
Glossário
Apartheid: política
estabelecida na África do Sul até 1991, baseada no desenvolvimento
separado das raças. Esse regime foi condenado por todos os países
membros da ONU, que votou, contra ele, um embargo sobre as armas em 1977
e, a partir de 1985, sanções econômicas em diversas ocasiões.
Carta: em
direito internacional,
escrito solene destinado a consignar os direitos ou a enunciar grandes
princípios. Assim como um tratado, uma carta tem um valor impositivo.
Crimes de guerra: crimes
cometidos durante uma guerra em violação das convenções
internacionais destinadas a proteger as populações civis e os
prisioneiros de guerra. Esses crimes são “ prescritíveis ”,
portanto não podem ser passíveis de perseguição mais de vinte anos
depois de terem sido perpetrados.
Crimes de genocídio: a
Convenção de 9 dezembro de 1948 sobre a “ prevenção e a repressão
do crime de genocídio ” define-o como um “
conjunto de atos cometidos com a intenção de destruir, totalmente ou
em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso ” por
causa mesmo de sua identidade.
Foi para marcar seu caráter inaceitável que ele foi
assimilado a um crime contra a humanidade e portanto declarado
imprescritível.
Crimes contra a humanidade: nascido
em 1915, depois do genocídio dos armênios pelos turcos, esse conceito
será definido em 1945 com a instauração do Tribunal Militar
Internacional de Nuremberg: “ Crimes
visando o assassinato, o extermínio, a escravidão, a deportação e
qualquer outro ato humano cometido contra todas as populações civis
antes ou durante a guerra; ou perseguições por motivos políticos,
raciais ou religiosos... ” Esses crimes são imprescritíveis.
Declaração: texto
solene proclamando princípios de grande importância e de valor
duradouro. Embora não tenha força jurídica impositiva, ele pode
exercer uma influência como fonte de direito unanimemente reconhecida,
como a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948.
Direitos civis e políticos: primeira
geração dos direitos humanos elaborada nos séculos XVII e XVIII, que
visam defender a liberdade individual contra o poder do Estado:
igualdade perante a lei, segurança, proteção contra o arbítrio,
propriedade, liberdade de consciência, de expressão e de opinião...
Também chamados de “direitos liberdades”.
Direitos econômicos, sociais e
culturais: segunda
geração dos direitos humanos, que exigem prestação de serviços do
Estado e foram assim qualificados de “direitos créditos”: direito
ao trabalho, à educação, à saúde, a um mínimo de bem-estar
material, à cultura...
Depois
de terem estado em oposição (crítica do “formalismo” dos direitos
liberdades pelo marxismo, recusa por parte dos liberais de reconhecer
como fundamentais os direitos créditos), essas duas categorias de
direitos são hoje geralmente consideradas como indissociáveis.
Estado de direito:
Estado no qual o indivíduo goza do pleno exercício
de suas liberdades fundamentais e direitos civis, e onde as garantias
necessárias a seu respeito são asseguradas.
Homem:
"Apesar
de representar uma evidência, esta precisão não é inútil: o homem
é o ser humano. O francês, que emprega a mesma palavra para o ser
humano e para o macho autoriza um equívoco. Os direitos do homem, bem
entendido, são comuns a um e outro sexos. É oportuno lembrá-lo, na
medida em que a elaboração de Declarações dos direitos da mulher, ou
ainda da criança, poderiam fazer crer, ao contrário, que os direitos
do homem dizem respeito apenas aos adultos masculinos!",
extraído de Libertés
Publiques (Liberdades públicas) de Jean Rivero.
(ver bibliografia).
Jurisprudência:
produção
jurídica a partir da interpretação do direito que fazem os tribunais
e que tem sua conclusão a nível da Corte Suprema.
Laicidade:
neutralidade do Estado, das coletividades locais e de
todos os serviços públicos em relação a uma ou várias religiões e
uma ou várias filosofias. Na França, a laicidade do Estado foi
consagrada em 1905 através da lei de separação da Igreja e do Estado.
ONGs: organizações
não-governamentais, associações independentes dos poderes políticos,
que agem de maneira benevolente, principalmente no campo dos direitos
humanos, no âmbito de uma ajuda de emergência ou duradoura em favor do
desenvolvimento.
Princípios gerais do direito: princípios
comuns aos grandes sistemas de direito contemporâneos e aplicáveis a nível
internacional. Eles constituem uma das fontes do direito internacional.
Prêmio Nobel da Paz: atribuído
por um júri a uma personalidade ou uma instituição que, segundo ele,
trabalhou pelo respeito à paz, à dignidade e aos direitos do homem.
Este prêmio de grande prestígio confere um reconhecimento
internacional e uma ajuda material a seu beneficiário.
Ratificação: aprovação
de um tratado ou de uma convenção pelos órgãos competentes para
determinar o compromisso do Estado; na França, a Presidência da República.
Para a entrada em vigor do texto, um número mínimo de ratificações
pode ser requerido. Ex.: 35 para os Pactos de 1966 sobre os direitos
civis e políticos de um lado, e econômicos, sociais e culturais por
outro lado.
Recomendação: em
direito internacional, texto – desprovido, em princípio, de força
obrigatória para os países-partes – que fornece apenas as diretrizes
a serem seguidas e as medidas a serem tomadas.
Reserva: em
direito internacional, declaração escrita, feita pelo representante de
um país, segundo a qual ele pretende excluir uma disposição de uma
convenção.
Resolução: em
direito internacional, texto votado por um órgão deliberativo
internacional.
Tratado (convenção, pacto,
protocolo): acordo
escrito concluído entre países ou outras estruturas da sociedade
internacional (ex.: organizações internacionais) com vistas a produzir
efeitos de direito em suas relações mútuas e que deve ser executado
de boa vontade. Em direito francês principalmente, os tratados
(assinados e ratificados) têm uma autoridade superior à das leis, de
acordo com a constituição da Vª República (1958).
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