3.
SECRETARIA DE FORMAÇÃO - 1990191
3.1.
Constatações do Programa Nacional aprovado em 1988189
A
Secretaria de Formação foi criada como decorrência de um
trabalho desenvolvido sobre a questão. Pela prática de alguns
Centros, Regionais e Comissão Nacional de Formação, aprovada
pela Assembléia Nacional de 1989.
O
Programa Nacional de Formação foi aprovado, publicado e entregue
a todos os Centros do país, sob duas formas: o texto em xerox, em
l989~ e em 1990, na publicação do MNDH: Coleção Direitos
Humanos - 1. Formação em Direitos Humanos, O que é? - D.H.:
Teoria ou Prática? O que é?
Partindo
desses fatos, a Secretaria de Formação, ao fazer contatos com
Centros e Regionais, constatou que muitos militantes conheciam o
programa nacional e muitos outros o tinham em seus arquivos ou
biblioteca. Conversando, deu para perceber que a corrida e o pouco
tempo destinado ao estudo fizeram com que não tivesse sido lido.
Assim, produzimos um texto síntese (anexo 1), que foi entregue
aos regionais e aos participantes do Seminário Nacional de
Comunicação, Formação e Violência, realizado em julho de
1990, em Brasília, com o objetivo de estimular o início do
estudo do Programa.
3.2.
Seminário Nacional dos programas — 1990
Nesse
Seminário foram feitas propostas de linhas de trabalho e
atividades para a Secretaria Nacional, os Regionais e Centros,
para o período
1990/91.
3.2.1. Concepção
do Programa de Formação
A Formação
é um programa que tem o papel de contribuir na interligação dos
demais programas, segundo proposta do Sul II. A formação não
é um fim em si, mas um meio de enfrentar com mais eficiência e
eficácia a violência existente.
A
formação tem um caráter próprio: capacitar militantes na relação,
com as exigências da práxis, no contexto histórico. Por isso, não
existe formação interna e formação externa. Essa dicotomia
expressa a contradição com a metodologia escolhida. Na práxis,
o fazer adquire significado na relação, e a relação dos
Direitos Humanos não é conosco mesmo, mas com a transformação
social. A formação, nessa metodologia, se faz no processo.
A
formação é, pois, um recomeçar, uni recriar a história,
refazer a história coletivamente. E, nessa perspectiva, uma exigência
histórica. A história da formação no Movimento dos Direitos
Humanos tem origens e necessidades diversificadas. Cada Regional,
cada Estado, cada Centro tem suas particularidades, suas
possibilidades e suas iniciativas em formação. Construir uma
linha histórica comum de norte a sul, de leste a oeste, é um
desafio no processo histórico. A cada raio construído e
associado ao eixo, é preciso trabalhar na construção de outro
raio, para novas relações com o eixo e os outros raios...
O
eixo são os desafios que as diferentes formas de relações
violentas nos trazem ao MNDH.
Os
raios são os meios de superação desses desafios. A formação
é um meio; e a metodologia da práxis foi a forma escolhida para
utilização desse meio, na construção da transformação, que
é histórica.
No
Seminário Nacional realizado em Brasília, julho de 1990, foram
também explicitadas:.
3.2.2. Características
dos Regionais
O
Regional Nordeste estava desenvolvendo um programa de formação
em três anos, tendo feito pesquisa regional.
O
Sul II organizou um programa para 90/91, tendo prioridade na formação
por Estado e Centros.
O
Leste 1 tinha comissões de formação desde 1989.
A
maioria dos regionais tinha comissões, por ocasião desse Seminário
Nacional: Norte 1, Norte II, Nordeste, Centro-Oeste, Leste 1, Sul
1 e Sul II.
A
ação efetiva das comissões regionais, como desencadeadoras e
executoras de um trabalho de formação, no regional, foi possível,
mas de maneira diversificada. Isto é, o programa de trabalho,
para cada um, foi próprio no conteúdo e no ritmo de execução.
Variou segundo os limites, possibilidades, prioridades, organização,
liberados... O contexto econômico criado pela retenção de
verbas do Plano Collor 1 inviabilizou e/ou limitou as atividades
de formação, em nível nacional.
3.2.3. Propostas
para a Secretaria Nacional, Comissão Nacional e Regional
Objetivo
90191: Promover e apoiar um processo de formação integral, a
partir das situações dos Regionais, considerando os programas de
violência e de comunicação.
Metodologia:
Trabalhar a formação a partir do cotidiano, da prática
constante das pessoas, na sua explicitação e construção de
uma nova prática, respeitando sempre o processo vivenciado em
cada regional.
Agentes:
Comissão
Regional, Nacional e Secretaria de Formação.
Atividades
básicas:
-
Pesquisa nacional que caracterize os Centros de DH, os Regionais e
o Movimento Nacional, e possibilite uma análise e avaliação da
luta pelos direitos humanos, no país.
-
Intercâmbio através da troca de experiências sistematizadas
em: subsídios, material produzido...
-
Visitas aos Regionais.
-
Reunião da Comissão Nacional, para avaliar o trabalho
desenvolvido até o final de 1990.
-
Seminário Nacional em julho de 1991.
Observação:
Ao término do Seminário, não foi possível obter a
lista completa das comissões regionais e o representante da
Comissão Nacional do programa de formação, pois estava havendo
mudanças de nomes, apesar das comissões regionais terem sido
criadas em sete regionais. No segundo semestre de 1990, houve também
troca de representantes dos regionais no Nacional e não
obtivemos da Secretaria Nacional e de alguns regionais a lista
completa.
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