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              BOLETIM DE CAPACITAÇÃO 02
NOVEMBRO DE 2001   
              
               Editorial 
                                                       Entrevista
              – Amparo Araújo
              
               O
              Papel da Escola na Construção da Cidadania 
               Aida 
                                                      Monteiro
 Diretoria
              da Rede
              
                
              
               Editorial 
                                                      A
              educação em direitos humanos e cidadania, ao pretender influir
              nas mentalidades e nos comportamentos, deve possibilitar aos indivíduos
              a consciência dos seus direitos e deveres, através da reflexão
              sobre as diferentes práticas sociais e da explicação histórica
              dessas práticas para a elaboração de propostas de mudança. O
              fortalecimento de uma educação nessa perspectiva exige ações
              no campo individual mas, essencialmente, de forma coletiva.
              
               Esta
              é a proposta da capacitação em rede: articular os vários
              parceiros e as diversas experiências que vêm sendo realizadas
              nesta área; possibilitar a troca de idéias e conhecimentos de
              forma mais abrangente, possibilitando às organizações e aos
              interlocutores um meio eficaz de fortalecimento de seus trabalhos;
              e, ainda, produzir e sistematizar conhecimentos coletivamente, de
              maneira que estes possam ser constantemente aplicados nas mais
              diferentes iniciativas de formação.
              
               A
              Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos (RBEDH) trabalha
              nesta perspectiva da capacitação em rede e a partir dela vem
              obtendo resultados significativos na aplicação da tematização
              dos direitos humanos. Este novo projeto da RBEDH, Construindo a Cidadania: formação de educadores e lideranças, em
              parceria com o Movimento Tortura Nunca Mais de Pernambuco e
              Secretaria de Estado dos Direitos Humanos/Ministério da Justiça,
              é mais uma atividade que contempla o trabalho de capacitação em
              rede, através da realização de seminários em três regiões do
              país: Norte (Belém), Nordeste (Recife) e Sul (Florianópolis).
              
               Dessa
              forma, entende-se que a apreensão dos conhecimentos elaborados é
              condição para a construção da cidadania, elemento fundamental
              para a consolidação de uma sociedade democrática, mais justa e
              igualitária, que é processada na articulação da sociedade
              organizada com as instituições públicas.
              
               CONSTRUINDO 
                                                      A CIDADANIA: DESAFIOS PARA 
                                                      O SÉCULO XIX O
              projeto “Construindo a Cidadania”, da Rede Brasileira de Educação
              em Direitos Humanos, em parceria com o Movimento Tortura Nunca
              Mais de Pernambuco e Secretaria de Estado dos Direitos
              Humanos/Ministério da Justiça, inicia suas atividades com os
              seminários de capacitação em rede nos Estados do Pará,
              Pernambuco e Santa Catarina. 
              
               O
              primeiro seminário acontecerá na cidade de Belém, entre os dias
              21 e 23 de novembro, no auditório da Escola Técnica Federal do
              Pará, Av. Almirante Barroso, 135 – Marco Belém. O segundo,
              ocorrerá em Recife, entre os dias 06 e 08 de dezembro, no auditório
              do Centro de Formação Tecnológica – CEFET (antiga Escola Técnica
              Federal), na Av. Prof. Luis Freire – Cidade Universitária. O último
              seminário será realizado em Florianópolis, entre os dias 12 e
              14 de dezembro, no auditório do Tribunal de Júri do Fórum, na
              Av. Gov. Gustavo Richarol, 434, - Centro. Os seminários são
              destinados aos profissionais que atuam em organizações
              governamentais e não-governamentais, lideranças comunitárias e
              gestores públicos. 
              
