
Análise
de Instrutores e Alunos Brasileiros
da “School
of Americas”
O
Grupo Tortura Nunca Mais/RJ
(GTNM/RJ), tendo recebido lista de instrutores e alunos da “School
of Americas”, referente aos anos de 1954 a 1995, pesquisou os
nomes ali constantes em diversas fontes. Principalmente, em lista da própria
entidade e nos 12 volumes do Projeto Brasil Nunca Mais, coordenado pela
Arquidiocese de São Paulo, encontrou alguns militares ligados à
tortura política e ao aparato de repressão que existiu em nosso país
nos anos 60 e 70. É importante ressaltar que o Projeto Brasil Nunca
Mais é a microfilmagem de muitos dos processos que se encontram no
Superior Tribunal Militar, em Brasília, referentes ao período de 1964
a 1979. Trata-se, portanto, de documentação oficial que não pode ser
rotulada de facciosa. Os resultados das pesquisas realizadas apontam
para:
LISTA
DE INSTRUTORES
1
- MOYSÉS THOMPSON DO NASCIMENTO
- Primeiro Sargento do Exército, serviu no 1° BC de Goiânia em 1964.
Em 1971, esteve no Forth Gullick, na Zona do Canal (Panamá), como
instrutor. Consta da lista do GTNM/RJ como membro do aparato de repressão.
Foi instrutor da “Escola das Américas”, de 27 de outubro de 1971 a
08 de novembro de 1972.
2
- JOSÉ FRANCISCO LAMAS PORTUGAL
- Como Primeiro Tenente de Infantaria do Exército, serviu no 2° Batalhão
de Polícia do Exército, em São Paulo, em 1970. Consta da lista do
GTNM/RJ como membro do aparato de repressão. Foi instrutor da “Escola
das Américas”, de 27 de novembro de 1989 a 27 de novembro de 1990.
LISTA
DOS ALUNOS
1
- LUIZ ALBERTO DE SOUZA -
Aparece na lista do GTNM/RJ como membro do aparato de repressão sendo,
em 1966, Capitão intendente servindo no III Exército.
Cursou
a “Escola das Américas” em 1959, de 08 de setembro a 09 de
dezembro, quando Capitão, concluindo o curso “Military Police
Office”.
2
- ALTEVIR LOPES - Seu nome
consta do Projeto Brasil Nunca Mais (BNM) no volume “Os Funcionários”,
pag. 63, na lista de “Elementos Ligados a Prisões e Cercos”. Esta
denúncia foi feita em dezembro de 1968, apontando-o como
Tenente-Coronel, atuando na Polícia Militar do Paraná, envolvido
diretamente em prisões e cercos. Foi citado no Processo 477/68 da 5°
Região Militar.
Cursou
a “Escola das Américas”, em 1960, de 14 de março a 03 de junho,
quando capitão, concluindo o curso de “Military Police Office”.
3
- PAULO MAGALHÃES - Aparece
como Francisco Paulo Manhães à pag. 19 do volume “Os Funcionários”
do BNM, na lista de “Elementos Envolvidos Diretamente em Torturas”,
como Capitão do Exército, trabalhando no Centro de Informações do Exército
- CIE, na Polícia do Exército-RJ, em 1969. Dois presos políticos
denunciam sua atuação em torturas: Sérgio Ubiratan Manes e Paulo
Roberto Manes. O primeiro, em 1969, tinha 19 anos, era estudante e em
Auditoria Militar declarou: “ ... que, sofreu torturas, foi espancado
na PE sediada à Rua Barão de Mesquita; que deseja declinar o nome dos
seus torturadores e que foi torturado pelo Capitão do CIE Francisco
Paulo Manhães ... ”.
O
segundo testemunho é de Paulo Roberto Manes que, em 1969, tinha 20 anos
e era estudante, e declarou em Auditoria Militar: “ ... que tem
queixas da coação que sofreu vinda da pessoa do Capitão Francisco
Paulo Manhães do CIE ... ”.
