7. Luta pelos direitos humanos: quadros para a democracia

Nessa caminhada pelos direitos humanos, vêm sendo formados, na luta, quadros para a construção da democracia no Brasil. Este é, sem dúvida, um dos resultados mais importantes desse trabalho de várias gerações de militantes.

Um olhar rápido sobre o atual cenário político e administrativo brasileiro permite visualizar alguns exemplos dessa afirmação:

Em São Paulo, três Secretários de Estado, da atual administração do governador Mário Covas, são oriundos da luta pelos direitos humanos: Belisário dos Santos Jr, da Justiça e Defesa da Cidadania; João Benedito de Azevedo Marques, da Administração Penitenciária e José Gomes da Silva, da Segurança Pública. Todos os 20 integrantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana pertencem a entidades filiadas ao MNDH, a começar pela presidente, Maria Inês Bierrenbach, que atua na Comissão Teotônio Vilela;

No Espírito Santo, o Secretário da Justiça, Perly Cipriano, ex-preso político, é veterano militante pelos direitos humanos, ligado à luta dos familiares dos desaparecidos políticos;

O mesmo acontece em Pernambuco, onde o Secretário da Justiça, Roberto Franca, também é participante histórico das atividades do MNDH;

No Governo do Distrito Federal, o atual Secretário de Segurança Pública, advogado Roberto Aguiar, tem reconhecida história de militância em direitos humanos e em Direito Alternativo;

No Congresso Nacional, os responsáveis pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara - deputados federais Hélio Pereira Bicudo (atual presidente), Pedro Wilson Guimarães (vice-presidente) e Nilmário Miranda (ex-presidente) são personalidades históricas na luta pelos direitos humanos no Brasil. O mesmo acontece com o assessor jurídico da Comissão, advogado Augustino Veit, um dos atuais Secretários Nacionais do Movimento;

Nas atuais eleições municipais, vários militantes do Movimento são candidatos, como é o caso de Marisa Formolo e José Pancotto, à Prefeitura e Vice-Prefeitura de Farroupilha (RS) e José Lacerda, à Vice-Prefeitura de Patos (PB);

Em administrações municipais democráticas e populares, é significativo o número de militantes das entidades de direitos humanos que já ocuparam e ocupam cargos importantes;

Esta realidade expressa uma das dimensões que mais têm se fortalecido, nessa luta, no Brasil: a da luta pelos direitos humanos nos espaços públicos, dentro do aparelho de Estado, no desenvolvimento de parcerias voltadas para o aprofundamento do processo democrático e da cidadania.