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Plano Colômbia: Desastre ambiental

Estamos vivendo um momento extremamente perigoso no cenário internacional que nos remete, novamente, à discussão sobre o uso de armas químicas: o famigerado Plano Colômbia, patrocinado pelos EUA e apoiado pelo governo colombiano que visa, teoricamente, resolver o problema do narcotráfico.

A ofensiva prevê o uso de armas biológicas como os fungos transgênicos – Fusarium oxysporum – que infecta os pés de coca e papoula, plantas usadas na produção de cocaína e heroína, através da raiz, provocando a sua morte. Pesquisas realizadas na década passada revelam que o fungo pode atingir outras plantas e, como tem vida longa, pode sofrer mutações, infectando indistintamente todas as plantas que estiverem ao seu alcance.

Também estão previstas a utilização de potentes herbicidas desfolhantes, como o “Agente Laranja”, que contém um tipo altamente tóxico de dioxina (TCDD) de ação imediata, provocando o apodrecimento e a queda das folhas das árvores.

O “Agente Laranja” foi desenvolvido na Inglaterra e utilizado pelo Exército americano durante a Guerra do Vietnã com o propósito de expor os esconderijos e trincheiras vietnamitas. Durante aquele período mais de 110 kg de dioxina foram espalhados em 50 000 km2 de florestas causando danos incalculáveis ao meio ambiente e à saúde humana, promovendo o aparecimento de vários tipos de câncer, doenças neurológicas, mal formação de fetos e efeitos cumulativos no meio ambiente que comprometem a vida e a saúde dos descendentes de 150 mil vietnamitas.

Em janeiro do ano passado, segundo as autoridades colombianas e americanas, nas regiões de Putumayo e Caqueta, 25% das plantações de coca foram destruídas pela ação de desfolhantes.

A utilização dessas armas para exterminar plantações de coca preocupa as organizações indígenas colombianas, equatorianas e brasileiras. Segundo a Organização dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana – OPIAC , o governo colombiano rompeu seu pacto firmado com as lideranças indígenas de discutir conjuntamente a “agenda 21 colombiana” estudando alternativas de desenvolvimento sustentável com a participação da sociedade civil, em busca da paz.

Por outro lado, o uso de armas químicas, como a dioxina, classificada como um POPs – Poluentes Orgânicos Persistentes – provocam contaminação do solo e têm efeito biocumulativo. Podem ficar acumulados nos tecidos gordurosos dos animais não sendo facilmente degradado pelo organismo, ficando incorporado às teias e cadeias alimentares. Em 1992, na Conferência da Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, foi elaborada um lista com 12 substâncias altamente tóxicas que mereciam ação imediata. As dioxinas e os furanos, que compõem os desfolhantes, estão entre essas substâncias.

Além disso, os EUA não têm se empenhado com o mesmo esforço para conter o narcotráfico dentro de suas fronteiras. Mesmo que se acabe com todas as plantações de coca e papoula na Colômbia, o maior mercado consumidor de drogas do mundo, os Estados Unidos, forçara o aparecimento de novas plantações na América ou na Ásia.

Assim sendo, o combate ao narcotráfico serve de pretexto para a implantação do Plano Colômbia cujo objetivo principal é combater a ameaça política das guerrilhas colombianas e dos movimentos sociais que são um grande obstáculo aos interesses econômicos americanos, na região, de exploração do petróleo colombiano e da biodiversidade da Amazônia

 

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2002

 

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