Potiguariana
Digital
Experiências
de Educação Popular
De Pé no Chão Também
se Aprende a Ler
Memória Histórica
Potiguar
Djalma
Maranhão - Roteiro Para Uma Bibliografia
Lincoln
Moraes
Professor da Equipe de Ciência
Política do Departamento de Ciências
Sociais da UFRN
“Não
te esquecerei, Natal!
A vocação libertária
do teu povo, ...
Alguns políticos enganando o povo.
Que um dia ganhará a conscientização.”
(Trecho
do poema Evocação de Natal,
Escrito no exílio em Montevidéu)
De
Pé no Chão | 40
Horas de Angicos | Movimento
de Natal |
CEBs no ES | Potiguariana
Uma
vida em muitos tempos
Publicações
de Djalma Maranhão
Estudos
Sobre Djalma Maranhão e a Prefeitura
Popular
Referências
Gerais
Congressos,
Encontros e Seminários
Estudos
e Referências em Elaboração
ou Perspectiva
Destaque
UMA
VIDA EM MUITOS TEMPOS
Incompleta.
E provavelmente por muito tempo. Pelo menos
é o que desejamos em relação
a um bibliografia sobre Djalma Maranhão.
Neste caso é uma virtude, ou seja,
uma figura humana e um político de
sua dimensão sempre será repensado,
reestudado e rediscutido. E (por que não?)
revivido Gostaríamos, portanto, que
uma bibliografia completa e acabada tivesse
o mesmo destino que os esforços de
Sisifo.
Com Djalma Maranhão aconteceu mais
ou menos o que ocorre somente com os grandes:
muito conhecido por alguns, bastante divulgado
e novamente analisado por gerações
subseqüentes. Daí a necessidade
de algumas referências mínimas
sobre ele e uma listagem preliminar de suas
publicações, estudos sobre
o mesmo e a prefeitura popular, rápidas
passagens e indicações, assunto
de congressos, encontros e seminários
e, finalmente, alusões gerais e trabalhos
em elaboração e perspectiva.
Djalma Maranhão nasceu em Natal em
25 de novembro de 1915 e morreu (fisicamente)
em Montevidéu, no Uruguai, em 1971,
onde estava exilado. Durante os seus 56
anos teve uma vida bastante intensa e dinâmica,
envolvendo desde atividades esportivas,
ao jornalismo e a militância política.
Foi deputado estadual, federal, prefeito
nomeado e prefeito eleito. E foi neste última
condição, entretanto, que
ficou mais conhecido e reconhecido, principalmente
na área da educação
e cultura popular. Como ele afirmava na
Mensagem
ao Povo Brasileiro, escrita
no exílio em julho de 1965: “Meu
maior crime foi alfabetizar vinte e cinco
mil crianças.” No momento em
que as estatísticas oficiais apontam
milhões e milhões de analfabetos
no Brasil e quando a chamada universidade
pública sofre uma das mais acirradas
campanha para extingui-la, torna-se inevitável
uma comparação com a prefeitura
popular de Djalma Maranhão.
E
foi exatamente sua dedicação
à Natal que o fez permanecer na memória
da cidade. Da capital do Rio Grande do Norte,
extrapolou para o país sua longa
e diversificada militância política.
Como homem público, terminou sendo,
justamente, um dos patrimônios de
todos aqueles e aquelas que continuam lutando
pela construção de uma sociedade
justa e democrática. Que ele seja
lembrado como realmente foi: um homem de
muitos tempos. E que seu exemplo se fortaleça.
Não como uma simples memória
para ser guardada nas prateleiras de um
tempo finito, mas como uma pessoa e um político
profissional que não se abandonou
seus princípios e convicções,
especialmente num triste momento em que
isto virou moeda corrente e um passaporte
para as malhas e mordomias do poder de Estado.
Na
sua gestão na cidade de Natal Djalma
Maranhão foi abrindo novos caminhos,
sedimentando trilhas passadas, inaugurando
espaços de conquistas e forjando
perspectivas de um mundo novo: dos acampamentos
de palhoças nos bairros populares
à luta pela reforma agrária;
da fiscalização noturna das
obras da prefeitura ao combate de uma situação
que sempre ameaçou ser uma longa
noite; das alegres e descontraídas
festas ao combate frontal ao domínio
do grande capital estrangeiro no Brasil;
da sua simplicidade com as pessoas às
duras críticas aos golpistas de 1964,
seus mandantes e aliados. Não poderia
(ainda bem) ser uma unanimidade, especialmente
numa sociedade onde a diferenciação
social é marcante e a exploração
é vista como natural e eterna. E
a repressão, nos seus mais diversos
aspectos, como castigo merecido para a maioria
da população.
Djalma
Maranhão não negociou com
os golpistas a sua destituição
da prefeitura e preferiu manter-se coerente.
Foi a sua dignidade que o levou a prisões
e ao exílio. E foi este, em Montevidéu,
que o fez padecer de saudades de Natal como
muitos reconhecem. Mas, e aqui uma diferença
essencial com os pequenos: foi a sua postura
que ampliou o seu reconhecimento, plantou
raízes sólidas nesse chão
deserto denominado Brasil e sua vida que
o credenciou a muitas vidas. Por isto, Djalma,
nossa admiração, homenagem
e agradecimentos por continuar vivo. E ...
muitas saudades.
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Referências
Bibliográficas
Publicações de Djalma Maranhão
-
MARANHÃO, Djalma – Cartas
de um exilado. Natal, Clima,
1984.