Tais
declarações encontram-se, respectivamente, às pags. 728 e 474 do Vol.
III, “As Torturas” e fazem parte do Processo n° 648 da 2°
Auditoria da Marinha.
Seu
nome ainda aparece na mesma lista de envolvidos diretamente em torturas
como “Manhães” atuando no Rio Grande do Sul, em 1970, e tendo
sido
denunciado por Paulo Roberto Telles Franck que tinha na ocasião 27
anos, era eletricista, e na Auditoria Militar declarou: que “ ... de
volta ao DOPS, foi submetido a choques em várias partes da cabeça ...;
que foi obrigado a ingerir tóxicos; que durante o tempo que estava no
pau-de arara havia elementos que cuspiam e urinavam no rosto do
interrogado, afora outros tipos de torturas psicológicas .... Foi
perguntado se podia dizer o nome de algumas pessoas que o torturaram ...
declinou o nome Manhães que se dizia do Rio.”
Este
depoimento encontra-se no Vol. III “As Torturas”, pag. 477 e faz
parte do Processo n° 34/70 da 1° Auditoria do Exército.
O
nome de Paulo Magalhães (como aparece na lista de alunos da “Escola
das Américas”) consta da lista de membros dos órgãos de repressão
do GTNM/RJ como Capitão da Cavalaria do Exército, servindo na Polícia
do Exército/RJ, tendo sido comissionado no DOI-CODI/RJ em 1969. Entre
1970 e 1972 esteve no Centro de Informações de Exército-RS, atuando
na repressão em vários Estados. Em 1972, esteve combatendo a Guerrilha
do Araguaia na Brigada de Paraquedistas, sendo conhecido como Dr. Pablo.
Serviu no gabinete do Ministro do Exército em 1974; em 1986 era
Tenente-Coronel. Seu nome aparece ora como Paulo Manhães ora como Paulo
Malhães.
Ainda
no Projeto BNM consta como Paulo Magalhães no volume “Os Funcionários”,
pag. 76 na lista de “Elementos Envolvidos em Prisões e Cercos”.
Esta denúncia é de julho de 1969, atuando junto ao DOPS/RJ,
desempenhando papel de membro dos órgãos de repressão, envolvido em
prisões e cercos. Tal informação encontra-se no Processo n°24/69 da
1° Auditoria do Exército.
Cursou
a “Escola das Américas” em 1959, de 08 de setembro a 09 de
dezembro, quando ainda era 2° Tenente, tendo concluindo o curso
“Military Police Officer”.
4
- THAUMATURGO SOTERO VAZ -
Oficial de Infantaria do Exército, foi paraquedista com Cursos de
Guerrilha na Selva feitos na Zona do Canal do Panamá pela “Escola das
Américas”. Recebeu a “The Army Commedation Medal” e no Brasil a
Medalha do Pacificador, esta em 1969. Participou da repressão à
Guerrilha do Araguaia. Algumas fontes o denunciam erradamente como
Daumaturgo. Estas informações encontram-se na lista do GTNM/RJ de
membros do aparato de repressão.
Em
depoimento feito ao GTNM/RJ o ex-preso político Danilo Carneiro,
confirmou que foi torturado pessoalmente por Sotero Vaz. Este militar
também comandou outras torturas feitas a Danilo, em 1972, na Rodovia
Transamazônica e em Marabá. Esta denúncia consta na 9° Vara Federal
de Justiça num processo que Danilo Carneiro move contra a União por
perdas e danos, onde dentre outros torturadores, é denunciado
Thaumaturgo Sotero Vaz.
Em
1962 fez a “Escola das Américas”, quando era Capitão, no período
de 24 de setembro a 30 de novembro.
5
- WALFRIDO SILVA - Seu nome
aparece no Projeto BNM, no volume “Os Funcionários”, na pag. 118,
na lista de “Elementos Envolvidos em Diligências e Investigações”.
