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Olhar sobre Havana
Teotônio Roque


Making Off

     Matéria Publicada no
Jornal  Tribuna do Norte - terça 11 de junho 2000

Isso aqui, ô... ô, é um pouquinho de Cuba
Teotônio Roque prepara livro com imagens
de Cuba durante o funeral de Guevara

Itaércio Porpino Repórter do viver

Depois de um café da manhã reforçado, para agüentar até o cair da noite, começava a caminhada pelas ruas da pequena cidade de Havana, capital de Cuba. Máquina fotográfica à mão, olhar atento a tudo e em meio a milhares de pessoas de várias partes do mundo, o fotojornalista natalense Teotônio Roque, 31 anos, buscava o melhor ângulo, a melhor imagem para documentar o histórico funeral de Che Guevara, que aconteceu em outubro de 1997, 30 anos após seu assassinato na Bolívia.

Sendo o único fotógrafo brasileiro credenciado como repórter fotográfico para cobrir a cerimônia que por três dias parou Cuba, Teotônio aproveitou o livre trânsito e registrou em imagens o cotidiano, as caras, os prédios, a cultura e o povo daquela nação, que como o brasileiro, canta e é feliz, feliz.

Desse material, ele selecionou uma pequena fatia para montar a exposição "Che Vive", que no ano passado ficou em cartaz em Natal, Fortaleza, João Pessoa e no Rio de Janeiro. Agora, o fotógrafo está reunindo algumas dessas e outras inéditas para o seu livro "Olhar Sobre Havana".

O projeto-livro, feito com ajuda da equipe da Flama Editora, já está pronto. Mas o lançamento, que o autor pretende fazer no início do próximo ano como uma contribuição sua para o aniversário de 400 anos de Natal, está dependendo de patrocínio. Os telefones de contato são o 753-2160 e o 984-1607.

A primeira edição, com mil cópias, está orçada em 10 mil reais. Todo em papel couché, trará textos, impressões de Teotônio sobre Cuba em pequenos depoimentos e, claro, fotografias de instantes de um dos mais importantes acontecimentos históricos de Cuba que no Brasil só o fotógrafo natalense capturou. Algumas fotografias foram feitas originalmente coloridas, mas no livro "Olhar Sobre Havana" aparecem em preto e branco.

 

"Eu espero que Natal perceba a importância histórica e jornalística deste fato (de apenas um natalense ter documentado o funeral de Che Guevara) e que possa patrocinar esse livro ímpar", diz Teotônio, que nos 15 dias que passou em Cuba percorreu Havana quase toda a pé.

A primeira impressão que teve foi de que havia voltado no tempo, aportado em uma cidade do interior, entre carros e construções muito antigos, pessoas vestidas com extrema simplicidade e de uma surpreendente alegria.

Das 2 mil e 500 fotografias que fez durante os 15 dias que passou em Havana, ele selecionou 46 para o livro. Através das imagens, retrata o presente, passado e futuro daquele país. O tempo presente está nas fotografias que mostram a cultura, a sociedade e o cotidiano. O passado, na história política, na arquitetura, nos monumentos. E o futuro, nas crianças e na educação.

"Em Cuba não há fome; não existem crianças desnutridas. Todas têm direito à educação. Dos estudantes que concluem o 2º Grau, 95% ingressam na Universidade. Os 5% restantes recebem reforço durante um ano só nas matérias em que têm dificuldades, para depois também entrar", diz Teotônio, que guardou as imagens do funeral de Che Guavara para a última parte do livro.

Duas das fotografias tiveram repercussão nacional. Uma foi publicada na revista Íris - A Revista da Imagem, com 50 anos de circulação, editada em São Paulo; e a outra, na Paparazzi. A admiração e o respeito dos cubanos por Guevara estão traduzidos nas bandeiras empunhadas pelo povo e nas camisetas dos jovens, com o rosto do revolucionário estampada nelas.

"As filas eram quilométricas. Para chegar até onde estavam os restos mortais de Che, passava-se mais de 7h. Seu funeral deixou o país em estado de comoção. Toda a Praça da Revolução foi tomada por visitantes: estrangeiros, cubanos militares. A cidade celebrava, ao mesmo tempo, despedida e reencontro", fala Teotônio, que pôde, enfim, averiguar — e mais que isso — documentar como uma ilha, um país tão pequeno como Cuba estava e continua sobrevivendo e garantindo saúde e educação para todo o seu povo. E como o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos e a derrocada do socialismo no leste europeu não haviam sido suficientes para pôr abaixo aquela experiência socialista.

"Do ponto de vista político, a vida em Cuba é a melhor vida do mundo. Existe alimentação, moradia, saúde, educação, planejamento familiar para todo mundo; crianças e velhos vivendo com dignidade. Se falta tijolo, cimento, giz, é por causa do embargo americano", diz.

As semelhanças de Cuba com o Brasil, este país de profundas desigualdades sociais, estão na alegria do povo e em sua paixão pelo esporte.

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