Estudo
de 10 Casos – ACAT- Brasil
1º
caso
1.Historia
pessoal da vitima:
Nilson
Saldanha
casado,
pai de 03 filhos menores, morador da periferia da grande S.Paulo
Preso
em 15/06/99 pela policia civil acusado de assalto.
Foi
torturado no 70 DP (distrito policial) e posteriormente no 50 DP
pela própria policia
Civil,
sofrendo espancamento, choques, pontapés e
coronhadas de revolver.
A
tortura o levou a óbito, deixando a família desamparada e em
estado de choque pos-traumatico.
2.Assistência
que foi providenciada pela organização:
Através
de indicações de pessoas já atendidas pela organização, por um
jornalista que conhece a organização
e outras ONGs.
O
caso foi denunciado a imprensa e a família foi acompanhada
a Corregedoria da policia
para oficializar a denuncia. Fizemos contatos com a imprensa,
contatos com outras autoridades da área, solicitação de
exame de corpo de delito, oferecendo acompanhamento jurídico,
psicosocial e espiritual á família.
Foi
realizado uma avaliação psiquiátrica, psicológica e social da viúva,
cujo relatório foi remetido ao Ministério Publico, constando como
seqüela da tortura de
seu marido um quadro de stress pos-traumatico e posteriormente alteração duradoura de
personalidade.
A
assistência deu-se através de profissionais da ACAT-Brasil,
Pastoral Carcerária e Comissão de Direitos Humanos da Assembléia
Legislativa de S.Paulo.
A
assistência teve inicio na própria delegacia, onde foram
providenciados os devidos encaminhamentos. Após esses
primeiros passos a assistência
passou a ser oferecida pela
ACAT-Brasil em sua sede e no fórum.
3.
Os resultados:
O
processo está no ministério publico para apurar o crime de
tortura e seus algozes. Até o momento nenhum dos
torturadores foi a júri. A esposa apresenta sinais de recuperação
e dois de seus filhos também
apresentam sinais de melhora, entretanto
o mais novo continua muito revoltado, sem estudar, pensando
em vingança.
4.
A futura assistência:
Sim,
a ACAT planeja dar continuidade de assistência a família.
Através
de solicitação de indenizações por danos físicos e morais, terapia
individual e grupal especialmente para as crianças, contatos e
visitas habituais á família através da assistente social da ACAT.
A
assistência continuará o tempo que for necessário até a recuperação
dos vitimados, mesmo que se prolongue por mais alguns anos.
Ressarcimento
do estado, punição aos culpados, recuperação psicológica da família
e reinserção ao convívio social.
2º
caso:
1.Historia
pessoal da vitima:
Ricardo
Bueno Corrêa
22
anos, casado, pai de uma filha de 2 anos de idade e morador da
periferia de São Paulo.
Foi
preso em 04/01/01 pela Guarda Municipal de Barueri e pela Polícia
Civil acusado de crime de estupro. Ficou detido por uma noite até o
dia seguinte quando foi liberado por falta de reconhecimento por
parte da vítima.
Foi
torturado na Cadeia Pública de Barueri pela Polícia Civil na noite
da prisão, sofrendo agressões como “telefone”, choques,
espancamento com ferro, pontapés, chutes e afogamento.
Solto
no dia seguinte, chegando em casa, seu pai e sua esposa ao verem seu
estado foram à cadeia solicitar o exame de corpo de delito. O
delegado não aceitou a intervenção da família, dirigindo-lhes
ofensas racistas e de baixo calão, e mandou prender novamente a vítima
novamente. R ficou preso por 7 meses, sofrendo novas torturas.
Como
conseqüência das torturas sofridas, a vítima apresentou stress pós-traumático,
surdez, enurese noturna, desequilíbrio emocional e dificuldade de
relacionamento com a família e dificuldades de convívio social.
Perdeu seu emprego, deixando a família com dificuldades
financeiras.
2.Assistência
que foi providenciada pela organização:
O
genitor da vítima procurou a ACAT pessoalmente, relatando o
ocorrido.
Foi
encaminhada a denúncia para as autoridades competentes, para as
ONGs nacionais e internacionais de direitos humanos entidades e a
imprensa local. Foi oferecida assistência jurídica, médica,
psiquiátrica, psicológica e social pelos profissionais da ACAT.
Esse
acompanhamento é oferecido na sede da própria organização, no fórum
e na cadeia.