A denúncia, de 1969, coloca-o como Major, atuando em Goiânia, como
encarregado de IPM (Inquérito Policial Militar), tendo também
participado de diligências e investigações. Estas informações
constam do Processo n° 41/70 da 11° Região Militar.
Cursou
a “Escola das Américas”, em 1964, como Capitão, no período de 10
a 28 de agosto, diplomando-se em “Operações na Selva”.
6
- CLEMENTE JOSÉ MONTEIRO FILHO
- Seu nome aparece no Projeto BNM, no volume “Os Funcionários”, em
quatro listas. Na primeira, às pags. 12 e 28, de “Elementos
Envolvidos Diretamente em Torturas”, é denunciado como Capitão de
Mar e Guerra do Corpo de Fuzileiros Navais, atuando em 1969 no CENIMAR -
Centro de Informações da Marinha. Na pag. 12 aparece como Clemente José
Monteiro sendo denunciado pelos presos políticos abaixo, em Auditorias
Militares: Humberto Trigueiros Lima, Iná de Souza Medeiros, Marta Maria
Klagsbrunn, Marta Mota Lima Alvarez, Sebastião Medeiros Filho e Luis
Carlos de Souza Santos.
O
depoimento de Humberto Trigueiros Lima que, em 1969 era estudante com 21
anos, consta da pag. 190 à 192 do Volume II - “As Torturas”, afirma
que: “... Antônio Rogério da Silveira afirmou ter sido torturado por
meio de choques elétricos, pancadas, pau-de-arara, tanto na Polícia
Federal do Paraná, como na Base Naval da Ilha das Flores, sendo que ai,
por ordem do encarregado do Inquérito, Capitão de Mar e Guerra
Clemente José Monteiro Filho; que pode ainda constatar que àquela época
Antônio Rogério estava evacuando sangue, o que começou a acontecer
depois de ter sido submetido a choques elétricos no ânus ...”.
O
depoimento de Iná de Souza Medeiros que, em 1969, era estudante com 21
anos, consta da pág. 208 à 210 do Volume II - “As Torturas”.
Declara
que:
“... foi levada à presença do Clemente, encarregado do Inquérito,
na Ilha das Flores, sob a alegação de que iria prestar
esclarecimentos; que o Comandante indicou outro local para que o guarda
a conduzisse; que assim foi levada para uma casa abandonada chamada
Ponta dos Oitis; que lá três pessoas ... que pertenciam ao CENIMAR ...
mandaram a declarante despir-se; ... foi espancada com fio molhado; ...
como não encontrassem palmatória, começaram a espancá-la com a mão
mesmo; ... foi amarrada por fios e passaram a lhe aplicar choques elétricos;
que neste estado permaneceu até à noite, quando foi conduzida para a
cela; ... vê como estão sendo torturadas as moças do outro Inquérito,
chamado de Inquérito de Ação Popular, chefiado também pelo
Comandante Clemente; que essas moças passaram ... várias torturas
ainda piores que as da declarante; ... levaram ferro na unha, choque elétrico,
afogamentos, ...”.
A
terceira denúncia, de Sebastião Medeiros Filho que, em 1969, tinha 23
anos, está contida às pags. 705 e 706 do Volume III - “As
Torturas”, afirma que: “ ... depois de ter sido torturado no Paraná,
foi transferido para a Ilha das Flores onde foi colocado num banheiro
sem cama, completamente despido durante treze dias, quando foi retirado
para assinar o depoimento ...; que as verdadeiras declarações que fez
em presença do Comandante Clemente não foram transcritas no seu
depoimento”.
As
declarações de Luiz Carlos de Souza Santos sobre Tiago Andrade de
Almeida, feitas em 1969 e contidas à pag. 788 do Volume III - “As
Torturas”, informam que: “... em 28 de maio de 1969 foi colocado
diante de Tiago Andrade de Almeida, completamente esquartejado, com
inflamações no ouvido devido aos “telefones”, sendo segurado, pois
não se agüentava em pé, pelos policiais vindos do Paraná, segundo
lhe consta por ordem do Comandante Clemente”.
