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Militantes Brasileiro(a)s dos  Direitos Humanos
Luiz Gonzaga Cortez

Textos e Reflexões
ABC de Textos Militantes

 

 

 

 

Autores cometem erros e
Trocam nome de poema.


Luiz Gonzaga Cortez*

Não são somente os coleguinhas da imprensa natalense (jornal, rádio e televisão) que cometem erros e falhas históricas, geográficas e culturais, mas intelectuais, estudantes e professores universitários também. Tem gente que transcreve trechos de obras de autores renomados, publica no jornal e acha que as transcrições não podem ser desmentidas, apesar de serem cristalinamente inverídicas e/ou equivocadas, sob a alegação de que tal autor ou tais autores eram pessoas dignas, sábias, etc.
Mas, caro leitor, quero me referir, inicialmente, a duas publicações do mundo acadêmico natalense, assinadas por professores e professoras da nossa Universidade Federal, a melhor e maior instituição superior do RN. A primeira é o Caderno de História, número 2/1, jul/dez/1997 e jan/dez/1998, da Edufrn, lançada a 10.11.2000, que traz um trabalho sobre “O candidato da Esperança: Aluízio Alves e as eleições de 1960 no Rio Grande do Norte”, de autoria de Henrique Alonso de A. R. Pereira, que, na página 62, diz que AA foi apoiado por “grupos integralistas e comunistas, ambos funcionando na clandestinidade e na ilegalidade”. Qual o erro? Muitos ex-integralistas potiguares, como Manoel Rodrigues de Melo, Manuel Genésio Cortez. Gomes, Raimundo Barbosa, Rubens Massud e outros, estavam filiados ao Partido de Representação Popular-PRP, partido fundado por Plínio Salgado, o criador do integralismo brasileiro. O PRP era um partido legal e agia publicamente. Por causa da proscrição do PCB, os comunistas atuavam no PTN, PTB e outras legendas que existiam à época. No cômputo geral, o ensaio do professor Alonso é muito bom.

Outra publicação que envolve integralismo, por incrível que pareça, é o ótimo livro das professoras Diva Cunha e Constância Duarte, “Literatura Feminina do Rio Grande do Norte – De Nísia Floresta a Zila Mamede”, recentemente lançado. As autores são professoras aposentadas da Universidade Federal do RN. Uma das poetisas enfocadas na antologia é Caetana de Brito Guerra, conhecida por Santa Guerra, já falecida e que era irmã de Otto de Brito Guerra. Na página 181, está escrito que Santa Guerra “Entre 1940 e 1945, durante a II Guerra, a escritora dirigiu o Departamento Feminino da Ação Integralista Brasileira, realizando um significativo trabalho de assistência social aos pobres”. Errado. Santa Guerra dirigiu aquele setor da AIB/RN entre 1933 e 1937. Em novembro de 1937, o ditador Getúlio Vargas instituiu o Estado Novo e o fechamento da Ação Integralista Brasileira, que culminou com o exílio de Plínio Salgado em Portugal, em 1938. Em 38, diversos integralistas foram presos, interrogados e processados. Mesmo assim, Santa Guerra conseguiu realizar o Natal dos Pobres, em dezembro de 1937, no interior do Teatro Carlos Gomes, hoje apelidado de Alberto Maranhão.

O outro reparo é quanto a Estefânia de Azevedo Mangabeira de Barros, natural de Macaíba, que se correspondeu com a minha mãe. Eu não a conhecí. Mas ela enviou quatro poemas para a minha mãe, sendo três manuscritos e um datilografado. Um dos poemas manuscritos, que Estephania M. de Barros mandou em agosto de 1971, foi escrito em 26.4.1910, chama-se “Nísia Floresta Brasileira Augusta – (Ao meu querido pai que me ensinou a amá-la)”. Mas Diva e Constância denominaram esse poema de “Homenagem” (p.158). O primeiro verso, diz “Tu passarás às portas de um milênio”. No livro saiu “Tu passarás à porta de um milênio”. Já “Dentro do sitio colossal “Floresta”, saiu “Dentro de um sítio, colossal Floresta”. Deixo esses reparos para uma possível retificação futura, mas o livro é importante para o resgate da nossa poesia feminina. Parabéns ao Sebo Vermelho e a UNP.

Já o professor Aucides Sales, escrevendo sobre “A Xilogravura Potiguar”, no Galante de julho/99, baseado no Dicionário da Imprensa do RN, de Manoel Rodrigues de Melo, diz que Manoel Vitorino foi o fundador do periódico “Ninho das Letras”, que circulou em Currais Novos/RN, em 1925/1926.. Na verdade, quem fundou foi Vivaldo Pereira de Araújo, o vigário Pedro Paulino Duarte da Silva, Tomaz Salustino Gomes de Melo, Francisco Baldomero Chacon, o médico Mariano Coelho, Gilberto Pinheiro e Tristão de Barros. Em novembro de 1926, quando o jornal completava um ano, “Notas Sociais”, noticiava o aniversário de Manoel Vitorino, “auxiliar de comércio da capital do Estado”. Em 10 de julho de 1927, o jornal O Porvir, também de C. Novos, fundado por intelectuais jovens, como Manoel Rodrigues de Melo, Ewerton Dantas Cortez, Nelson Geraldo, Jayme C. Barreto, informava: “Acha-se atualmente em nosso meio social o distincto jovem Manoel Victorino que veio montar um bem sortido estabelecimento comercial. Cumprimentamo-lo”.

A mesma matéria de Aucides Sales informa que Rosáfico Saldanha, natural de Currais Novos, funcionário da Secretaria de Planejamento do Estado, 55 anos, casado, residente em Cidade Satélite, na “década de 30, foi “artista atuante na produção de capas de folhetos de cantadores, impressos na Tipografia O Progresso, de propriedade de Manoel Francisco de Araújo”. Rosáfico nasceu em 1945 e diz que “jamais ouvi falar nessa tipografia”. Portanto, deixo aqui os meus reparos, a fim de que outros não copiem o que saiu errado e o erro fique irreparável.

*Luiz Gonzaga Cortez é jornalista.

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