8. O
papel da CESE na luta pelos direitos humanos no Brasil
A
Coordenadoria Ecumênica de Serviço já nasceu, em 1973, “como fruto
da reflexão sobre o compartir ecumênico, na busca de uma sociedade
mais justa e democrática para os empobrecidos”, como se apresenta no
expediente de seu boletim “Semente”. Surgiu, desse modo, a partir da
consciência profética das Igrejas Cristãs brasileiras, sensíveis aos
clamores do povo (cf. o Êxodo), em um momento histórico
particularmente sombrio, de supressão das liberdades individuais e públicas.
A história
aqui resumida expressa, também, evidentemente, a caminhada da CESE. Na
fidelidade a essa origem, a CESE sempre esteve presente, nesses 26 anos,
em vários dos momentos mais importantes de organização e articulação
da sociedade civil brasileira. É importante reiterar, nesse sentido, o
significado, em 1973, da publicação do “livrinho azul” com a íntegra
da Declaração Universal dos Direitos Humanos, com seus artigos
intercalados por citações bíblicas e declaração de princípios das
igrejas ecumênicas.
Foi,
portanto, com base nesse compromisso histórico que a Coordenadoria
apoiou, em 1982, a fundação do Movimento Nacional de Direitos Humanos,
cuja trajetória vem acompanhando, de forma militante e crítica, nesses
14 anos. Uma pesquisa minimamente séria indicaria, sem dúvida, que,
sem o apoio da CESE, muitos dos mais impactantes projetos ligados aos
movimentos sociais brasileiros, desde 1973, teriam tido uma imensa
dificuldade para seu take-off e desenvolvimento.
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