômetros de Cuiabá, entre o povo Xavante e os invasores da terra indígena, está cada vez mais preocupante. Desde o dia 12 de novembro, a iminência de agravamento do conflito é grande.

Mais de 400 índios estão acampados na estrada que dá acesso a terra. Do outro lado, invasores da terra, armados, impedem a passagem. Apenas uma ponte, que foi derrubada, dividia os dois lados. Ontem, chegaram ao local mais 10 agentes da Polícia Federal, oito já tinham se deslocado na semana passada. O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, também esteve no local para conversar com os índios para evitar agravamento da situação.

Segundo Edson Beirez, administrador da Funai em Goiânia, que está no local, a situação é muito tensa. Durante estes nove dias de acampamento os índios foram constantemente provocados pelos invasores. "Toda a mobilização dos invasores está sendo financiada pela prefeitura. Transporte, comida e bebida, tudo". Beiriz afirma que fazendeiros da região com interesse na terra de 170 mil hectares estão infiltrando seus pistoleiros entre os posseiros para causar mais tumulto. "Dos acampados do outro lado, a maioria não é de posseiro, é de jagunço de fazendeiros. Há muito interesse político e econômico em jogo", disse.

Em contrapartida, as comunidades Xavante da região estão mobilizadas para ajudar. Muitos já se deslocaram para a área. "Minha preocupação é que, com o clima de conflito e a chegada de mais índios, a situação fique sem controle", disse. Os Xavante reivindicam a posse da terra, que já foi homologada, restando apenas uma decisão do juiz da 5ª Vara da Justiça Federal de Cuiabá para efetivar a retirada dos posseiros e o retorno dos índios. Em 2001, a 5ª Vara da Justiça Federal de Cuiabá concedeu uma liminar aos posseiros determinando que continuem no local até o julgamento do mérito do processo.

No último dia 16, o juiz José Pires da Cunha, da 5ª Vara, decidiu uma ação que não atende aos interesses dos índios. Nela, autoriza a entrada na área da Polícia Federal com apenas quatro índios para a fiscalização. "Os índios não aceitam esta decisão. Eles afirmaram que só saem do acampamento se for para entrar na terra. Se o juiz não se posicionar, vão permanecer no local acampados ou vão entrar na marra". Ontem, dia 19, uma outra decisão do juiz determinou que a Polícia Federal faça o desarmamento no local. "Determino que seja realizada pela DPF a constatação da existência de porte ilegal de arma por parte dos ocupantes das terras indígenas, autorizado, para tanto, o ingresso da Polícia Federal nas casas localizadas na área".

Beiriz acredita que desarmar os posseiros é um das soluções para evitar um confronto, "outra solução seria fazer um esgotamento da área retirando quem não é posseiro", disse. O clima é muito tenso e a população da cidade está sendo mobilizada contra os índios, legítimos donos da terra. Para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), desarmar os posseiros é um passo, mas não o decisivo. A terra já foi comprovada como tradicionalmente ocupada pelos índios, haja vista que já está homologada e registrada. Sendo assim, cabe à justiça não só julgar o mérito deste processo, como também garantir a posse e usufruto exclusivo da terra aos índios como garante a Constituição Federal.

Fonte: ADITAL - CIMI (Conselho Indigenista Missionário)

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