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Medalha
CHICO MENDES
de Resistência/97

Criado em 1989 pelo Grupo Tortura Nunca Mais/RJ para agraciar anualmente os que tombaram ou se destacaram na luta contra a ditadura militar, a tortura e a impunidade, nas lutas populares de resistência, na defesa dos Direitos Humanos, do direito dos povos e na luta contra a violência urbana ou rural.

O nome de Chico Mendes, símbolo nacional e internacional das lutas em defesa do povo brasileiro, foi o escolhido para nomear a medalha.

Uma comissão, composta por um representante de cada entidade participante, fez a seleção dos nomes indicados para a homenagem. Atualmente as entidades que compõem a comissão são as seguintes: Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, Articulação do Solo Urbano, OAB-RJ, Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Comissão Pastoral da Terra/RJ e ImaAgens da Terra.

A solenidade da Medalha Chico Mendes de Resistência tem se realizado há nove anos, como forma a impedir que nos esqueçamos dos anos de arbítrio e de violações dos direitos humanos bem como ressaltar as iniciativas dos que levantaram e ainda levantam a voz contra a opressão e a injustiça. Este ano, como nos anteriores, realizar-se-á no Clube de Engenharia, que nos tem dado todo o apoio para a realização do evento e os homenageados são:

CENTRO DE DIREITOS HUMANOS E MEMÓRIA POPULAR (CDHMP)

Fundado em 02 de dezembro de 1986, originou-se da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Natal, no Rio Grande do Norte.

Organização não-governamental, sem fins lucrativos cujos objetivos básicos são: “promover, defender e difundir os Direitos Humanos em todos os níveis; lutar pela implantação de políticas que respeitem o direito à vida e o interesse de toda a sociedade, sem prejuízo das classes empobrecidas e excluídas; defender, em articulação com outras entidades da sociedade civil, a propagação de uma educação comunitária, jurídica e política, visando conscientizar o povo de sua cidadania”.

O CDHMP é responsável por ações na área de políticas públicas, de justiça e segurança e pesquisas e informações através do Banco de Dados sobre Violência criminalizada.

Atua também nas áreas de educação e cultura e desenvolve ações educativas na comunidade do bairro popular da cidade da Esperança.

ARGENTINOS EXCLUÍDOS DA LEI 9.140/95

Horácio Domingo Campiglia, Lorenzo Ismael Vinãs e Mônica Suzana Pinus de Binstock, militantes peronistas, iniciam sua luta na década de 70 junto à Juventude Peronista e à Organização Montoneros. Todos experimentam o exílio após o Golpe e a instalação da Ditadura Militar em 1976 e, por caminhos e maneiras diferentes, chegam ao Brasil e desaparecem.

Horácio Campiglia e Suzana Binstock viajavam do Panamá para o Brasil. O avião da VARIG chegou ao aeroporto do Galeão, rio de Janeiro, a 12 de março de 1980, sendo a partir de então o paradeiro dos dois desconhecido.

Lorenzo Vinãs, após regressar clandestinamente à Argentina em junho de 1979, desaparece em Paso de los Libres, UruguaiaAna, Brasil, em 26 de junho de 1980, quando viajava para o Rio de Janeiro. É levado para um campo de concentração (Campo de Mayo) onde é barbaramente torturado e posteriormente executado pelo exército em setembro do mesmo ano.

ERNESTO ‘CHE' GUEVARA

referência Internacional da Luta Revolucionária deste século, Ernesto ‘Che’ Guevara foi comandante guerrilheiro em Sierra Maestra levando à frente o combate do povo cubano contra a ditadura de Batista. Após a vitoriosa revolução de 1959, assume o ministério da Indústria de Cuba. Em 1965, após a conferência de Argel da qual participa, deixa os cargos do governo cubano para espalhar a guerrilha no mundo e, em especial, na América Latina, levando à prática o internacionalismo proletário. Em novembro de 1966, o ‘Che’ chega à Bolívia e assume o comando da guerrilha. É assassinado pelo exército boliviano há 30 anos, no dia 8 de outubro de 1967.

