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A
DJALMA MARANHÃO - Expedito Silveira
(Carta aberta para o além)
Natal, 02 de agosto de 1971.
Benvindo,
caro Djalma
Para encomendar sua alma,
Nesta terra estremecida,
Onde repousam seus pais,
E você procura a paz,
Se não pôde tê-la em vida.
A derradeira homenagem,
Na derradeira passagem
Pelo seu torrão Natal,
É-lhe o prêmio dos amigos,
O mais caro dos artigos
- Essa pobreza leal.
A sementeira bendita,
Plantada sem fazer fita,
Através de seus caminhos,
Motivou tão nobre povo
A lhe demonstrar, de novo.
A prova de seus carinhos.
Esta cidade fraterna,
De gente bondosa e terna,
Você soube conquistar,
Durante sua gestão,
Ao cumprir, com devoção,
O dever de trabalhar.
Aquela sua campanha,
Que redundou na façanha
Em prol dos analfabetos,
Das crianças, dos adultos,
Inspirou, nos homens cultos,
Os mais sinceros afetos.
O seu grande idealismo,
Transformando em otimismo,
Se não foi compreendido,
Quem o conheceu, de perto,
Saberá porque, decerto,
Você não foi esquecido.
Se do coração viveu,
A distribuir o bem,
E a todos favorecer,
E, pelos pobres, sofrer,
Fazer algo por alguém.
Eis por que, depois de morto,
Ao descer no Aeroporto,
Mereceu a despedida
Dos simples, da multidão,
Sentindo a separação,
A dor de sua partida.
Foi comovedor seu pranto,
A regar, no Campo Santo,
O chão coberto de flores,
Em que dorme o Deputado,
O Prefeito devotado
Ao bem dos trabalhadores!
(*)
Expedito Silveira
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