Direitos
Humanos de Luto
Falece o militante
de direitos humanos Mateus Afonso Medeiros.
A
Campanha contra a baixaria na TV está de luto
Nota da Campanha da Ética na TV
Mateus,
O Menino dos Direitos Humanos
Nota da Rede Estadual de Direitos Humanos RN / DHnet e
militantes potiguares
Ciclista
morre atropelado no Lago Sul
Notícia veiculada no Correio Braziliense - 31/01/2005
A
Campanha contra a baixaria na TV está de luto
Nota da Campanha da Ética na TV
Com muita tristeza e pesar,
a Campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, uma iniciativa
da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados e 60 entidades da sociedade civil, informa o falecimento do
advogado, amigo, servidor da Câmara dos Deputados, lotado na Liderança
do PT e um dos responsáveis para que a Campanha se tornasse uma
realidade.
Mateus Afonso Medeiros, 28
anos, morreu ontem, por volta das 16 horas, vítima de um atropelamento,
quando circulava de bicicleta pelas ruas de Brasília, na altura
da QI 23 do Lago Sul. O corpo de Mateus será levado de avião
para Belo Horizonte, hoje, às 16 horas. O velório acontece
na capital mineira, em uma das capelas do Cemitério Bosque da Esperança.
Ainda não foi definido o horário do enterro.
Amigos e familiares de Mateus
vão prestar homenagem ao advogado em missa de sétimo dia
que será realizada em Brasília, onde todos os funcionários
da Câmara dos Deputados serão avisados onde será celebrada
a missa.
Assessoria de imprensa da Campanha
Contato: 61-9974-0354
/215-8604
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Mateus,
O Menino dos Direitos Humanos
Nota da Rede Estadual de Direitos Humanos RN /
DHnet e militantes potiguares
Mateus. O menino dos
Direitos Humanos na Câmara dos Deputados, conectando aquela que
deveria ser nossa casa em Brasília, com o resto desse chão
brasileiro, com a militância tão pequena e tão sofrida,
mas ao mesmo tempo cheia de saber, sabor e paixão.
A Rede Estadual de
Direitos Humanos da gente potiguar, a DHnet, o Centro de Direitos Humanos
e Memória Popular, a Coordenadoria de Direitos Humanos da Secretaria
de Justiça e Cidadania, o Comitê Estadual da Campanha “Quem
financia a baixaria é contra a cidadania”, o Conselho Estadual
de Direitos Humanos tinha um endereço certo, um coração
aberto, uma ação articulada.
Trabalhamos juntos
no Grupo de Trabalho da última Conferência Nacional, faz
poucos dias nos encontramos na reunião com o ministro Nilmário
para discutir o próximo biênio da SEDH/PR. Mateus estava
em todas.
A partida de Mateus
assim desse jeito pega a gente de jeito. Mateus, o jovem, tem tudo a ver
com o lance da esperança e da utopia, do ontem e do hoje construindo
amanhã. Encontrar Mateus - sua militância seja como sociedade
civil organizada, coordenador de direitos humanos da Prefeitura de BH,
assessor da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, membro
da equipe da Campanha contra a baixaria e pela cidadania e tantas outras
atividades nessa área – era sempre um encontro de que vale
a pena. A luta continua, tem jovens engajados e comprometidos. Aí,
vem a subversão das coisas. O aspecto trágico e dramático
da existência humana, com sorrisos nos lábios e lágrimas
nos olhos. O que fazer, além da comunhão de nossa dor, do
testemunho edificado pra nós e as futuras gerações
da vida do Mateus? Aos que crêem na festa que no céu nunca
se acaba, Mateus tomou asas e voou pra lá e de lá permanece
em comunhão conosco. Comunhão nos fracassos e êxitos.
Um dia haveria um grande reencontro.
Natal em Natal. Mateus
e Vanessa passaram aqui. Nos encontramos nas praias e com minha esposa
Ceiça saímos para jantar em um restaurante típico
da cidade. Estavam sua mãe e irmã. A noite foi muito plástica
e o tal do “bode” que o Menino dos Direitos Humanos comeu
de todo jeito. Mateus era um cara família. Outro dia em Brasília
estávamos almoçando e ele combinando uma pelada e ciclismo
com os amigos. Mateus um cara de esporte e lazer.
Mateus, meu irmão,
você está indo e deixando saudade. Ainda bem que saudade
é presença e misterioso encontro. Nela teremos sua presença
e encontro. Mas, nós do CDHMP temos um compromisso com a Memória.
Podemos dizer: Mateus Vive! Curuminet chora e nós com ele choramos.
Enxuga nossas lágrimas, cara.
Texto: Fábio
Santos, a pedido da Rede Estadual de Direitos Humanos RN / DHnet.