3.
Os resultados:
A
assistência jurídica provou a inocência da vítima, conseguindo
sua liberdade. O processo continua na 2º Vara Criminal de Barueri
para apuração dos crimes de tortura, racismo e abuso de
autoridade, e julgamento dos responsáveis. A vítima recentemente
conseguiu um emprego num restaurante, entretanto sua recuperação
psicológica ainda é lenta, devido a gravidade das seqüelas e da
disponibilidade de horário de trabalho.
4.
A futura assistência:
A
ACAT continuará a oferecer assistência jurídica, médica, psicológica
e social à vítima e aos seus familiares por tempo indeterminado
devido à gravidade do estado da vítima.
A
ACAT espera como resultado que os torturadores sejam punidos, que o
Estado cumpra o ressarcimento por danos morais e físicos, além da
recuperação das seqüelas da tortura e da melhoria no
relacionamento familiar e reintegração ao convívio social.
3o
Caso:
1.
História pessoal da vítima
Mário
Célio Cardoso
Solteiro,
31 anos, morador de Guarulhos, Grande São Paulo.
Preso
em Abril/97 por policiais civis do DEPATRI acusado de latrocínio.
Foi
torturado por policiais civis sofrendo espancamento com tacos de
beisebol nas dependências do DEPATRI numa seção de tortura
coletiva de 107 presos. O processo está como segredo de justiça.
Como
conseqüência das torturas, a vítima sofreu traumatismo crânio
encefálico com crises convulsivas, fazendo até hoje uso de medicação
psicotrópica (Gardenal). A vítima apresenta humor depressivo com
crises de choro freqüentes.
2.Assistência
que foi providenciada pela organização:
Os
familiares de algumas vítimas formularam a denúncia à Pastoral
Carcerária que encaminhou a Comissão de Direitos Humanos da
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Devido ao
envolvimento de muitos policiais e muitas vítimas, o processo
permaneceu desde 1997 como segredo de justiça e seu andamento
tornou-se vagaroso, uma vez que era necessário a autorização
formal de pelo menos uma das vítimas para acesso ao segredo de
justiça. A denúncia foi encaminhada à ACAT na ocasião de sua
fundação e a organização tentou entrar em contato com os
familiares dos 107 presos através de correspondência. A mãe da vítima
procurou a ACAT e o caso foi denunciado a imprensa.
Foi
realizado um acompanhamento social da mãe, e no momento está sendo
assistida juridicamente e psicologicamente pelos profissionais da
ACAT. Segundo avaliação psicológica, a mãe apresenta crises
nervosas, depressão e comportamento desequilibrado frente
autoridades. Essa assistência é oferecida na sede da organização.
3.
Os resultados
Do
ponto de vista jurídico, ainda não conseguimos resultados
concretos uma vez que o processo tramita em segredo de justiça. Até
o momento não houve acusação ou julgamento
dos responsáveis pelo crime de tortura. Atualmente a vítima
está presa em regime fechado no presídio de Pacaembu e passa por
exames para progressão de regime. A psicóloga da ACAT realizou
contato telefônico na unidade. A mãe continua em acompanhamento
psicológico e apresenta melhoras.
4.
A futura assistência
A
ACAT retomará a assistência jurídica, através de visita á
unidade penitenciária. A mãe da vítima continuará sendo
assistida psicologicamente
através de atendimento grupal de familiares. Essa assistência
continuará por tempo indeterminado devido à gravidade do estado da
vítima e a dimensão do processo. A ACAT espera como resultado que
o ressarcimento do Estado, punição dos culpados e recuperação
psicológica e reinserção social da vítima e da família.
4º
Caso
1.
Historia pessoal da
vitima:
Otávio
dos Santos Filhos
Casado,
29 anos, pai de duas filhas menores morador na periferia de São
Paulo.
Preso
Otávio dos Santos Filhos
em
Março de 1997 por policiais Civis do Depatri.
Foi
torturado por policiais civis sofrendo vários ferimentos com
hematomas pelo corpo todo, chegando várias vezes a vomitar sangue,
as torturas aconteceram nas dependências do Depatri. (Del. De Crime
Patrimoniais).
Como
conseqüência das torturas, a vitima sofreu multiplas lesões com
hemorragia pulmonar, lesões no crânio, com sério problema de
respiração e forte dores, indo a óbito.
