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OEA PEDE PROTEÇÃO
PARA 10 MARCADOS DE MORTE NO RN

26/12/96

Emanuel Neri
Folha de São Paulo

Relação dos dez ameaçados:

Emanuel Cristovão Cavalcanti
procurador de justiça do Rio Grande do Norte

José Maria Alves, Fernando Batista Vasconcelos,
Anísio Marinho Neto,
Paulo Leão Dantas
Luis Lopes de Oliveira Filho
e José Augusto Perez
promotores

Plácido Medeiros
delegado

Roberto de Oliveira Monte
e Luis Gonzaga Dantas ativistas de Direitos Humanos

A Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) solicitou oficialmente ao governo americano a proteção policial de dez pessoas ameaçadas de morte por um grupo de extermínio de Natal(RN).

A OEA atende pelo pedido da Humans Rights Watch/Americas, maior entidade americana de direitos humanos, que acusa polciais civis daquele estado de integrar grupo de extermínio chamado "Meninos de Ouro".

Na petição encaminhada a OEA que solicitava medida cautelar para proteger as pessoas ameaçadas Humans Rights diz que o grupo é responsável por 28 assassinatos – muitas das vítimas teriam sido mortas sumariamente.

Entre as pessoas ameaçadas de morte estão o procurador-geral de Justiça do rio Grande do Norte, seis promotores, um delegado de polícia e dois integrantes do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Natal.

Todas elas estão envolvidas na apuração dos crimes atribuídos ao "Meninos de Ouro". A entidade diz que o grupo é comandado por Maurílio Pinto de Medeiros, ex-secretário adjunto da Segurança Pública daquele Estado.

Medeiros foi afastado depois da morte, no último dia 20 de outubro, de Francisco Gilson Nogueira de Carvalho. Advogado e ativista de Direitos Humanos, Carvalho foi assassinado em Macaíba, próximo a Natal, com três tiros de fuzil.

Carvalho também atuava como assistente do Ministério Público nos processos dos crimes atribuídos aos " Meninos de Ouro". Um desses crimes ficou conhecido por "chacina de Mãe Luiza" em 95.

Mãe Luiza é um bairro pobre de Natal. Três pessoas ficaram feridas, entre elas, uma mulher grávida, foram mortas – outras quatro ficaram feridas.

Por causa desse crime , foi preso o policial " Jorge Abafador". Mas ele goza de prisão especial.

No dia da morte de Carvalho, o delegado Plácido Medeiros de Souza, responsável pelas investigações, constatou que Abafador não estava na prisão. Segundo Souza, ele havia saído um dia antes e só voltou um dia depois.

Grupos de Direitos Humanos de Natal suspeitam que Abafador seja um dos assassinos do advogado. Ao sair da prisão, na véspera do crime, ele estava acompanhado de Francisco Gomes de Souza, motorista do ex-secretário.

Depoimento escrito pelo ex-secretário, anexado à petição enviada a OEA, diz que "Abafador", deixa a prisão constantemente. Em muitas ocasiões, saiu acompanhado de Maurílio Pinto Júnior, filho do ex-secretário Medeiros.

Por causa da investigação o delegado foi ameaçado de morte.

GOVERNO APURA DENÚNCIA

da Reportagem Local

O Itamaraty confirmou que o governo brasileiro recebeu comunicado da OEA pedindo proteção para dez pessoas ameaçadas de morte em Natal.

Francisco Chagas, do Itamaraty, diz que o pedido da OEA foi imediatamente encaminhado ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, órgão do Ministério da Justiça.

Segundo o Itamaraty, o conselho já nomeou uma comissão para apurar a denúncia. O coordenador do conselho, Humberto Espíndola, deve ir a Natal no início do ano para acompanhar as apurações.

Desde a última terça-feira a FOLHA DE SÃO PAULO vem tentando falar com o secretário de segurança do Rio Grande do Norte. Seus telefones não atendem.

O mesmo acontece com os telefones de José Wilde, assessor de imprensa do governo local.

O ex-secretário Maurílio Medeiros também não foi localizado. Em entrevistas anteriores, ele sempre negou seu envolvimento no grupo de extermínio "Meninos de Ouro".

GRUPO AGIRIA EM OUTROS ESTADOS

da reportagem local

Além do Rio Grande do Norte, segundo a Humans Rights, os "Meninos de Ouro" agem em outro Estados nordestinos. São envolvidos em outros tipos de crime, como torturas e outras violações de direitos humanos.

Na petição enviada à OEA, a Humans Rights pede que o órgão "atue imediatamente para impedir que continuem as intimidações e a consumação de graves violações de direitos humanos por agentes do Estado" contra pessoas que investiguem esses crimes.

A Humans Rights pede também que a OEA solicite ao governo brasileiro providências para acabar com a "impunidade dos responsáveis" pela série de crimes ocorrida em Natal.

 
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