A
denúncia de Marta Mota Lima Alvarez que, em 1969, era estudante com 20
anos, consta da pag. 191 do Volume III - “As Torturas” e informa
que; “... o seu depoimento era batido na casa do ... Clemente, na Ilha
das Flores, para onde era levada a depoente; que este depoimento era
lido e interrompido várias vezes com ameaças de torturas e pancadas se
a depoente não concordasse com o que havia sido feito no dito
depoimento; ... que na Ilha das Flores lhe tocavam a corneta no ouvido;
que o Comandante Clemente entrou no recinto e lhe disse que não podia
fazer nada ...”.
Todos
esses depoimentos encontram-se no Processo n° 70/69 da 1° Auditoria da
Marinha.
Há
ainda um depoimento no Processo n° 43/69 da 1° Auditoria da Aeronáutica,
de Marta Maria Klagsbrunn, contido da pag. 188 à 190 do Volume III -
“As Torturas”. Em 1969 era estudante com 23 anos e fez as seguintes
denúncias: “... que o primeiro encarregado do IPM ... não estava de
acordo com os métodos empregados na Ilha das Flores, foi afastado e
substituído pelo Comandante Clemente que se dedicava a torturar
psicologicamente os presos, afim de assinarem o que desejava; quer
responsabilizar o Comandante Clemente pelas condições desumanas da
prisão da Ilha das Flores”.
Na
pag. 28 do volume “Os Funcionários” há uma denúncia contra José
Clemente Monteiro feita pela presa política Marijane Vieira Lisboa,
contida às pags. 153 e 154 do Volume III - “As Torturas”. Declara
em 1969, enquanto estudante com 23 anos, que: “... o Comandante foi
afastado do Inquérito e nomeado em seu lugar o Comandante José
Clemente Monteiro; que, é essa pessoa, a quem deve atribuir os
sofrimentos que lhe foram infligidos, pois além de encarregado do Inquérito,
era o Comandante da Ilha”. Este depoimento encontra-se também no
Processo n° 43/69 da 1° Auditoria da Aeronáutica.
Em
depoimento dado ao GTNM/RJ a ex-presa política Maria Dalva de Castro
Bonet afirma que: “Conheci este senhor no DOI-CODI/RJ, em 1972, e lá
soube chamar-se Clemente da Ilha das Flores. Eu estava muito doente e já
não me alimentava, pois havia perdido o paladar em virtude das torturas
sofridas. Estas, eram diferentes da minha prisão anterior: agora eram
de privação de sentidos. Mantinham-me viva com injeções de glicose
na veia. Eles diziam que haviam feito muitos cursos para chegarem àquele
resultado .... Este senhor invadiu minha cela, me espancou e novamente
aplicou-me eletro choques para que “confessasse” o conteúdo do
relatório sobre torturas que me acusava de ter escrito ...”.
O
nome de José Clemente Monteiro aparece numa segunda lista do Projeto
BNM, à pag. 62 do mesmo volume “Os Funcionários”, como “Elemento
Envolvido em Prisões e Cercos”. É denunciado como Capitão de Mar e
Guerra, atuando no Rio de Janeiro. Este depoimento, feito em agosto de
1970, acusa-o de ser funcionário de presídio da Marinha, estando
envolvido diretamente em prisões e cercos e consta do Processo 32/70 da
2° Auditoria.
Uma
terceira lista, às pags. 89 e 90 do mesmo volume “Os Funcionários”,
de “Elementos Envolvidas em Diligências e Investigações”, aponta
o nome de José Clemente Monteiro. São duas as denúncias: a primeira,
de julho de 1964, indica-o como elemento da Marinha no Rio de Janeiro,
participando de diligências e investigações e consta do Processo n°
8216/65 da 1° Auditoria da Marinha. A segunda denúncia é de junho de
1969 e indica-o também como Capitão de Mar e Guerra, atuando no Rio de
Janeiro, em diligências e investigações e consta do Processo n°
56/69-S da 1° Auditoria.