2.
assistência que foi
providenciada pela organização:
Os
familiares ao saberem do ocorrido com Otávio dos Santos Filho,
entraram em contato com o advogado e também com a Pastoral Carcerária
e com a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Otávio foi
encaminhado para o hospital no qual não foi de grande ajuda, pois
logo após o encaminhamento ao hospital voltou a ser torturado
chegando dias depois a morte.
Perante
a ajuda da pastoral Carcerária e da Assembléia Legislativa do
Estado de São Paulo, foi instaurado o inquérito policial a
Pastoral Carcerária também pediu novamente o exame de Corpo de
Delito, que não foi realizado oficialmente, consegui-se através de
um médico legista particular.
3.
Os resultados:
Ainda
não conseguimos um resultado satisfatório que nos mostra uma real
justiça.
O
processo tramita em lentidão. Até o momento não houve julgamento,
o processo iniciou-se em 1997 e ainda não foi encerrado, ou seja
ainda não há processo criminal. Nenhum policial sequer foi ouvido
e nem para reconhecimento. Em 1999 o caso foi passado para a ACAT.
4.
A futura assistência:
A
Pastoral Carcerária e a ACAT, por tanto continua ajudando no que
for preciso para que o caso fique resolvido com justiça.
A
ACAT está oferecendo assistência a família através psicólogos,
médicos psiquiátrico e com documentação de inquérito para a
resolução do caso.
Como
já esgotamos todos os recursos junto a justiça, pretendemos
encaminhar o caso para a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
5º
Caso
1.
História pessoal da vítima:
Otávio
Luiz Cepi Teixeira
Casado,
38 anos, pai de duas filhas, guarda civil de profissão.
Preso
em 12 de março de 2001 na sua residência no bairro do Jabaquara
por policiais do DEPATRI, acusado de participação na morte de um
delegado.
Foi
agredido ainda dentro de sua casa, teve seus pertences revirados,
sua arma e outros objetos pessoais furtados.
Foi
torturado por diversos policiais civis na sede do DEPATRI,
primeiramente através de socos e pontapés, posteriormente foi
colocado em cavalete, ligaram fios nos dedos do pés e no pênis e
sofreu sessões constantes de choques por vários dias.
Como
conseqüência das torturas toma medicações para depressão, tem
pesadelos, a perna direita perdeu movimentos e não sente o pé.
2.
Assistência providenciada pela Organização:
A ACAT foi
procurada por Iguez, esposa de Otávio que formalizou a denúncia de
tortura. Em 08 de novembro de 2001, foi realizada visita de
fiscalização no 08º DP, pela ACAT através de sua psiquiatra e
sua assistente social. Em decorrência da visita da ACAT, o Juiz
solicitou a realização de exame de corpo de delito no IML. Foi
também marcada consultas com neurologista e dentista, porém não
foi levado aos atendimentos. Tem termo de representação jurídica
pela ACAT, e sua situação processual está sendo acompanhada.
3.
Os resultados:
Otávio
atualmente encontra-se no 08º Distrito Policial. Do ponto de vista
jurídico algumas audiências foram realizadas. A esposa Iguez e as
filhas estão sendo atendidas. Devido a dificuldade de horário da
família, não há um acompanhamento sistemático.
4.
A futura assistência:
A
ACAT prestará a assistência jurídica buscando como resultado o
ressarcimento do Estado e punição dos culpados, no caso da
tortura.
Os
familiares são assistidos social e psicologicamente, visando a
recuperação emocional da esposa e das filhas.
6º
Caso
1.
História pessoal da vítima:
Wander
Cosme Carvalheiro
Casado
com quatro filhos (dois biológicos) sem passagens na polícia nunca
cometeu nenhum delito trabalha como autônomo vendendo comida junto
com a esposa.
-
Em que contexto ele foi
torturado:
Houve
o assassinato de um delegado e o colocaram como suspeito do crime,
mesmo alegando inocência e tendo provas que não podia ser ele.
-Tipo
de tortura que sofreu:
Torturas
físicas e psicológicas, o colocaram no pau de arara, deram choques
elétricos, introduziram madeira no ânus, ameaçaram torturar seus
familiares.
-
Que tipo de torturadores:
Policiais
Civis e assistentes
-
Que tipo de trauma psicológica e física a vítima sofreu:
Paciente
com stress pós traumático, assusta-se sempre que o chamam e começa
a ter sudorese por receio de suas torturas.