               Entre outros temas serão discutidos 
                                                      nas palestras e mesas redondas 
                                                      dos seminários: “Globalização 
                                                      e Direitos Humanos”; 
                                                      “Democracia, 
                                                      Direitos Humanos e Cidadania”; 
                                                      “Ética, 
                                                      Discriminação Racial e Religiosa” 
                                                      e “Educação 
                                                      para os Direitos Humanos”. 
                                                      Para os painéis estão previstas 
                                                      as temáticas: “Enfoques 
                                                      Teórico-Metodológicos para 
                                                      Educação em Direitos Humanos” 
                                                      e 
                                                      “Política Pública de Educação 
                                                      e a Construção da Cidadania”; 
                                                      e também serão discutidas 
                                                      pelas entidades e organizações 
                                                      governamentais as experiências 
                                                      em Educação em Direitos 
                                                      Humanos. Complementando 
                                                      os seminários serão realizadas 
                                                      feiras de materiais didáticos 
                                                      e exposição de livros As 
                                                      inscrições são gratuítas, 
                                                      com vagas limitadas e podem 
                                                      ser feitas nas próprias 
                                                      capitais dos Estados, por 
                                                      telefone ou e-mail: Belém 
                                                      (91) 241-5491 ou 241-9931 
                                                      (Oswaldina Santo – sddh@nautilus.com.br); 
                                                      Recife (81) 3245-8205 
                                                      (Margareth Barreto – trevoam@terra.com.br); 
                                                      e Florianópolis (48) 
                                                      229-6298 ou 9983-0697 (Marcello 
                                                      Martinez –marcellomh@hotmail.com). 
                                                       SOCIEDADE
              PARAENSE DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS 
              
               COORDENA
              ENCONTRO REGIONAL EM BELÉM
              
                Fundada
              em março de 1977, a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos
              Humanos (SDDH) é uma entidade da sociedade civil, sem fins
              lucrativos, que tem como objetivo principal a defesa dos atingidos
              pela violência e pelas violações de seus direitos e como missão
              institucional a valorização e defesa dos direitos humanos e da
              democracia. 
              
               É
              uma das poucas entidades do Pará que mantêm uma equipe de
              advogados que presta assessoria jurídica ao movimento popular na
              área rural e urbana, trabalha contra a violência
              institucionalizada e intervém na política de segurança do
              Estado, além de ser responsável pela execução do Programa de
              Proteção a Vítimas e Testemunhas. Trabalha na formação de
              agentes sobre o direito internacional e seus mecanismos de acesso,
              quando no encaminhamento de denúncias de casos de violação aos
              organismos internacionais. 
              
               Tem
              como área de abrangência de sua atuação o Estado do Pará,
              especialmente a região metropolitana e região sudeste. Entre as
              suas várias atividades estão: a garantia da defesa dos direitos
              humanos, a garantia da participação da sociedade civil nas políticas
              públicas e a participação na formação da cultura dos direitos
              humanos.
              
               É
              nesta última linha de ação que a SDDH está trabalhando em
              parceria com a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos
              na realização do seminário de capacitação em rede para
              profissionais que atuam em organizações governamentais e não-governamentais,
              lideranças comunitárias e gestores públicos.
              
               PAZ:
              O CLAMOR ÉTICO DOS NOSSOS TEMPOS!
              