Na
lista de membros do aparato de repressão do GTNM/RJ, Clemente José
Monteiro Filho aparece como tendo feito o Curso de Informações no
Panamá e tendo sido Comandante da Ilha das Flores de 1968 a 1970.
Fez
a “Escola das Américas” em 1965, participando do Curso “Millitary
Intelligence”, no período de 11 de janeiro à 30 de abril.
7
- HÉLIO LIMA IBIAPINA - Na
lista do GTNM/RJ aparece como Coronel do Exército em 1964, quando
serviu na Companhia de Guardas da 7° Região Militar, no Recife, sendo
membro do aparato de repressão.
Atualmente
é presidente do Clube Militar no Rio de Janeiro.
Cursou
a “Escola das Américas”, ainda como Tenente Coronel, em 1966, tendo
se diplomado em “Millatry Intelligence Phase 1”.
Maiores
informações ver Dossiê feito pelo GTNM/RJ em anexo.
8
- JOÃO PAULO MOREIRA BURNIER
- Na lista do GTNM/RJ há informações de que comandou a III Zona Aérea,
estando envolvido no Caso PARASAR em 1968. Participou do CISA - Centro
de Informações da Aeronáutica - de 1970 a 1971, tendo sido responsável
pelas torturas e morte do desaparecido político Stuart Edgard Angel
Jones, em junho de 1971. Tal denúncia foi feita à época pelo preso
político Alex Polari de Alverga que testemunhou as torturas de Stuart
(arrastado por um jipe, com a boca no cano de descarga do veículo, pelo
pátio interno do CISA, na Base Aérea do Galeão) e sua morte. Tais
torturas, segundo Alex, tiveram a participação direta de Burnier. Este
fato também foi denunciado pelo genro de Stuart, João Luis de Moraes,
em um vídeo (Sônia Morta Viva) e em um livro (O Calvário de Sônia
Angel nos Porões da Ditadura).
Fez,
em 1967, a “Escola das Américas”, ainda como Coronel, diplomando-se
em “Military Intelligence Phase 1”, no período de 02 de outubro a
07 de dezembro.
9
- CARLOS ALBERTO CÂMARA BRAVO
- Consta na lista de membros do aparato de repressão do GTNM/RJ como
sendo Coronel Aviador servindo na Base Aérea de Recife e,
posteriormente, em 1973, comandando o Campo dos Afonsos (RJ).
Nos
12 volumes do Projeto BNM, consta o nome de Carlos Alberto Bravo de Câmara,
à pag. 196 do volume “Os Funcionários”, na lista de “Membros dos
Órgãos da Repressão”. A denúncia foi feita em setembro de 1971,
sendo ele Tenente-Coronel aviador, atuando no CISA do Rio de Janeiro.
Tal informação encontra-se no Processo 13/72-C da 2° Auditoria da
Marinha.
Fez,
em 1967, a “Escola das Américas”, graduando-se no “Military
Intelligence Phase 1”, no período de 21 de agosto a 06 de outubro e
no “Counter Intelligence Off”, de 02 de outubro a 07 de dezembro.
10
- SÉRGIO MAZZA DE AZEVEDO -
Consta na lista de membros do aparato de repressão do GTNM/RJ que, como
Sargento do Exército, de 1964 a 1969, serviu no PIC - Pelotão de
Investigações Criminais - do 1° Batalhão da Polícia do Exército/RJ.
Em
1968, fez a “Escola das Américas”, como 3° Sargento, diplomando-se
nos Cursos “Combat Intelligence”, no período de 19 de agosto a 04
de outubro e no “Advanced Radio Rapair”, de 09 de setembro a 13 de
dezembro.
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11
- BISMARCK BARACUHY AMÂNCIO
RAMALHO - Seu nome aparece nos 12 volumes do Projeto BNM em dois
tipos de lista no volume “Os Funcionários”. Na primeira, à pag.