2.
A Assistência providenciada pela Organização:
Foi
feita avaliação psiquiátrica de Wander no Presídio que se
encontrava CDP do Belém II, acompanhamento social e psiquiátrico
com denúncias de suas torturas no CDP de Vila Independência.
Acompanhamento psicológico e social aos familiares - esposa e
filhos.
A)
Como a vítima entrou em contato com a Organização:
Através
de sua esposa e seus pais que nos procuraram na
sede da ACAT
B)
- Que tipo de assistência foi providenciada pela Organização:
Setor
Jurídico entrou denunciando caso de tortura.
Psiquiátrico,
avaliando a vítima e medicando-a no presídio que se encontra.
Psicológico,
aos seus familiares.
Social,
acompanhando a relação familiar
C)
- Que tipo de funcionário encarregou-se da assistência:
Padre,
assistente social, psicóloga, psiquiatra e advogada.
D)
- Onde a assistência foi providenciada:
Tanto
na sede da ACAT para os familiares, na Corregedoria de Policia
e nos Presídios
para vítima.
3
- Os resultados:
-
que resultados foram alcançados através da assistência pela
Organização:
-
A vítima consegue dormir e ficar mais calma e mais confiante.
-
Foi denunciado o caso no Ministério Público como tortura
-
A Coordenadora da ACAT e um sacerdote também da
ACAT foram testemunhas no casamento civil da vítima dentro do presidio.
4.
A futura assistência:
Solicitação
de indenização por danos morais e por tortura.
Atendimento
especializado às crianças
7º
Caso
1.Historia
pessoal das vítimas
-Ricardo
José de Melo
Cumpriu
pena de 1 ano e 6 meses no 57º DP por furto. Foi colocado em
liberdade dia 11/12/01.
Dia
27/01/02, voltando do trabalho provisório para casa, a policia viu
um carro aberto sem o toca-fitas. Parou Ricardo que ia passando pelo
local e o acusou de Ter feito o roubo. Ricardo negou veementemente
dizendo que não fora ele. O policial entrou na viatura pegou
2 litros de gasolina jogou na perna de
Ricardo e em seguida ateou fogo.
O
ato foi praticado pela policia civil do 12º DP. Ricardo ficou
2 meses internado, precisou fazer cirurgias e enxertos na
perna. Perdeu totalmente o movimento da perna. Esta sem trabalhar,
se sente perseguido e injustiçado.
2.Assistencia
providenciada pela organizaçao:
A
vitima já conhecia nosso trabalho atraves de visitas no DP, depois
de ser solto frequentava a Pastoral Carceraria e a ACAT. Vinha uma
vez por semana fazer visita.
Denuncia
junto as autoridades e a imprensa (Revista Epoca), solicitaçao de
indenizaçoes, acompanhamento juridico, (Lei.9455 – Sobre a
Tortura) Lei 4898 Abuso
de poder de autoridade). Acompanhamento social e psicologico.
Profissionais da equipe multidisciplinar acompanham o caso na sede
da ACAT.
3.Os
resultados:
Até
o momento o único resultado concreto e
visivel é a melhora
psiquica de Ricardo, onde conseguimos uma muleta para que o mesmo
possa se locomover. A nivel juridico, aguarda-se resposta das
autoridades.
4.A
futura assistencia:
Sim,
atraves de acompanhamento psiquico/social e juridico. A assistencia
sera prestada até a conclusao do fato e melhora da vitima.
Esperamos que a
Lei 9455 que defina e tipifica os crimes de tortura seja efetivada
como tambem a Lei 4898 que pune o abuso de poder praticado pelas
autoridades que inflingiram sua funçao, ressarcimento a vitima
atraves de indenizaçoes.
8º
caso
–
História pessoal da vítima:
Rodrigo
Isac dos Santos
O
jovem Rodrigo saiu para ir a um baile com os amigos em 18 de
novembro de 2001 e não voltou.
Após
40 dias de busca seu genitor junto com outro jovem identificou a
ossada do filho em um matagal. Segundo seu genitor, o osso do braço
estava quebrado, mostrando sinal de tortura.
Conforme
testemunho dos demais jovens, os policiais militares o colocaram em
uma viatura.
