Violência
Contra Mulher
“Aquelas que
deveriam ser as paredes protetoras do lar atuam como muros do
medo. A vítima não vê saída, mesmo que tenha a chave da
porta!”
Uma característica
da nossa civilização é considerar a família (e
consequentemente o espaço doméstico) como um lugar aconchegante,
acolhedor, espaço para a construção primária da identidade dos
indivíduos, para o atendimento das necessidades básicas sejam
elas materiais ou afetivas, enfim, um espaço de liberdade,
cumplicidade, serenidade e diversão!
Infelizmente, as
estatísticas vêem demonstrando que, para muitos, diferentemente
deste refúgio ideal, a casa vem se constituindo um espaço de
conflitos, tensões, negociações cotidianas, disputas de poder e
de lutas, as vezes, amistosas, dissimuladas, e, muitas vezes,
violentas, muito violentas.
Nós, homens e
mulheres, somos educados e estimulados (inclusive pela televisão)
a buscarmos: prestigio, amor, saúde, dinheiro (quanto mais
dinheiro melhor!), distinção, sucesso e bem-estar material. Porém,
o sistema capitalista não consegue atender as necessidades de
todos (inclusive dos ricos, pois sempre haverá alguém mais rico
e mais poderoso) e, a cruel realidade, frequentemente, nos sujeita
a: submissões, frustrações, fracassos, opressões e
precariedades.
A violência de
um modo geral e a violência doméstica de modo particular,
alimenta-se destas frustrações de sonhos desfeitos e objetivos
de vida não realizados.
Quando pensamos
em violência, pensamos no espaço da rua, tanto que enchemos
nossas casas de grades e muros, no entanto, para muitas mulheres,
o espaço doméstico tem se constituído no local privilegiado
para maus-tratos, físicos e psicológicos, abusos físicos/sexuais
e outras formas de violências.
Vejamos alguns
dados:
O Banco Mundial
estima que uma em cada cinco faltas ao trabalho por mulheres,
decorre da violência doméstica.
230/o
das mulheres brasileiras estão sujeitas a violência doméstica.
410/o
dos homens que espancam suas parceiras, também são violentos com
as crianças da casa.
No Rio de
janeiro, a cada hora existem 7 mulheres em situação de violência
doméstica. Em Rio Branco, temos os seguintes dados coletados com
a Secretaria de Segurança Pública e divulgados pela cartilha
“Violência Contra a Mulher” editada pelo Centro de Direitos
Humanos e Educação Popular (CDHEP):
·
Relação amorosas e sexual
49%
·
Relação familiar
16%
·
Relação trabalho e estudo
02%
·
Relação de amizade
15%
·
Desconhecidos
18%
Segundo dados
mundiais, o risco de uma mulher ser agredida em sua própria casa,
pelo marido, ex-marido, namorado ou companheiro, é 9 (nove!)
vezes maior do que ser agredida na rua.
Se você tem dúvidas
se existe violência na relação com seu (sua) parceiro (a),
confira:
- Você, às
vezes, se sente amedrontada (o) por atitudes inesperadas de seu
(sua) parceiros (a)?
- Tem medo de
discordar dele (a)?
- Pede,
constantemente, desculpas pelo comportamento dele (a)
especialmente quando ele (a) a (o) maltrata?
·
Tem medo de romper a relação devido às ameaças que ele (a) faz
contra você ou contra ele (a) mesmo (a)?
·
Você precisa sempre se justificar para evitar brigas e
aborrecimentos?
·
Evita situações familiares ou sociais por ter medo de
atitudes que ele (a) possa vir a ter?
·
É forçada (o) a ter relação sexual ou a praticar atos
sexuais contra a sua vontade?
·
Sente-se vigiada (o) e aprisionada (o)?
Se a resposta for
sim à algumas dessas questões. melhor avaliar o relacionamento e
buscar apoio profissional1 a violência existe e pode
se intensificar.
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