Em carta a seus pais autodefiniu-se: “Muitos dirão que sou um aventureiro, e sou de fato, só que um tanto diferente, sou daqueles que arriscam a vida para demonstrar suas verdades”.

JAIME WRIGHT

O REVERENDO Jaime Wright nasceu em Curitiba em 12 de julho de 1927. É irmão de Paulo Wright, desaparecido político desde 1973. Tem se destacado como pastor, educador, administrador, jornalista, executivo nas horas áreas de relações ecumênicas e direitos humanos.

Foi fundador, organizador e coordenador de uma série de entidades, dentre as quais destacam-se a Coordenadoria Ecumênica do serviço (CESE), o Comitê de Defesa dos Direitos Humanos nos países do Cone Sul, o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, o Movimento Justiça e libertação, a Pastoral de consolação e Solidariedade do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) e do serviço Paz e Justiça na América Latina (SERPAJ).

Trabalhou intensamente, a partir de 1979, no Projeto Brasil: Nunca Mais. Embora formalmente concluído em 1985, a publicação dos doze volumes da “enciclopédia”, o projeto ainda é informalmente coordenado pelo Revolução. Wright, que colabora com informações quando solicitado.

Das homenagens recebidas podem ser citadas a de Cidadão Honorário das Cidades de Belo Horizonte (1986) e Vitória (1993) e o título de Doutor Honores Causa concedido por algumas universidades americanas.

Atualmente exerce a presidência da fundação Samuel, na Acidade de São Paulo.

JOÃO LUIZ DE MORAES

Militar reformado, professor, pai da militante política Sônia Maria de Moraes Angel Jones, assassinada em 1973 pelos órgãos de repressão. Moraes passou 18 anos lutando tenazmente à procura do corpo da filha, finalmente encontrado no cemitério Dom Bosco, em Perus-SP, e, ao mesmo tempo, querendo responsabilizar o governo por sua tortura e morte.

Em 1985, Moraes e sua esposa, Cléa, começaram a participar do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, criado neste mesmo ano, do qual foi presidente de 1990 a 1992.

A fim de denunciar a morte de Sônia, lança, em outubro de 1985, o vídeo-documentário “Sônia Morta e Viva” de Sérgio Waismann. Na busca da História “não-oficial” da filha, Moraes aproveita todas as oportunidades, seja nas faculdades onde o documentário é projetado, ou qualquer convidado a participar de entrevistas no rádio e televisão ou prestar depoimentos, para fazer sua denúncia publicamente.

Em março de 1994, neste espírito, lança o livro “O Calvário de Sônia Angel – Uma História de Terror nos Porões da Ditadura”, logo apreendido pela justiça do Rio de Janeiro a peAdido do Brigadeiro reformado da aeronáutica, João Paulo Moreira Burnier, o responsável pela morte de Stuart Edgar Angel Jones, genro de Moraes. Um ano depois a liminar é cassada.

Vítima de uma hepatite C, que o deixara enfermo nove meses, Moraes morre a 07 de novembro de 1995.

A 08 de fevereiro de 1996, a Comissão Especial de Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça reconhece Sônia Maria de Moraes Angel Jones como tendo em morrido em instalações policiais do governo.

JOEL VASCONCELOS SANTOS

Baiano de Nazaré, no Recôncavo, nascido em agosto de 1949, sempre demonstrou espírito contestador. Trabalhando inicialmente como sapateiro, começa a desenvolver interesses de ordem política através da mãe, a líder sindical Elza Joana dos Santos.

Em 1966 vem para o Rio de Janeiro e estuda contabilidade na Escola Técnica de Comércio. A partir de 1970 torna-se dirigente da associação Metropolitana de Estudantes Secundaristas (AMES) e, posteriormente, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Nesta época organiza-se na União da Juventude Patriótica (UJP) vinculada organicamente ao PcdoB.

A

Joel Vasconcelos Santos foi preso em companhia de Antônio Carlos de Oliveira nas imediações do Morro do Borel, Rio de Janeiro, em 15 de março de 1971, o que é confirmado por documento da Polícia Militar do Estado da Guanabara, constante do Arquivo DOPS/RJ. Ainda assim, o fato dele ter sido preso é sistematicamente negado, sendo seu paradeiro desde então desconhecido.