2
– Assistência providenciada pela Organização:
O
pai formulou a denúncia pessoalmente, pois pessoas que conheciam a
ACAT recomendaram ao mesmo.
Foi
feito um relatório e encaminhado as autoridades, Ongs nacionais e
internacionais.
Entrevista
com a família da vítima e testemunhas.
A
família está sendo assistida por assistente social, advogado e
psicólogo.
A
assistência está sendo fornecida na sede da ACAT e conforme a
necessidade em outros lugares, visto tratar-se de um caso recente.
3
– Os resultados:
-
Divulgação na imprensa
-
O Ministério Público está investigando
-
Foram abertos 03 processos
-
Inquérito policial militar (IPM).
-
Sindicância pela Corregedoria de Polícia
-
Sindicância na Justiça Militar
-
Os PM’s foram afastados da ativa e estão em trabalhos
internos.
4
– A futura assistência:
Aguardamos
que após as primeiras conclusões o caso passe para a justiça
comum.
Ressarcimento
a família por danos morais e físicos.
A
assistência será providenciada por tempo indeterminado, pois esse
caso nos parece complexo e grave.
Esperamos
que realmente o caso passe para a justiça comum, saindo da justiça
militar, bem como seja apurado o crime e os culpados punidos.
O
pai e a mãe da vítima serão acompanhados por nossos
profissionais.
9º
caso
1
– História pessoal da vítima:
Jurandir
Borges Ribeiro
A
vítima trabalha no serviço público como agente de segurança
penitenciário, após o período de um ano de efetivo serviço público,
passou a ser perseguido por seus superiores hierárquicos na frente
dos demais colegas de trabalho, ficando muito abalado
psicologicamente e com medo de continuar a exercer as suas
atividades, ficando nesses últimos dias gravemente doente, foi
processado administrativamente para ser demitido do serviço público,
mas ficou provada a sua ótima conduta bem como sua permanência no
serviço público.
2
– Assistência providenciada pela Organização:
A
vítima chegou até a organização através de um membro da equipe
multidisciplinar que faz plantão em seu local de trabalho.
Estamos
oferecendo assistência psicológica, médica e jurídica, incluindo
seus dependentes.
Todos
os profissionais da ACAT estão comprometidos nesse caso.
A
assistência está sendo fornecida na sede da ACAT e conforme a
necessidade em outros lugares, visto tratar-se de um caso recente.
3
– Os resultados:
Até
o momento não temos resultado, visto ser um caso recente.
4
– A futura assistência:
Estaremos
assistindo a vítima pela equipe médica, social, psíquica e jurídica
na conformidade do caso.
Esperamos
conseguir o mais breve possível a transferência da vítima desse
pesado ambiente de trabalho, para uma outra unidade prisional sem
perseguições e torturas bem como atuaremos na melhora de sua auto
estima.
10º
caso
1
- História pessoal da vitima:
Rosana
Ferreira Gama
Casada,
29 anos, mãe de 3 filhos menores, moradora da periferia de São
Paulo
Esposa
do preso Luiz Fernando de Souza Menezes, hoje na Penitenciaria de
Araraquara, interior de S.Paulo.
Rosana
foi visitar seu marido que estava preso
na época no Carandiru, dia da mega rebelião, 18/02/01. O
Pavilhão 1 não estava rebelado, Rosana estava na cela com seu
marido quando avisaram da rebelião. A pequena Ingrid de 03 anos,
filha do casal, começou a passar mal devido a fumaça. Rosana saiu
e foi para a quadra, e aguardou sentada em um banco com a
filha no colo até que pudessem sair para um local mais seguro. A Tropa de Choque da policia
militar começou a
atirar bombas de borracha e de efeito moral.
Rosana
para proteger a criança colocou sua mão direita sob a
mesma, foi atingida na mão, pescoço e braço, foi hospitalizada,
levou 121 pontos na mão perdendo os
movimentos. A pequena Ingrid também foi hospitalizada por
mais de um mês na Santa Casa de Misericórdia, permanecendo na UTI
– Unidade de Tratamento Intensivo por 20 dias em coma. Sofreu 3
cirurgias, sendo uma no rosto, no peito e no braço. A criança esta
deformada, necessitando de outras cirurgias, bem como Rosana. Rosana
vendeu o pouco que tinha para salvar a vida da filha. Vive hoje de
favor, num pequeno quarto, sem as mínimas condições de sobrevivência.
Desamparada totalmente pelo Estado.
