O
Distrito Federal tem uma população
de 1.821.946 habitantes, sendo que 1.692.248
habitantes (92,9% da população)
residem em áreas urbanas e 129.698 habitantes
(7,1%) residem em áreas rurais. Em 1996,
o Distrito Federal tinha um alto índice
de desenvolvimento humano (0.869), igual ao
do Rio Grande do Sul, o estado com o mais alto
índice de desenvolvimento humano no país.
O produto interno bruto per capita, ajustado
ao poder de compra local era de US$ 6.580. A
distribuição da riqueza é
desigual. Os 10% mais ricos têm 4379%
da renda, enquanto os 40(4 mais pobres têm
7,66%.
A taxa de alfabetização de adultos
é de 93,7% da população
adulta. Mas 16,2% da população
adulta têm menos de quatro anos de estudo
e apenas 14,3% da população adulta
têm 12 anos ou mais de estudo.
A taxa de mortalidade infantil é de 28
mortes por 1.000 nascidos vivos. A taxa de mortalidade
por homicídio é de 38,31 mortes
por 100.000 habitantes. acima da taxa do Brasil.
Os principais problemas de violação
de direitos humanos dizem respeito à
garantia dos direitos das crianças e
adolescentes e das pessoas presas e à
garantia do direito de acesso à justiça
para a população carente.
O Distrito Federal desenvolve programas com
o objetivo de eliminar o trabalho infantil,
inclusive com a concessão de bolsa-escola
com o apoio financeiro às famílias
que mantiverem as crianças de 7 a 14
anos na escola, eliminar a exploração
sexual de crianças e adolescentes e o
abandono e os maus tratos contra a criança
e o adolescente. Houve uma diminuição
de 35,6% no número de crianças
e adolescentes em situação de
rua de 1996 para 1997, mas 574 crianças
e adolescentes ainda estavam em situação
de rua em 1997 (contra 892 em 1996). De janeiro
a agosto de 1998, entretanto, foram denunciados
445 casos de trabalho infantil. 78 casos de
exploração sexual infantil, 1.854
casos de negligência na proteção
de crianças. 1.509 casos de maus tratos
domésticos contra crianças e adolescentes
e 8.776 casos de violência contra crianças
e adolescentes.
O Distrito Federal ainda carece de infra-estrutura
e recursos humanos suficientes para aplicação
de medidas sócio-educativas aos adolescentes
autores de ato infracional, particularmente
aos jovens em regime de internação
e de semiliberdade, segundo a Comissão
de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do
Brasil – DF.
Houve melhoria no tratamento dispensado aos
presos. com a ampliação do número
de vagas no sistema penitenciário e a
diminuição do número de
presos nas delegacias. Entretanto, em pesquisa
realizada em 1996, 56% dos presos do Complexo
da Papuda disseram ter sofrido algum tipo de
violência por parte dos agentes do estado
depois de presos e apenas 18,9% disseram ter
recebido assistência judiciária
adequada.
O Distrito Federal mantém um serviço
de assistência jurídica à
população carente, mas este serviço
é insuficiente para atender a demanda,
segundo a Comissão de Direitos Humanos
da Ordem dos Advogados do Brasil – DF,
que aponta a inexistência da Defensoria
Pública no DF como uma das causas do
problema.
MONITORAMENTO
DOS DIREITOS HUMANOS
Muitas
entidades que atuam na defesa dos direitos humanos
no país têm sede em Brasília,
entre as quais: Secretaria Nacional dos Direitos
Humanos, Conselho de Defesa dos Direitos da
Pessoa Humana, Comissão de Direitos Humanos
da Câmara dos Deputados, Instituto de
Estudos Sócio-Econômicos, Ordem
dos Advogados do Brasil, Movimento Nacional
de Direitos Humanos, Fórum Nacional Contra
a Violência no Campo, Comissão
Pastoral da Terra e Conselho Indigenista Missionário.
Caso
Galdino
Na
madrugada do dia 20 de abril de 1997, cinco
jovens de classe média jogaram álcool
sobre o corpo de uma pessoa que dormia sob um
abrigo de usuários de ônibus e
atearam fogo e fugiram. A vítima do ataque
desses adolescentes veio a falecer, com queimaduras
graves no hospital no dia 21 de abril. Era um
índio Pataxó – o índio
Pataxó Galdino Jesus dos Santos –
que tinha viajado até Brasília
para reivindicar a agilização
do processo de reconhecimento do direito dos
Pataxós às suas terras. O Ministério
Público denunciou os cinco jovens por
homicídio doloso, mas a juíza
de primeira instância, responsável
pelo processo. entendeu, em agosto de 1997,
que o crime era de lesão corporal seguida
de morte. O Ministério Público
recorreu ao Tribunal de Justiça do Distrito
Federal, que confirmou a decisão da juíza
em março de 1998. O Ministério
Público entrou com novo recurso no Superior
Tribunal de Justiça em outubro de 1998.
