Projeto DHnet
Ponto de Cultura
Podcasts
 
 Direitos Humanos
 Desejos Humanos
 Educação EDH
 Cibercidadania
 Memória Histórica
 Arte e Cultura
 Central de Denúncias
 Banco de Dados
 MNDH Brasil
 ONGs Direitos Humanos
 ABC Militantes DH
 Rede Mercosul
 Rede Brasil DH
 Redes Estaduais
 Rede Estadual RN
 Mundo Comissões
 Brasil Nunca Mais
 Brasil Comissões
 Estados Comissões
 Comitês Verdade BR
 Comitê Verdade RN
 Rede Lusófona
 Rede Cabo Verde
 Rede Guiné-Bissau
 Rede Moçambique

 

Desigualdade entre Negros e Brancos no Brasil

 

Centro de Justiça Global


Apesar do mito da democracia racial, os índices de desigualdade econômica e social entre negros e brancos demonstram o grau de racismo existente no país. A idéia de que não existe discriminação racial no Brasil foi amplamente difundida durante o regime militar. O Censo de 1970 não incluía a categoria "raça" e, portanto, não se estimulava o debate sobre a questão racial no país. Mesmo assim, estudos realizados no Brasil e no exterior demonstram que apesar das desigualdades estarem baseadas em classes sociais, o fator racial deve ser incluído nesse tipo de análise. De acordo com Florestan Fernandes, a discriminação que afeta as pessoas de cor escura no Brasil é conseqüência de uma mistura entre preconceito racial e de classe.

O Censo de 1990 demonstrou que a renda da população branca é 2,12 vezes maior do que a da população parda e 2,41 vezes maior do que a da população negra. Essa pesquisa indicou também que 18,9% da população branca tinha 11 ou mais anos de escolaridade, enquanto somente 6% da população negra alcançou esse nível. Esse tipo de estudo tem ajudado a reverter a idéia de que o Brasil é uma "democracia racial".

Uma pesquisa do Datafolha, realizada em 1995, revelou que 89% da população acreditava que os brancos eram preconceituosos em relação aos negros. Essa pesquisa incluiu também referências a 12 expressões de conteúdo racista, entre elas: "o bom negro tem alma branca" e "quando o negro não suja na entrada, suja na saída", e revelou que 87% dos brancos concordavam com pelo menos um desses dizeres.

Um recente estudo realizado pela FASE (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional), desenvolvido no projeto "Brasil 2000 – Novos marcos para as relações raciais", sobre Indicadores de Desenvolvimento Humano, demonstra o alto grau de desigualdade entre negros e brancos no país. Os Indicadores de Desenvolvimento Humano (IDH) foram desenvolvidos pelo Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD), e classificam os 174 países do mundo dentro de um ranking que agrega três variáveis básicas: renda per capita, longevidade e alfabetização combinada com a taxa de escolaridade. O estudo da FASE se baseou na mesma metodologia do PNUD para medir as desigualdades entre a população branca e a população de descendência africana (negros e pardos). Esse estudo se baseou em dados da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD), de 1998.

O estudo da FASE revela que, segundo o ranking divulgado pelo PNUD, baseado em dados de 1999, o Brasil ocupa o 74º lugar. Se aplicássemos o mesmo indicador para a população branca, o Brasil ocuparia a 49ª posição. Entretanto, se o estudo fosse aplicado à população afro-descendente, o Brasil estaria na 108º posição. Esse estudo também demonstra que a expectativa de vida da população branca hoje é de cerca de 70 anos, enquanto a expectativa de vida dos afro-descendentes não ultrapassa os 64 anos. Nessa proporção, a desigualdade entre brancos e negros demoraria 160 anos para ser superada.

Segundo a pesquisa da FASE, o grau de desigualdade educacional entre afro-descendentes e brancos é tal que no ano de 1997 os índices educacionais referentes aos brancos eram um pouco inferiores aos do Chile e os dos afro-descendentes ficavam próximos aos da Swazilândia. O rendimento médio familiar per capita para o ano de 1997 foi de 0,74 para a população branca e 0,60 para a população afro-descendente. Enquanto os brancos têm um rendimento médio familiar de 3,12 salários mínimos, os afro-descendentes possuem rendimento médio familiar de apenas 1,32 do salário mínimo.

 
Desde 1995 © www.dhnet.org.br Copyleft - Telefones: 055 84 3211.5428 e 9977.8702 WhatsApp
Skype:direitoshumanos Email: enviardados@gmail.com Facebook: DHnetDh
Busca DHnet Google
Notícias de Direitos Humanos
Loja DHnet
DHnet 18 anos - 1995-2013
Linha do Tempo
Sistemas Internacionais de Direitos Humanos
Sistema Nacional de Direitos Humanos
Sistemas Estaduais de Direitos Humanos
Sistemas Municipais de Direitos Humanos
História dos Direitos Humanos no Brasil - Projeto DHnet
MNDH
Militantes Brasileiros de Direitos Humanos
Projeto Brasil Nunca Mais
Direito a Memória e a Verdade
Banco de Dados  Base de Dados Direitos Humanos
Tecido Cultural Ponto de Cultura Rio Grande do Norte
1935 Multimídia Memória Histórica Potiguar