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Militantes Brasileiros dos Direitos Humanos
João Baptista Herkenhoff

Mulheres feias?

A beleza da mulher não é apenas uma questão estética. É também uma questão política.

Quantas mulheres não estarão assustadas, neste início de 2005, com as conseqüências que as festas de fim de ano acarretam na balança... O simples aumento de um quilo no peso leva a um sobressalto.

Se essa preocupação tivesse como fundamento os males que o excesso de peso pode ocasionar à saúde estaria tudo bem. Mas, na verdade, a preocupação maior é com a estética, ou suposta estética.

Uma pesquisa publicada recentemente revelou que apenas dois por cento das mulheres brasileiras consideram-se bonitas.

O baixíssimo percentual de auto-estima feminina, no que se refere à beleza física, merece análise.

Será que somente dois por cento das mulheres brasileiras são realmente bonitas? Decididamente, penso que não. Diria até o contrário: apenas dois por cento das mulheres brasileiras são feias...

O que um autojulgamento tão negativo revela é uma distorção no critério do que se entende por “beleza feminina”.

Como em muitas outras questões do cotidiano, criaram-se “padrões de beleza”. A beleza deixa de ser um incognoscível a ser sentido, percebido, intuído e passa a ser alguma coisa a ser medida, pesada, como mercadoria. Além disso, os tais “padrões de beleza” são autoritários, imperialistas e racistas.
São autoritários porque definidos por limitado grupo de pessoas que se sentem no direito de dizer o que é feio e o que é bonito, sem a mínima preocupação de ouvir o comum dos mortais.

São padrões imperialistas porque parte-se de uma concepção norte-americana e européia de beleza feminina.

São racistas porque, em princípio, apenas uma raça teria o privilégio de considerar-se bela.

Esses padrões são celebrados com tanta ênfase, em prosa e verso, que a opinião pública, sem perceber, absorve a falsificação que lhe é imposta.
Houve e há reações a todos esses supostos “critérios estéticos”.
No que se refere a um padrão racial de beleza, os inspirados sambistas brasileiros há muito procuram desmoralizar o pretensioso monopólio europeu-americano de beleza.

Sejam lembrados os versos imortais de João de Barro:
“Branca é branca, preta é preta mas a mulata é a tal, é a tal”.
Mas outros padrões, tão absurdos quanto o de raça, perduram no inconsciente coletivo. Os dois por cento de mulheres brasileiras considerando-se bonitas revelam essa contrafação.

Temos de resistir a todas as formas de manipulação da consciência. Temos de buscar a afirmação da identidade brasileira.

Que as mulheres brasileiras se sintam bonitas. Isto faz parte da alegria de viver.

Recusemos modelos impostos. Nada de receitas obrigatórias.

As brasileiras são bonitas. Este país é belo. Nosso povo tem mensagens para o mundo.

Ano que começa é momento de otimismo, é hora de ter orgulho do Brasil.

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