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Textos

Aldemir Lemos, um lutador do povo
Lucia Irene Reali Lemos

Hoje, estou aqui com uma missão: deixar um recado para uma pessoa muito especial e que me é muito cara, muito. Para quem eu tenho um apreço enorme, o nosso querido Aldemir Lemos, meu primo.

Não poderia deixar de dizer algumas palavras nesse dia em que estão prestando homenagens à sua pessoa e criando o Instituto de Estudos Políticos que leva o nome de meu pai. É uma honra pra mim, mas eu confesso: tá sendo difícil segurar a emoção e encontrar palavras que definam Aldemir, a grandeza, a tua grandeza como homem.

Aldemir é sobrinho, mas foi mais que isso para meu pai, Rubens Lemos – o seu tio caçula.

Aldemir foi irmão, filho, conselheiro, amigo e companheiro. Os dois, salvo engano, tinham quase a mesma idade e total cumplicidade e lealdade na vida e na luta revolucionária.

Eu duvido que tenha alguém que conheça mais que ele, os segredos mais íntimos e os pecados mais puros de meu pai. Aldemir e meu pai Rubens como todos sabem, eram "unha e carne", ou melhor, dizer, ele era a unha e meu pai a carne, ambos se completavam e se jogavam de corpo e alma, despidos de todas as vaidades em favor das bandeiras libertárias, revolucionárias e socialistas.

Eu sempre digo que um dos sentidos da vida é quando a gente consegue ajudar a transformar a sociedade, o local, o meio, o mundo onde a gente vive, deixando um legado para as futuras gerações...

Infelizmente meu pai já não se encontra fisicamente conosco, mas tenho certeza, ele ainda é vivo entre nós, e deixou um legado bonito, bacana para as futuras gerações, para essa moçada aí, que está começando a entender o que é um projeto de país. E você meu primo é essa CHAMA e que não deixa que se apague a história construída por vocês dois e por tantos outros que já se foram e que hoje nossa família Lemos, (quase que na sua totalidade de esquerda) conta, vai contando e o amigo Roberto Monte com esse projeto belíssimo das causas e das lutas populares do Rio Grande do Norte tem preservado para que isso seja sistematicamente socializado, educando e formando pessoas.

Então, meu querido e amado primo Aldemir Lemos, você é a memória viva da esquerda, enfrentou a polícia e a política econômica da ditadura quando esta era claramente contrária aos anseios das trabalhadoras e trabalhadores do Rio Grande do Norte, você enquanto sindicalista e militante de esquerda sempre teve uma firme e combativa atitude de oposição e muito se doou como um lutador do povo na perspectiva da construção de uma sociedade socialista, combatendo as mazelas do capitalismo no campo e na cidade, como foi a tua caminhada e que a gente conhece muito bem e da qual, muitos de nós, da sua geração, e posterior a sua geração, fez parte e conheceu.

Você lutou pela democracia em nosso país, (sabe o que é isso?!!), você lutou pela democracia em nosso país, lutou contra a ditadura militar, você perseguiu o sonho de um projeto popular, construiu “pontes” para que muitos hoje consigam enfrentar as perversas barreiras das desigualdades lutando por seus direitos, sejam eles sociais, trabalhistas, econômicos e culturais, enfim. E ainda continua nos ensinando e deixando a lições de que uma sociedade, isso eu prezo muito no teu ensinar, de que uma sociedade só será verdadeiramente mais justa, fraterna e igualitária quando garantirmos a todo o povo: terra, moradia, saúde, educação, trabalho e pão.

Então, meu querido Aldemir, eu espero não morrer sem poder um dia te dar o meu abraço de “muito, muito, muito obrigada”! Muito Obrigada por você ter me ensinado tudo o que hoje eu sei de vida e luta, tudo o que hoje eu entendo de país, tudo o que hoje eu entendo de moralidade, de ética, de transparência, de dignidade, eu devo a você meu caro. Você e meu pai são meus
referenciais. Você foi testemunha das alegrias e das dores vividas por meu pai, por minha mãe, pelos meus irmãos, por mim...num período nefasto da política brasileira.

Você me carregou no colo! Como que eu não posso, como que eu não posso te amar? Como que eu vou deixar de te respeitar?Eu te admiro muito meu querido primo, eu te tenho como um grande, como um grande ser humano. Eu sempre digo para os meus filhos: Ora, se a ditadura nos separou, mas a luta nos juntou. Hoje somos companheiros na mesma causa: - a luta por justiça e igualdade social. Isso não é pouca coisa, meu caro e bom companheiro!

És exemplo e fonte de inspiração para muitas e muitos, de que os valores éticos não podem desaparecer da política. E você é o exemplo dessa ética na política. Eu tenho, sinceramente, eu tenho o maior orgulho de seguir os princípios que regeram toda a tua trajetória de vida e luta, e de militância socialista revolucionária.

Velho, sinceramente, recebe aí ó, toda a minha gratidão, o meu respeito, o meu carinho e a minha admiração.

Eu vou ficar aqui ó, torcendo , torcendo muito para que o tempo te dê ainda muitos e muitos anos pra viver, porque eu ainda quero levar quero levar meus netos aí te abraçar e pra você abraçar. Porque isso é a vida. Isso é a vida, é essa troca de experiência, é essa troca de respeito mútuo.

Eu vou ficar aqui contando os dias pra que a gente possa nos encontrar novamente. Fica aí com essa gente legal que está te dando uma baita homenagem, como dizia meu pai ó:- “não me mandem flores quando eu já não mais puder sentir o perfume delas.” Então essa iniciativa de te homenagear em vida, é isso cara, é isso mesmo. Você merece todas, todas as homenagens que o Rio Grande do Norte e o Brasil puderem te dar.

Beijo meu primo, um beijo dessa prima que te ama, Lucinha.

Lucia Irene Reali Lemos, primeira filha de Rubens Lemos

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