65, referente aos “Elementos Ligados a Prisões e Cercos”, há duas
denúncias: uma de junho de 1968, colocando-o como Major do Exército,
atuando em Pernambuco. Era escrivão de IPM, mas participava de prisões
e cercos. Esta denúncia consta do Processo n° 576/68-C da 2°
Auditoria da Marinha. A segunda denúncia desta lista é de novembro de
1964, colocando-o como Capitão do Exército, atuando no Espírito
Santo, também como escrivão de IPM, mas participando de prisões e
cercos. Tal informação encontra-se no Processo n° 39/65 da 7° Região
Militar.
A
2° lista em que seu nome aparece por duas vezes, refere-se a
“Elementos que Participavam de Diligências e Investigações”. À
pag. 88 as denúncias dizem respeito a: em agosto de 1969, como Major do
Exército,
atuava
no Rio de Janeiro. Tal informação encontra-se no Processo n° 58/69 da
2° Auditoria do Exército. A segunda denúncia é de março de 1965 e
aponta-o como Capitão do Exército, atuando em Pernambuco como membro
de escolta. Tal informação encontra-se no Processo n° 7735 da 2°
Auditoria do Exército.
Bismarck
B. A. Ramalho fez a “Escola das Américas”, em 1967, como Major,
diplomando-se em “Military Intelligence - Phase II”, no período de
20 de fevereiro a 28 de abril.
12
- JOÃO FLÁVIO DE FREITAS COSTA
- Seu nome aparece nos 12 volumes do Projeto BNM, à pag. 100 do volume
“Os Funcionários”, como 2° Soldado da Aeronáutica, atuando no Pará
em diligências e investigações. Esta denúncia, de agosto de 1969,
aparece no Processo n
152/69.
Fez
a “Escola das Américas”, em 1967, como 2° Sargento, diplomando-se
em “Counter Intelligence”, no período de 26 de junho a 25 de
agosto.
13
- FRANCISCO RENATO MELLO -
Seu nome aparece nos 12 volumes do Projeto BNM, à pag. 68 do volume
“Os Funcionários”, como Capitão Aviador, atuando no DOI-CODI de São
Paulo, sendo encarregado de IPM, mas também envolvido em prisões de
cercos. Esta denúncia de junho de 1964 encontra-se no Processo n
245/64 da 2° Auditoria do Exército.
Fez
“Escola das Américas”, em 1967, como Major, diplomando-se em
“Military Intelligence - Phase I”, no período de 21 de agosto a 06
de outubro.
14
- MAURO BATISTA LOBO - Seu
nome aparece nos 12 volumes do projeto BNM, à pag. 109 do volume “Os
Funcionários”. É denunciado em agosto de 1969, como 1° Sargento do
Exército, atuando no Rio de Janeiro, em diligências e investigações.
Tal informação encontra-se no Processo n° 58/69 da 2° Auditoria do
Exército.
Fez
“Escola das Américas”, em 1967, como 1° Sargento, diplomando-se em
“Counter Intelligence”, no período de 26 de junho a 25 de agosto.
15
- UBIRAJARA ESCÓRCIO -
Aparece nos 12 volumes do Projeto BNM, à pag. 117 do volume “Os
Funcionários”, na lista de “Elementos Envolvidos em Diligências e
Investigações” com três denúncias. A primeira, de abril de 1967,
coloca-o atuando no Rio de Janeiro em diligências e investigações e
consta do Processo n° 50/67.
A
segunda denúncia, de abril de 1964, aponta-o como 3° Sargento, atuando
no Rio de Janeiro, em diligências e investigações e consta do
Processo n° 1574 da 3° Auditoria do Exército.
A
terceira denúncia, de novembro de 1964, aponta-o também como 3°
Sargento, atuando no Rio de Janeiro em diligências e investigações e
consta do Processo n° 7.509 da 2° Auditoria do Exército.
Fez
“Escola das Américas”, em 1968, como 3° Sargento, diplomando-se em
“Combat Intelligence”, no período de 19 de agosto a 04 de outubro.