Rosana
esta traumatizada como também seus filhos, chora muito, tem crises
depressivas.
2.
Assistencia providenciada pela organização:
Através
de indicações de pessoas já atendidas pela organização.
Foi
feito denuncia publica, ofícios solicitando a continuidade do
tratamento (que ainda não aconteceu) ofícios para o governador e
autoridades competentes, informando a situação.
Rosana
e seus filhos estão sendo atendidos pelos profissionais da organização
(psicólogos, psiquiatras, assistente social, jurídico) na própria
sede.
3.
0s resultados:
Até
o momento, com relação ao governo, nenhuma assistência foi dada
as vítimas. De nossa parte todos os encaminhamentos foram dados,
inclusive uma cesta básica mensal. A mãe está apresentando sensível
melhora, pois , alem de acompanhamento mais especifico, faz parte
também do grupo de suporte terapêutico as vitimas, uma vez por
semana na sede.
4. A futura
assistência:
Sim,
a ACAT pretende dar continuidade as vítimas.
Através
de solicitação de
indenizações por danos morais e físicos, terapia individual e
grupal, visitas a família através da assistente social da ACAT.
A
assistência continuara pelo tempo que for necessário,
até obtenção dos direitos solicitados.
Esperamos
que o Estado reconheça e assuma sua culpa, recuperação psicológica
da família,
inclusive
da pequena Ingrid.
10º
caso
1
– História pessoal da vítima:
Rosana
Ferreira Gama
confeiteira,
29 anos, mae de 03 filhos menores,- moradora na Travessa Lois, 213
– Pedreira – Santo Amaro – CEP 04469-020 – Tel: 5612-7911
(tio) e 5612-2528 (recado).
Esposa
de Luiz Fernando de Souza Menezes hoje preso na Penitenciária de
Araraquara e mãe de Ingrid Ferreira Gama, de 04 anos.
Este
lamentável fato ocorreu no dia 18 de fevereiro de 2001,
aproximadamente ás 12:00 horas, dia de visitas, data que nomeou-se
como ‘mega rebelião’ dos Presídios de São Paulo.
Rosana
estava no 1º Pavilhão da Penitenciária do Estado visitando o
marido, quando a avisaram que a rebelião havia iniciado. Ela e a
filha Ingrid na época com 03 anos, ficaram na cela. Os rebelados
começaram a atear fogo nos colchões. Ingrid começou a passar mal,
devido a isso, Rosana foi para a quadra e aguardou sentada com sua
filha no colo para que pudessem sair. Neste momento, a Tropa de
Choque da Polícia Militar começou a jogar bombas de borracha e de
efeito moral.
Rosana
colocou o braço direito na frente da filha para protegê-la dos
explosivos, que por fim acabaram por atingi-las. Gravemente feridas
pelos estilhaços do artefato, Ingrid desmaiou pois a bomba explodiu
em seu peito atingindo seu rosto e o braço. Rosana ao tentar
proteger a filha teve tambem sua mao gravemente afetada. Rosana
ficou com sérias lesões no braço direito, mao,
pescoço e rosto.
A
Tropa de Choque da Polícia Militar, com escudos na frente, impedia
Rosana de passar com a filha ferida pelas galerias do Presídio para
socorrê-la. Mas um Policial Militar vendo a situação de Rosana e
Ingrid, mandou que a mesma corresse. Rosana correu até o final das
três galerias, onde uma ambulância e um funcionário de nome ‘Sérginho’
socorreu a criança e a mãe. As
duas foram hospitalizadas. Ingrid ficou por mais de um mês
internada na Santa Casa de Misericordia,
20 dias na UTI em estado de coma. Sofreu 3 cirurgias de
grande importancia e necessita outras pois seu rosto, peito e braços,
ficaram totalmente deformados.
Rosana com 121 pontos na mão direita, está impossibilitada
de exercer sua profissão.
Rosana
vendo o estado da filha, se
desfez de seus bens, (geladeira, freezer,
eletro-domesticos)
que já eram poucos para salvar a vida de sua filha, tinha
que pagar as despesas hospitalar, pois,
várias cirurgias em partes atingidas do
corpo da criança foram realizadas.
Hoje
Rosana mora em um pequeno quarto de favor, passa por necessidades,
está desempregada e precisa dar continuidade ao tratamento de
Ingrid e ao seu.
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