              
               Denise
              Paiva[
              
                A
              escola vive um dilema. Ela constitui, no imaginário coletivo,
              espaço privilegiado de formação da criança, do adolescente e
              do jovem. Seu papel é entendido como devendo ir além da
              socialização do conhecimento. Dela se espera que se socializem
              também hábitos de relações intersubjetivas de paz que, ao se
              entrelaçarem no tecido social, conferem sustentação ao exercício
              dos direitos e deveres no convívio dos indivíduos e das
              comunidades. A paz que se vislumbra na escola e a partir da escola
              não é passiva. Ela é ativa e tem tudo a ver com a prática
              efetiva dos Direitos Humanos no cotidiano da sociedade.  Mas,
              por outro lado, a escola surge aos olhos do país como lugar
              marcado por atos de violência: assaltos, balas perdidas,
              estupros, depredações, brigas e outras formas, talvez mais
              sutis, mas não menos lesivas, de agressões perpetradas na interação
              do indivíduo jovem com o meio social. Segundo dados estatísticos
              recentes, escolas são afetadas pela violência em todas as cinco
              regiões do país, sendo que a média nacional atinge o índice
              preocupante de 56%. E o fenômeno já não se restringe aos
              grandes centros urbanos, mas penetra o interior do país,
              instalando-se em cidades de médio e até pequeno porte.  O
              governo federal não podia ficar indiferente diante dessa
              realidade. De fato, teve a sensibilidade de conceber um programa
              voltado para pacificar as escolas, revitalizando-as em seu
              ambiente interno e em sua vizinhança. O programa, com o nome de
              Paz nas Escolas, é coordenado pela Secretaria de Estado dos
              Direitos Humanos do Ministério da Justiça, mas atua em estreita
              articulação com o MEC e outros ministérios, com secretarias
              estaduais e municipais, assim como com organizações da sociedade
              civil.  Em
              seus primeiros meses de vida, o programa já mostrou que a população
              brasileira também não está indiferente. Ela não só rejeita a
              violência, mas está disponível para envolver-se com iniciativas
              locais, regionais e nacionais de construção da paz. São inúmeros,
              país afora, os exemplos de ações dignas de apoio nas áreas
              metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, em capitais do
              Norte, Sul e Nordeste, no Distrito Federal e seu entorno, em
              cidades do interior de Minas e Alagoas. Em Pernambuco, é todo o
              estado que se mobiliza em um plano aberto a praticamente todos os
              municípios e todas as escolas. Esse trabalho é marcado pela
              diversidade de mobilizações surgidas nas escolas, nas praças,
              nas polícias, sobretudo a militar, nas associações comunitárias,
              nos grêmios estudantis, todas repetindo a lição de que, se a
              violência apresenta multiplicidade de feições, também as
              iniciativas de paz estão presentes em todos os segmentos da
              sociedade, criando espaços de interlocução e interação. Na
              verdade, três atores sociais são particularmente visados, a
              saber: as escolas, as organizações comunitárias e as polícias. A
              inserção da polícia na vida cidadã das escolas passa pelo
              reordenamento conceitual da segurança dos cidadãos, exercida a
              partir da ótica do serviço e da defesa da democracia e não do
              arbítrio e do poder. Essa lógica leva à superação dos estereótipos
              da ação repressiva e à assimilação da prática
              preventiva em relação
              à violência e educativa em
              relação aos jovens.  As
              organizações comunitárias constituem outro ator importante e,
              como expressão dos movimentos sociais, refletem as preocupações
              das famílias com a violência dentro e fora da escola. Ao evitar
              a apropriação governamental das práticas e dos ideais dessas
              associações, o programa contribui para legitimá-las como instâncias
              mediadoras entre as políticas públicas e os movimentos sociais
              atuantes no país.  A
              valorização plena da escola como ator fundamental de um programa
              dessa natureza supõe o desejo, a aceitação e a manifestação
              da vontade de participar, evitando-se o caráter de imposição
              formal e coativo do Estado. Admitido esse critério, deve-se
              reconhecer também que a escola dispõe de grande e variado poder
              de observação e análise das situações de violência dentro e
              fora de seus muros; de assimilação dos conteúdos de ética e
              cidadania; de mobilização de inúmeras instâncias coletivas de
              decisão e representatividade; de articulação direta com as famílias;
              de mediação junto aos mais diversos órgãos do poder público.  Em
              síntese, o programa Paz nas Escolas molda sua ação numa
              perspectiva de gestão pública descentralizada, ágil e flexível.
              Sua elaboração, articulação, execução, avaliação e
              replanejamento têm-se pautado em três princípios norteadores: a
              urgência da ética e a ética da urgência,
              exigida pela gravidade
              da questão da violência e a consciência cívica da sociedade
              brasileira, a convergência de propósitos de
              um sem número de parceiros desejosos de desconstruir a cultura da
              violência e construir uma cultura e um ambiente de paz e a busca
              de resultados, ou seja,
              de indicadores e sinais concretos e estruturais de que é possível
              proteger a vida e defender a justiça com positividade e eficácia.
              
