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Encontro dos Pesquisadores do Ciberespaço

Foto: Henrique José

DECLARAÇÃO DE NATAL

  • Regenerar as cidadanias locais e gerar uma cidadania mundial, para ligar nossas várias terras natais formando uma única Terra Natal: o Ciberespaço – eis nosso objetivo. E eis também as duas faces das redes virtuais: desterritorialização do espaço físico e materialização do imaginário. O Ciberespaço contribui para viabilizar a nossa antiga idéia de uma Utopia Social, de redistribuição de riqueza/saberes/poderes; é a lógica da solidariedade planetária engendrada pela convivialidade das rede telemáticas.
  • Em um passado ainda recente, a unidade mítica das culturas recebeu muitos nomes: ‘inconsciente coletivo’, ‘museu da humanidade’, ‘cérebro planetário’, ‘alma do mundo’, ‘noosfera’, ‘cibionta’. O Ciberespaço, no entanto, não é um espaço imaginário formado por sonhos, mitos e imagens do inconsciente, mas sim uma realidade da qual não podemos ser excluídos.
  • No mundo atual, globalizado sem fronteiras, em que as fábricas migram para onde a matéria-prima e a mão-de-obra são mais baratas e os países ricos não são apenas produtores de bens materiais, mas sim os que produzem bens simbólicos e culturais, que desenvolvem costumes e pesquisas de ponta e lucram com sua comercialização. Assim, a pesquisa científica é ponto estratégico, verdadeiro diferencial entre desenvolvimento real e um crescimento ‘sub-industrializado’, que dá empregos em troca de royalties mas não incentiva a elaboração de tecnologias próprias e de identidades nacionais/regionais. Nesse cenário, a universidade deve desempenhar um papel central como produtora e distribuidora de informação científica e cultural. A escola pode se tornar a instituição mais importante da sociedade: acolhendo e reciclando exércitos de trabalhadores subitamente desqualificados. Mas só a universidade, através da pesquisa, pode descobrir e operar as mudanças necessárias para as reformas sociais contemporâneas. Afinal, ela não é uma mera reprodutora do saber cultural dominante, mas uma instituição produtora de conhecimento científico.
  • Aliás, por definição, a universidade não é lugar da análise do que já existe, simplesmente, e, sim, da construção do futuro, de respostas às necessidades da sociedade. Não é apenas uma instituição de ensino, mas também de pesquisa; um espaço para busca de alternativas para o mundo da produção e para a existência social e individual. A universidade deve atender às necessidades da sociedade através de atividades de extensão e dos cursos de graduação, mas deve também no sentido inverso, inventar tecnologia que desafie os padrões sociais estabelecidos, aperfeiçoando outras instituições. Daí a importância estratégica de sua informatização imediata. É que em uma sociedade completamente informatizada, as instituições de ensino superior, interconectadas pela fibra ótica e pela telefonia digital, devem se firmar como o arquivo central das redes locais, nós de um sistema nervoso global de produção de conhecimento. Quem não investir no saber e na democratização do conhecimento ficará à margem do desenvolvimento no próximo milênio.
  • Conscientes da relevância de suas reivindicações para ultrapassarmos a condição histórica de subdesenvolvimento econômico e tecnológico, os Pesquisadores Brasileiros do Ciberespaço, reunidos durante a 50ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), firmam o presente documento sobre a prioridade do Ciberespaço para a pesquisa e a educação do futuro, alertando as autoridades e a opinião pública para a importância estratégica de investimentos na informatização do ensino superior. Para tanto, sugerimos ao Governo Federal e às Reitorias das diversas universidades brasileiras as seguintes medidas:
  1. Investir na ampliação e no desenvolvimento do projeto da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), permitindo o seu ingresso na Internet2, rede mundial de alta velocidade, exclusiva para instituições de pesquisa e ensino superior. Além disso, a RNP deveria também funcionar como um superprovedor nacional (oferecendo serviços de e-mail, intranets setoriais na Web, e chat’s para vídeo conferências em tempo real), dando acesso gratuito (ou a custo local) às redes municipais e estaduais de ensino e as ONG’s credenciadas.
  2. Estudar apossibilidade da criação de bancos de dados setoriais por área de conhecimento (matemática, geografia, medicina, etc), permitindo, assim, a centralização e a atualização constante de dados para pesquisa científica em cada área. Todo estudante brasileiro deve, mediante credenciamento e senha a um determinado nível de acesso, ter garantido a possibilidade de pesquisar nesses bancos setoriais gratuitamente.
  3. Equipar cada universidades com um modelo padrão de Laboratório Digital para Pesquisa Interdisciplinar, interligado permanentemente por via ótica, estabelecendo assim uma Rede Nacional de Comunicação. Esta segunda rede seria gerenciada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e teria como função principal a coordenação dos bancos de dados setoriais, intranets e outros mecanismos de comunicação, promovendo o intercâmbio universitário de forma a coordenar cursos de pós-graduação à distância e editar revistas eletrônicas e de impressão descentralizada específicas para diferentes áreas.
  4. Mais do que informatizar o ensino superior, o que precisamos é de instrumentos de discussão, atualização, divulgação e, sobretudo, de valorização da pesquisa científica no Ciberespaço. Tais medidas, no entanto, não seriam apenas o ponto de partida para construção de uma nova relação do ensino superior com a pesquisa científica, mais também de uma nova relação entre as universidades e a sociedade brasileira.

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