16
- JOSÉ GOMES DA SILVA -
Aparece nos 12 volumes do Projeto BNM, à pag. 180 do volume “Os
Funcionários”. A denúncia de agosto de 1964, coloca-o como soldado
atuando na Polícia Militar de Pernambuco, como colaborador e
informante. Tal informação consta do Processo n° 146/65.
Fez
“Escola das Américas”, em 1969, como 2° Sargento, diplomando-se em
“Military Police”, no período de 21 de julho a 12 de setembro.
17
- PAULO RUBENS SCHOLOENBACK
- Aparece nos 12 volumes do Projeto BNM, à pag. 77 do volume “Os
Funcionários”, na lista de “Elementos Envolvidos em Prisões e
Cercos”. A denúncia, de outubro de 1969, aponta-o como sendo Capitão
da Aeronáutica, atuando em São Paulo em prisões e cercos e
encontra-se no Processo n° 197/69 da 2° Auditoria do Exército.
Fez
“Escola das Américas”, em 1970, como Capitão, diplomando-se em
“Inteligencía Militar para Oficiales”, no período de 05 de janeiro
a 24 de abril.
18
- CLODOALDO PAES CABRAL -
Seu nome aparece na lista do Grupo Tortura Nunca Mias/RJ, como membro
dos órgãos de repressão. Em 1969, era 2° Sargento do Exército,
servindo no PIC do 1° Batalhão da Polícia do Exército no Rio de
Janeiro. Em 1972, recebeu a Medalha do Pacificador.
Fez
“Escola das Américas”, em 1970, como 2° Sargento, diplomando-se em
“Inteligencía Militar para Alistados”, no período de 06 de julho a
23 de outubro.
19
- LUCIO VALLE BARROSO - Seu
nome aparece nos 12 volumes do Projeto Brasil Nunca Mais, à pag. 08 do
volume “Os Funcionários”, como elemento ligado diretamente à
tortura.
A
denúncia feita em 1971, coloca-o como Capitão, atuando no CISA do Rio
de Janeiro (Base Aérea do Galeão) e é feita pelo preso político Alex
Polari de Alverga, nos Processos n° 85 da 1° Auditoria da Marinha; n°
89/71-T da 1° Auditoria da Aeronáutica e n° 307/71 da 2° Auditoria
da Marinha. Declara Alex que, em 1971, tinha 21 anos e era estudante, e
em Auditoria Militar denunciou que: “... foi também interrogado no
CISA pelo delegado Sérgio Fleury, que a tortura foi comandada pelo
Brigadeiro Delamora, Coronel Alcântara, capitão Lúcio Barroso ... que
o declarante também sofreu torturas no CISA, na Base Aérea do Galeão,
praticados pelo Brigadeiro Delamora, Coronel Alcântara, Capitão Lúcio
Barroso ..., que o declarante veio a saber dos nomes acima referidos por
serem notórios torturadores ...; foi encaminhado ao CISA, onde sofreu
também torturas (pau-de-arara, choques elétricos, afogamentos e injeção
de pentotal); que neste local as torturas lhe foram aplicadas pelo
diretor do CENIMAR, pelo Coronel Alcântara e pelo capitão Barroso ...;
no CISA passou 25 dias sendo torturado ...”. Estas declarações
encontram-se da pag. 222 à 229 do Volume I - “As Torturas”, do
Projeto Brasil Nunca Mais.
Na
lista do GTNM/RJ, o nome de Lúcio Valle Barroso aparece como membro dos
órgãos da repressão, sendo em 1971, Capitão Aviador, atuando no CISA/RJ,
e tendo o codnome de Dr. Celso. Em 1972 foi transferido para Brasília.
Fez
“Escola das Américas”, em 1970, como Capitão, diplomando-se em
“Inteligencía Militar para Oficiales”, no período de 05 de janeiro
a 24 de abril.
Rio
de Janeiro, 07 de junho de 1999
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