Em 1997, entidades de defesa dos direitos humanos
e dos direitos dos povos indígenas criaram
o Comitê Galdino Jesus dos Santos para
zelar para que o assassinato de Galdino não
fique impune, sensibilizar a opinião
pública para a questão indígena,
acelerar a tramitação das propostas
de interesse dos indígenas no Legislativo
e das ações de interesse dos indígenas
no Judiciário.
O Presidente da República recebeu no
Palácio do Planalto, em audiência,
a família do índio Galdino e manifestou
seu desejo de que justiça fosse feita.
INICIATIVAS
GOVERNAMENTAIS E PARCERIAS COM A SOCIEDADE CIVIL
PARA A PROMOÇÃO E PROTEÇÃO
DOS DIREITOS HUMANOS
O
governo introduziu o policiamento comunitário,
criou conselhos comunitários de segurança
nas regiões administrativas compostos
por cidadãos eleitos pela comunidade,
autoridades policiais das cidades e pelo administrador
regional e desenvolveu programas para a paz
no trânsito e nas escolas.
Foram criadas pelo governo duas salas do cidadão
e um serviço disque-denúncia para
receber solicitações, queixas,
denúncias e sugestões dos cidadãos
relativas à segurança pública.
O governo criou a Escola Superior de Segurança
Pública, responsável pela formação
superior e integração dos membros
das diversas instituições do sistema
de segurança pública, e introduziu
a disciplina Direitos Humanos nos cursos de
formação das instituições
do sistema de segurança pública.
Está sendo desenvolvido um programa de
remoção dos presos das delegacias,
ampliação das vagas do sistema
penitenciário e incentivo ao estudo e
ao trabalho dos presos.
Há programas em todas as áreas
da administração pública
com o objetivo de garantir que todos os cidadãos
tenham acesso a serviços públicos
sem sofrer discriminação por renda,
idade, cor, gênero, orientação
sexual, condição física,
nacionalidade, crença religiosa ou convicção
política.
O governo criou um programa ostensivo para coibir
os abusos no transito, além de campanhas
para introduzir comportamentos de respeito à
lei, diminuindo pela metade os índices
de mortes provocadas por acidentes dessa natureza,
além de ter instalado dispositivos em
sinais de pedestres para facilitar a travessia
de pessoas com deficiência na visão.
Em abril de 1996 foi realizado um Seminário
contra a Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes nas Américas.
Foi redigida a Carta de Brasília, destinada
a toda a sociedade, aos governos e às
organizações não-governamentais
para reafirmar princípios, apontar situações
e soluções e conclamar a todos
para a ação contra a exploração
sexual de crianças e adolescentes.
A Secretaria Nacional dos Direitos Humanos apoiou
a criação de um serviço
de atendimento ao cidadão, para assegurar
o fornecimento de documentação
básica aos moradores da Nova Brasília.
Em parceria com o Governo Federal, o Distrito
Federal participou da experiência-piloto
do Serviço Civil Voluntário envolvendo
cerca de dois mil jovens que dispensados do
serviço militar recebiam qualificação
profissional e formação em direitos
humanos e em contrapartida realizavam serviços
comunitários.
Com a ajuda da Cruz Vermelha e da Secretaria
Nacional dos Direitos Humanos foram realizados
cursos de capacitação de policiais
para o desempenho de suas funções,
tendo presente o respeito aos direitos humanos
e a cidadania da população.
Entidades da Sociedade Civil, como a Fundação
Athos Bulcão e SOS Galera, atuam fortemente
em projetos educacionais voltados para juventude,
com uma perspectiva de propagar valores de respeito
aos direitos humanos.
O Governo Federal e do Distrito Federal deram
inicio ao engajamento do Brasil na Campanha
Criança Vivendo num Mundo com AIDS, evento
no dia mundial contra AIDS que contou com a
participação de várias
experiências exitosas da sociedade civil
e do poder público, apoiadas pelo Ministério
da Saúde.
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