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MARANHÃO, Djalma – Cascudo
Mestre do Folclore brasileiro.
Natal. Prefeitura Municipal/Fundação
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MARANHÃO, Djalma – O
Brasil e a luta anti-imperalista.
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1960.
-
MARANHÃO, Djalma – Pensamento
Político (discursos parlamentares).
Natal, CERN, 1985.
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Estudos
Sobre Djalma Maranhão e a Prefeitura
Popular
- CÂMARA,
Leonardo Arruda – Homenagem
a Djalma Maranhão: 20 aniversário
de sua morte e 30 de “CAMPANHA DA
LEGALIDADE”. Natal, Assembléia
Legislativa do Rio Grande do Norte, 1991.
(Discurso do deputado Leonardo Arruda
Câmara).
-
DE
PÉ NO CHÃO TAMBÉM
SE APRENDE A LER/Cultura
Popular: tentativa de conceituação
Primeira parte da comunicação
feita no I Encontro Nacional de Alfabetização
e Cultura Popular, realizado em Recife,
de 15 a 21 de setembro de 1963. In FÁVERO,
Osmar (org. ) – Cultura popular
e educação popular: memória
dos anos 60. Rio, Edições
Graal, 1983 (Biblioteca da educação;
v.n. 3)
-
GALVÃO, Mailde Pinto – 1964
– Aconteceu em abril.
Natal, Clima, 1994.
-
GERMANO, José Willington –
Lendo
e aprendendo: “A Campanha de Pé
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agora em 1995.
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na “De Pé no Chão
Também se Aprende a Ler”
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Federal da Paraíba, 1993.
-
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Referências
Gerais
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publicado antes em Estudos Universitário
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Osmar (org.) – Cultura Popular e
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dos anos 60. Rio de Janeiro, Graal, 1983.
(Biblioteca de educação:
v.3). O trabalho foi publicado antes em
Estudos Universitário – Revista
de Cultura da Universidade do Recife,
n.4, abr/jun., 1963).
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PAIVA, Vanilda – Introdução.
In: PAIVA, Vanilda (org.) – Perspectivas
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Rio de Janeiro, Graal, 1986. (Biblioteca
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RESOLUÇÕES DO I ENCONTRO
DE ALFABETIZAÇÃO E CULTURA
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1963. In: FÁVERO, Osmar (org.)
Cultura Popular e educação
popular: memória dos anos 60.
Rio de Janeiro, Graal, 1983. (Biblioteca
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RIBEIRO, Maria Luisa Santos – História
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busca do voto perdido: os meios
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Editora Coojornat, 1982.
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Congressos,
Encontros e Seminários
- ANTAS,
Fátima e BARBOSA, José Clodoaldo
– Quando um governo prioriza
a educação. IV
Semana de Humanidades do CCHLA/UFRN. Natal,
setembro de 1995.
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BARBOSA, José Clodoaldo –
Administração popular
de Djalma Maranhão (Natal –
RN, 1961 – 64). 6º.
Congresso de Iniciação Científica,
UFRN, 1995.
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BARBOSA, José Clodoaldo –
Gestão Djalma Maranhão
(Natal – RN, 1960-64):
um exemplo de administração
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da SBPC. Maranhão, julho de 1995.
-
BARBOSA, José Clodoaldo –
Trajetória política
de Djalma Maranhão: caracteres
contraditórios de um político
de esquerda. IV Semana de Humanidades
do CCHLA/UFRN. Natal, setembro de 1995.
-
GERMANO, José Willington –
De
Pé no Chão Também
se Aprende a Ler. I Congresso
de Sociólogos. Belo Horizonte,
1979.
-
GÓES, Moacyr de – Campanha
de Pé no Chão Também
se Aprende a Ler. 32ª.
Reunião Anual da SBPC. Rio de Janeiro,
1980.
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Estudos e Referências
em Elaboração ou Perspectiva
- GÓES,
Moacyr de – Amor e revolução
em Natal. Romance a ser publicado
brevemente.
-
GÓES, Moacyr de – Cuba,
Recife e Natal. Antigo a ser
publicado este pela revista da Universidade
Federal de Ijuí – RS.
-
MORAES, Lincoln – A esquerda
e os governos populares. Projeto
financiado pelo CNPq com término
previsto para o próximo ano. Como
bolsista e sob a orientação
do prof. Trabalha o estudante José
Clodoaldo Barbosa.
-
MORAES, Lincoln – As prefeituras
populares no Brasil: das tentativas
iniciais do Partido Comunistas a Djalma
Maranhão. Livro em fase final.
-
MORAES, Lincoln e CAVIGNAC, Julie –
Les élections au Rio Grande
do Norte, une histoire de famille(es)?
Artigo com publicação prevista
para este ano na revista Lusotopie, Bordeaux.
-
SPINELLI, Maria da Conceição
Cruz – Educação
no governo Aluízio Alves:
1961-65. Tese de Mestrado a ser apresentada
na Universidade Estadual de Campinas.
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Destaque
Além
do trabalho já referido de José
Willington Germano sobre a prefeitura popular
de Djalma Maranhão, merece destaque
o livro de Moacyr de Góes –
De pé no chão também
se aprende a ler. 1961-64: uma escola democrática.
Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 1980. (Coleção
Educação e Transformação,
volume 3). Foi publicada uma segunda edição
pela Cortez Editora em 1991.
Digitação
e Hipertextos: www.dhnet.org.br
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