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Primeiro Relatório Nacional sobre os Direitos Humanos no Brasil


RONDÔNIA

Rondônia tem uma população de 1.229.306 habitantes, sendo que 762.755 habitantes (62% da população) residem em áreas urbanas e 466.551 habitantes (38%) residem em áreas rurais. Em 1996, Rondônia era um dos 11 estados brasileiros com um alto índice de desenvolvimento humano (0.820). O Índice de Desenvolvimento Humano de Rondônia cresceu em média 1,9% ao ano de 1991 a 1995 e 4,9% de 1995 a 1996. O produto interno bruto per capita, ajustado ao poder de compra local, era de US$ 6.398. A distribuição de renda é desigual. Os 10% mais ricos têm 41,23% da renda, enquanto os 40% mais pobres têm 10%.

A taxa de alfabetização de adultos é de 85,8%. Mas 36,7% da população adulta têm menos de quatro anos de estudo e apenas 2,7% da população adulta têm 12 anos ou mais de estudo.

A taxa de mortalidade infantil é 41 mortes por 1.000 nascidos vivos. A taxa de mortalidade por homicídio em 1996 foi 24,40 mortes por 100.000 habitantes, mas já atingiu 43,61 mortes por 100.000 habitantes em 1991. Em 1997, segundo a Secretaria da Segurança Pública, a taxa subiu novamente para 40,22 homicídios por 100.000 habitantes.
Rondônia é um estado com 21 áreas de conflitos rurais, envolvendo 8.918 pessoas. Em 1997 não houve assassinatos em áreas de conflito rural, mas quatro pessoas, uma delas menor de idade, estavam submetidas ao trabalho escravo) em duas fazendas. Em 1996, 9,290 pessoas estavam envolvidas em 16 conflitos rurais, durante os quais houve um assassinato e três tentativas de assassinato.

Das 28 áreas indígenas no estado, 13 estão registradas em cartório. Duas áreas foram delimitadas e duas outras identificadas. Onze ainda não foram identificadas. Nos últimos 10 anos, os índios dos grupos Kanoê e Tupari habitando a terra indígena Igarapé Omerê, nas proximidades da Fazenda Modelo, em Chupinguaia, no sul do estado, estão sendo atacados e expulsos de suas terras por fazendeiros pecuaristas. Em janeiro de 1996, o fazendeiro mandou retirar à força os índios cuja aldeia estava localizada dentro da Fazenda Modelo e destruir malocas e roças para impedir a identificação de terras indígenas na área da fazenda.

O Estado enfrenta graves problemas de criminalidade, violência contra trabalhadores rurais e indígenas, o tráfico de drogas, a prostituição de adolescentes, o trabalho infantil e a criminalidade violenta. A polícia não está preparada nem equipada para realizar um controle eficaz da criminalidade. Na prisão albergue de Ariquemes, cinco presos foram assassinados por policiais civis e militares em maio de 1997. Dois inquéritos policiais foram abertos e ainda estão em andamento.

MONITORAMENTO DOS DIREITOS HUMANOS

O monitoramento das violações de direitos humanos é feito principalmente por entidades da sociedade civil como o Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Velho, o Movimento Nacional de Direitos Humanos, a Comissão Pastoral da Terra e o Conselho Indigenista Missionário.

Corumbiara

Na madrugada de 9 de agosto de 1995, 187 policiais militares realizaram operação para retirar 2.500 pessoas que ocupavam a fazenda Santa Elina, nas proximidades de Corumbiara. Os trabalhadores rurais reagiram, houve troca de tiros. Onze pessoas morreram, 9 trabalhadores e 2 policiais, inclusive uma menina de 7 anos. Mais de 100 pessoas ficaram feridas. Laudos médicos mostraram que os trabalhadores foram espancados e mortos à queima-roupa pelos policiais. Ainda em 1995 foram instaurados dois inquéritos: um na polícia civil e outro policial militar. O governador do estado demitiu o secretário da Segurança Pública e o comandante da polícia militar em Corumbiara. O Ministério Público apresentou denúncias contra policiais militares e foram abertos processos criminais na Justiça Comum e na Justiça Militar. Em outubro de 1995, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Porto Velho, a Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos, a Human Rights Watch/Americas e o Centro pela Justiça e o Direito Internacional – CEJIL apresentaram denúncia à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da OEA (Caso 11.556).

Bom Futuro

No garimpo de Bom Futuro, da Empresa Brasileira de Estanho, localizado em Ariquemes, a 360 km de Porto Velho, 300 crianças com menos de 14 anos e outros 400 adolescentes de até 18 anos trabalhavam em c ondições subumanas na exploração da segunda maior jazida de cassiterita do país em abril de 1997. Crianças de até cinco anos foram encontradas no garimpo, sendo que este trabalho é proibido para menores de 18 anos por ser perigoso. Após a denúncia, o governo federal, a prefeitura de Ariquemes e a Empresa Brasileira de Estanho fizeram acordo para a construção e manutenção de uma escola e para concessão de bolsas de R$ 50,00 para retirar as crianças de sete a 14 anos do garimpo. A escola foi inaugurada em 30 de maio de 1998, mas nesta data as crianças ainda continuavam trabalhando no garimpo;

Ovelário Tames

Na madrugada de 23 de outubro e 1988, o índio Ovelário Tames foi preso por um policial civil, aparentemente, sem nenhuma justificativa legal em Boa Vista, Rondônia. Tames foi agredido pelo policial e colocado numa cela sangrando muito. Sem receber assistência dos policiais, Tames faleceu na manhã seguinte. O Conselho Indígena de Roraima, o Centro pela Justiça e o Direito Internacional e a Human Rights Watch/Americas levaram o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA em julho de 1995 (Caso 11.516).

INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS E PARCERIAS COM A SOCIEDADE CIVIL PARA A PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Por intermédio do Departamento da Criança e do Adolescente, da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, foram financiadas ações voltadas para o adolescente em conflito com a lei e a exploração sexual infanto-juvenil.
A Secretaria Nacional dos Direitos Humanos em parceria com o Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário – IBEAC realizou curso com objetivo de mobilizar entidades locais para a temática dos direitos humanos e cidadania.
O Grupo Especial de Fiscalização Móvel, criado pela Portaria MTb No 550/95, como estrutura operacional do Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado – GETRAF realizou, entre 1995 e 1998, operações de fiscalização nas atividades da agroindústria canavieira, madeireira, mineração e indústria de cerâmica que resultaram na lavratura de aproximadamente 260 autos de infração e alcançou cerca de 2.088 trabalhadores.

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