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Militantes Reprimidos no Rio Grande do Norte
Raimundo Ubirajara de Macedo

Livros e Publicações

... e lá fora se falava em liberdade
Ubirajara Macedo, Sebo Vermelho 2001

As turmas de Macau e de Areia Branca

Na madrugada de dia 10 estavam chegando líderes salineiros da simpática cidade de Macau, com alguns deles tidos pelos donos do golpe como de alta periculosidade, somente porque lideravam companheiros de profissão, como sejam barcaceiros, salineiros, estivadores, fiscais de carga, enfim, pessoas que trabalhavam na área marítima que, na época, representava a vida econômica das cidades de Macau e Areia Branca. Dentre eles, o deputado estadual Floriano Bezerra, homem de bem que sempre esteve ao lado dos trabalhadores de sua terra. Floriano, calmo, tranquilo, de poucas palavras, mas de muita coragem e de um patriotismo acentuado, foi torturado e por muito pouco escapou para contar a história.

Ainda de Macau, o irreverente Francisco Mariano, que pouco antes de rebentar o golpe, tinha exercido o cargo de Superintendente do Instituto dos Marítimos no Rio Grande do Norte. Chico Guanabara, como também era conhecido, situava-se entre aqueles que não se apertavam muito, dado seu espírito brincalhão e com a maneira de encarar as coisas ruins com humor e muita gozação. Chico hoje não se encontra mais entre nós, tendo falecido em Macau anos depois. Chicão, outro líder macauense já era diferente de Mariano, pois era caladão e sofria muito com a situação em que se encontrava. Em certos momentos, se concentrava e, muitas vezes, enchia os olhos de lágrimas com saudade da mulher e dos filhos, arrebatado pelo regime que ora se instalara no Brasil com o beneplácito do Departamento de Estado da grande nação do Norte...

Também de Macau, recordo-me de Ivo Ferreira dos Santos, cunhado de Floriano Bezerra, que viria posteriormente a se formar em Direito, era um estudioso das causas sociais e batalhava naquela cidade por dias melhores para a população. Ivo fez concurso para o Departamento Regional do Trabalho, ocupando um cargo digno de sua formação e hoje está aposentado, residindo em Natal. Evaristo Lopes de Souza, também de Macau, do Sindicato dos Conferentes, era um líder nato, com muita influência na categoria.

De Areia Branca, Antonio Silvério, destituído na época da presidência do Sindicato dos Conferentes, muito bem humorado e poeta era dos mais tranquilos. José Barbalho, com dupla liderança em Areia Branca e Macau, era polêmico e não se conformava com o que estava acontecendo, e perguntava: “O que diabo estou fazendo aqui?”. Aldenor Cândido, também sindicalista, foi à bruta força arrancado do Sindicato em que era líder, por ser um elemento muito “perigoso” para o regime. Aldenor é pai do jornalista Carlos de Souza, meu amigo e com que trabalhei no Diário de Natal.

Para terminar o ligeiro perfil do pessoal das salinas, preso por ser “perigoso” lembro ainda Joaquim Xavier de Souza, presidente na época do Comando Estadual de Trabalhadores, com base em Macau. Este, calmo e tranquilo, era outro que ria muito das sandices dos nossos “guardiões”, mas com sabedoria e a experiência de um verdadeiro líder, acalmava a todos, continuando sempre bem humorado, dentro de uma simplicidade digna e honrada.

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