JORNALISTAS RESPONSÁVEIS PELA GUERRILHA DO ARAGUAIA

O conjunto de matérias publicadas no jornal “O Globo” foi fruto do trabalho de cinco jornalistas: Adriana Barsotti, Amauri Ribeiro Júnior, Aziz Ahmed, Cid Benjamim e Consuelo Diegues. Pela primeira vez um jornal de grande circulação mostrou a existência da Guerrilha do Araguaia, que sempre foi negada, oficialmente, pelo exército e pelos governos militares. Daí a importância do trabalho desses quatro jornalistas que trouxeram para o grande público fatos que as entidades de direitos humanos e os familiares de mortos e desaparecidos políticos sempre propalaram.

LEONARDO BOFF

Nascido em Concórdia, (SÉCULO), tornouA-se franciscano em 1959 e desenvolveu estudos superiores em Teologia em Curitiba, Petrópolis e Munique (Alemanha), sendo professor de Teologia por 22 anos em Petrópolis.

Ajudou a formular a Teologia da Libertação, apoiou a formação da centros de defesa de direitos humanos em várias cidades, especialmente em Petrópolis, do qual é Presidente Honorário. Colaborou com a Fundação do Movimento Nacional dos Direitos Humanos e no avanço da concepção dos Direitos Humanos, que lhe valeu em 1992 o Prêmio Nacional dos Direitos/1991, dentre outros.

Em função de suas convicções a Santa Sé determina para o Frei Leonardo Boff um ano de ‘silêncio obsequioso’.

Em 1992 deixou o Ministério Institucional desligando-se da Ordem Franciscana. Atualmente Leonardo Boff é professor de Ética na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e assessor das C.E.Bs.

LYDA MONTEIRO DA SILVA

Vítima de ato terrorista, morre no próprio local de trabalho, a sede do Conselho Federal da OAB, a 27 de agosto de 1980. O atentado contra a presidência da OAB – Conselho Federal encerra de maneira trágica a carreira de 43 anos de Lyda.

Dotada de grande sensibilidade, acurado senso de humor, aguda percepção para os fatos do cotidiano e com a redação primorosa, brindava seus familiares e amigos mais íntimos com textos amenos alegres ou comoventes a que determinou “GRATUJAS”.

Embora Lyda fosse a caçula da família e sem problemas de saúde, acreditava que não viveria muito e afirmava que não teria nenhum receio de enfrentar o inevitável. Em curto texto de “GRATUJAS” escreveu num estranho presságio:

“Morrer... porém, quando?

Que eu não faça vergonha na hora de partir...”

MOVIMENTO CAMPONÊS CORUMBIARA

No massacre de Corumbiara, ocorrido a 09 de agosto de 1995, durante a ocupação da Fazenda Santa Elina, em Rondônia, foram mortas 12 pessoas (9 trabalhadores, uma criança de 9 anos e 2 policiais). Logo em seguida morreram outros 23 trabalhadores sem-terra em conseqüência das agressões sofridas. A Polícia Militar de Rondônia, ao lado de jagunçAos contratados por latifundiários da região, das quais se destaca o Sr. Antenor Duarte do Valle, foram os responsáveis por este triste episódio, demonstrando requintes de crueldade tanto no assassinato quanto na prática de torturas a mais de 400 pessoas.

Na primeira audiência do processo para apurar as responsabilidades pelo massacre, o Ministério Público chamou a depor como testemunhas quatro camponeses: Adelino Ramos, Cícero Pereira Leite Neto, Claudemir Gilberto Ramos e José Fernando Silva. Contudo, estas testemunhas foram presas e estão sendo processadas, passando de vítimas a réus, ao lado dos policiais e dos jagunços que levaram a cabo o Massacre.

Em fevereiro de 1996, no I Encontro Estadual de Luta pela Terra, foi fundado o Movimento Camponês Corumbiara (MCC). O MCC, apesar de todas as dificuldades que tem encontrado continua na luta pela terra, pela justiça, pelo fim do latifúndio e contra a violência no campo.

GTMN – nº 23 – abril de 1997 (Pág. 05 e 06)

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