"Segurança:
O Grande Desafio"
Tertuliano
Cabral Pinheiro
Os
últimos acontecimentos vívidos pelo Estado deixa a nu
o nosso atual modelo de Segurança Pública. Parece mais
que nunca, restar evidente que
os investimentos feitos recentemente não foram
suficientes para prevenir e/ou minorar a sensação que
todos sentem de insegurança. Certamente, que nunca se
fará segurança sem homens e armas, porém, esta velha
fórmula dá sinais de exaustão ao revelar-se
insuficiente para coibir a escalada crescente da
criminalidade. Com efeito e atônitos assistimos o
espetáculo da sensacional fuga de Alcaçuz, contada há
tempos em verso e prosa.
A despeito de tratar-se de uma fuga anunciada,
defendo que as investigações devem começar
questionando sobre a impossibilidade de impedi-la, posto
que pressupõe-se, que em matéria de segurança,
devemos trabalhar sempre com o previsível e até com o
imprevisível, o que no caso em apreço tornava
totalmente dispensável a segunda premissa.
Assim
como em Alcaçuz, é totalmente previsível que haverão
outras fugas na Penitenciária João Chaves e nas
delegacias de polícia de Natal, decorrendo desse quadro
a pergunta natural: Que está sendo feito para
evitá-las? Não se brinca de segurança. Caso o governo
e as forças vivas da sociedade não encare o problema a
altura das suas exigências, não tardará o dia em que
Natal será um novo Rio de Janeiro (mantidas as
necessária proporções). Todos já têm consciência
que a situação das nossas delegacias é um problema
grave. Ali, além de grave violação dos direitos
humanos, constata-se a completa insensatez daqueles que
dizem estar investindo em segurança. As delegacias,
salvo rara exceção, vivem um caos sanitário e
provocam o desvio de função da polícia judiciária,
que por sua vez não possui os instrumentos necessários
para desenvolver qualquer trabalho de investigação
policial, salvo o velho cassetete e outras espécies de
torturas.
Poderia,
enfim, suscitar diversas outras preocupações, cujas
ações são originalmente urgentes e necessárias, mas
tornaria este texto muito cansativo. O certo é que vemos com angústia, que a segurança pública vai continuar sendo um
grande desafio para todos e particularmente para o
governo, pois, antes de tudo exige coragem,
determinação e prioridade política.
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