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Trânsito
Ciclista morre atropelado no Lago Sul
Guilherme
Goularte e
Naiobe Quelem
Do Correio Braziliense
31/01/2005
07h37 - A violência no trânsito não poupou os
ciclistas neste fim de semana. Em intervalo de menos de uma hora, duas
colisões contra bicicletas foram registradas somente no Lago Sul. O advogado
Mateus Afonso de Medeiros, 31 anos, morreu ao ser atingido por um Chevette
no Setor de Mansões Dom Bosco, na altura da QI 23. E Inácio Santana Evaristo,
52, sofreu escoriações depois de ser atropelado por um Siena, na via de
acesso da QI 27.Os dois acidentes ocorreram na tarde deste domingo.
O primeiro deles tirou a vida de Mateus Afonso, morador da Asa Norte.
O Chevette branco, placa JDP-4452/DF, conduzido por Alessandro José de
Matos, 26, atingiu a vítima pelas costas, por volta das 14h50. O impacto
da batida quebrou o pára-brisas do automóvel, afundou a lataria e jogou
a vítima para fora da rodovia DF-035. Estilhaços de vidro se espalharam
ao longo de acostamento localizado em frente à entrada de um condomínio.
A bicicleta ficou presa na roda dianteira direita do carro. E foi arrastada
por cerca de 40 metros. Um médico que trafegava pelo Setor de Mansões
prestou os primeiros socorros ao advogado, no local do acidente. Mateus,
porém, não resistiu aos ferimentos. Morreu logo após a chegada da equipe
do Corpo de Bombeiros.
O motorista do Chevette foi levado à 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul),
onde prestou depoimento. Segundo ele, o advogado pedalava em zigue-zague
antes de ser atingido pelo veículo.
Alessandro também contou que o ciclista carregava um saco de mangas preso
ao guidão da bicicleta. As frutas se espatifaram no asfalto. O condutor
do veículo disse que mora na Cidade Ocidental (GO) e trocou Belo Horizonte
(MG) por Brasília há poucos meses.
Depois de ser ouvido, Alessandro foi encaminhado ao Instituto de Medicina
Legal (IML) para exames alcoólico e de corpo delito. Seria liberado após
os testes. A delegada de plantão, Alessandra Figueiredo, abriu inquérito
para apurar as circunstâncias do acidente. "Não temos condições de dizer
o que houve agora. É preciso investigar". O motorista responderá processo
por homicídio culposo (sem intenção de matar).
O segundo acidente da tarde ocorreu às 15h30. O Fiat Siena conduzido por
Juliana Cabral Meireles também acertou, por trás, a bicicleta de Inácio
Evaristo. A irmã da motorista, Cristiane, 27, estava no banco de passageiros
do carro na hora da colisão. A jovem contou que a vítima pedalava em zigue-zague
no meio da pista. Disse que Juliana buzinou e freou antes da colisão.
O pára-brisas trincou com a pancada. Inácio foi socorrido pelo Corpo de
Bombeiros e levado para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF)
com escoriações. O caso também está registrado na 10ª DP.
Código
Para a presidente da organização não-governamental Rodas da Paz, Beth
Veloso, o fato de o ciclista estar andando no meio da pista ou em zigue-zague
não exime o motorista da culpa. "A bicicleta é um veículo de locomoção
e tem o direito de estar na pista”, afirma. “Além disso, de acordo com
o Código de Trânsito Brasileiro, o maior veículo será responsável pela
segurança do menor. Um carro contra uma bicicleta é uma briga desleal
e que dificilmente representará risco para o condutor do automóvel. Se
o motorista estiver na velocidade da via, manter a distância mínima do
ciclista estabelecida pelo Código, de 1,5 metros, e prestar atenção no
trânsito, ficará mais fácil evitar uma morte", avalia.
Ela lembra que, segundo o artigo 58 do CTB, os ciclistas deverão circular
na borda da pista quando não houver ciclovia, ciclofaixa, acostamento
ou quando não for possível a utilização destes. "A circulação deverá ocorrer
no mesmo sentido regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos
automotores", completa.
A impossibilidade de utilização de grande parte dos acostamentos no Lago
Sul – um dos lugares com maior circulação de bicicletas do DF – pelos
ciclistas engorda os índices de acidentes na região. Há um ano e meio,
a ONG mapeou os trechos da DF-025 com impossibilidade de circulação de
ciclistas no acostamentos. "Foram enumerados 32 pontos. Entregamos o ofício
à administradora do Lago Sul, Natanry Osório. Ela foi muito receptiva,
mas até hoje não obtivemos nenhuma resposta", conta Beth Veloso. Procurada
pela reportagem, Natanry Osório não foi localizada para falar sobre o
assunto.
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