
Cidadania
e Direitos Humanos:
Um Sentido Para a Educação
APONTAMENTOS
FINAIS
“O
gênio de J. D. Salinger nos fornece um programa exemplar:
‘-Que
farias, se pudesses modificar o sistema de ensino -perguntou ambiguamente
(...)
‘-Bem,
não estou muito seguro do que faria - disse Teddy. O que sei é que não começaria
com as coisas com que em geral começam as escolas... Creio que primeiro
reuniria todas as crianças e lhes ensinaria a meditar. Trataria de
ensinar-lhes a descobrir quem são e não simplesmente como se chamam e todas
essas coisas... Mas antes, todavia, creio que lhes faria esquecer tudo o que
lhes disseram seus pais e todos os demais.
‘Quero
dizer, ainda que os pais lhes tivessem dito que um elefante é
grande, eu lhes tiraria isso da cabeça. Um elefante é grande só
quando está ao lado de outra coisa, um cachorro ou uma senhora,
por exemplo.
‘(...) Nem sequer
lhes diria que um elefante tem tromba. No máximo, lhes mostraria um elefante,
se tivesse um à mão, mas os deixaria ir até o elefante sabendo tanto dele
como ele deles. O mesmo faria com a grama e todas as demais coisas. Nem sequer
lhes diria que a grama é verde. As cores são só nomes. Se você lhes diz
que a grama é verde, vão começar a esperar que a grama tenha algum aspecto
determinado, o que você disse, ao invés de algum outro que pode ser
igualmente bom e talvez melhor. Não sei.”
Jaime
Barylko, El aprendizaje de la libertad,
citando os “Nove Contos”, de J. D.Salinger (tradução livre)
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