Introdução à
Edição Portuguesa
Seduziu-me de imediato a proposta
que me foi dirigida pelo Gabinete de
Documentação e Direito Comparado da Procuradoria-Geral da
Repú-blica, tendo em vista a
tradução do «Direito Internacional Humanitário» para
português. Com efeito, agora mais do que nunca, é necessário
divulgar este Direito, sobretudo
porque sabemos que inúmeras das violações
de que é alvo se devem frequentemente à ignorância do mesmo.
E se nos lembrarmos, que em todo o
mundo, o Português é mais falado
enquanto língua materna do que o Francês, melhor compreen-demos
a importância desta tradução,
dirigida a todos os países lusófo-nos:
obviamente Portugal e Brasil, mas
sobretudo Angola, Guiné Bissau, Moçambique
e Timor (Loro Sae). Estes últimos vivem desde há muitos anos
(um quarto de século no caso de Angola e de Timor !) situações
extremas de violência. A
vulnerabilidade das suas populações civis, con-frontadas com
as minas antipessoal, os mercenários, as crianças soldados,
os rebeldes sem controlo e mesmo os
autores de genocídio, explica que estas
pessoas, mais do que quaisquer outras, sintam a urgente
necessi-dade do imperativo de
humanidade que serve de base a este Direito. Por
tudo isto, e pela importância que assume a divulgação desta
obra, renovo os meus
agradecimentos ao Gabinete de Documentação e Direito Comparado
por se ter disponibilizado para traduzir e editar este manual.
Michel Deyra
FACULDADE DE DIREITO
DA UNIVERSIDADE DE AUVERGNE
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