              
               
                
                  | IMPORTANTE
                    
                    O
                    novo endereço da Rede Brasileira de Educação em Direitos
                    Humanos publicado na edição do mês de outubro saiu
                    incompleto. A RBEDH tem sede na Estrada do Bongi, 570, casa
                    03, Bongi, Recife/PE – CEP: 50.830.260. Fone: (81)
                    34458205. 
                    
                     |   ENTREVISTA 
                                                      - Amparo Araújo Uma história
              de amor e luta. Assim pode ser definida a vida de Maria do Amparo
              de Almeida de Araújo. Alagoana, aos 14 anos foi morar em São
              Paulo e aos 17, sob a influência do irmão Luís Almeida de Araújo,
              tornou-se militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização
              de resistência à ditadura militar, comandada por Carlos
              Marighella. Viveu na clandestinidade por onze anos e foi dada como
              morta por sua família. Durante a ditadura seu irmão foi
              assassinado pelo D0I-CODI/SP, assim como seus três companheiros.
              Em 1977 voltou para Alagoas e em seguida veio para o Recife. Em
              1984 formou-se em Serviço Social pela UFPE, e em 1986, junto com
              um grupo de ex-militantes e familiares de mortos e desaparecidos
              políticos, fundou o Movimento Tortura Nunca Mais, ONG de defesa
              dos direitos humanos e resgate histórico, que atua de forma mais
              centrada na área de educação para cidadania. Nessa entrevista,
              ao Jornal da RBEDH, Amparo Araújo fala do papel das ONGs, do
              trabalho na área de educação e dos resultados já obtidos. 
              
               Jornal
              da Rede – Qual o papel das organizações não-governamentais (ONGs)
              no país?
              
               Amparo
              Araújo – O
              papel das organizações não-governamentais é o de construir,
              junto com a sociedade, as soluções para os problemas sociais e
              políticos, e de continuar exigindo do poder público o seu papel
              de provedor das políticas púbicas necessárias para um país
              mais justo e mais igualitário.
              
               JR
              – E em relação ao campo da educação em cidadania, como isso
              se reflete?
              
               Amparo
              Araújo – De
              forma muito positiva, tendo em vista que a educação é um
              direito de todo cidadão, e como as ONGs são a maior representação
              da população na garantia dos seus direitos em todos os níveis,
              a educação para a cidadania acaba sendo uma causa constante em
              toda e qualquer luta destas instituições.
              
               JR
              – Como tem sido, nos últimos anos, a atuação das ONGs no
              campo de educação em cidadania?
              
               Amparo
              Araújo –
              Tem sido uma atuação que busca trabalhar com todos os segmentos
              ligados diretamente e indiretamente na educação, esclarecendo-os
              e transformando-os em multiplicadores de informação para que
              sejam responsáveis em transformar a educação em instrumento
              eficaz na construção dos cidadãos do nosso país.
              
               JR
              – Quais as maiores dificuldades de trabalho nessa área?
              
               Amparo
              Araújo – A
              falta de incentivo por parte dos órgãos responsáveis pela educação
              – já que precisamos de parcerias para realizar os projetos –
              e o pouco interesse por parte deles para mudar o tipo de educação
              que existe hoje, pois a cultura da instituição e sua estrutura
              organizacional ainda são muito fortes em todos os níveis e mudar
              este conceito é uma das nossas maiores dificuldades.
              
               JR
              – Quais os resultados que já podem ser percebidos nesse
              processo?
              
               Amparo
              Araújo – Acreditamos que o maior resultado que desejamos e
              temos, seja o de ver as pessoas conscientizando-se da importância
              dos seus direitos como cidadãos e exigindo de maneiras diversas a
              garantia deles e sobretudo exercendo esses direitos.
              
               JR
              – Quais os espaços onde ainda é preciso avançar?
              
               Amparo 
                                                      Araújo – No segmento 
                                                      das instituições que ainda 
                                                      tem fortemente enraizada 
                                                      a sua cultura de ensino 
                                                      de forma tradicional, sendo 
                                                      difícil trabalhar a questão 
                                                      da mudança, já que o ser 
                                                      humano demora e não a aceita 
                                                      tão facilmente.  O 
                                                      PAPEL DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO 
                                                      DA CIDADANIA Aida
              Maria Monteiro Silva[o A
              escola, entre outras instâncias da sociedade, como partidos políticos,
              sindicatos, igreja, movimentos sociais, associações de classe,
              ou seja, os estratos mais organizados da sociedade, tem um papel
              fundamental a desempenhar na construção da cidadania. Ela
              aparece como um “locus”
              privilegiado, na medida em que trabalha com conteúdos, valores,
              crenças, atitudes e possibilita o acesso ao conhecimento
              sistematizado, historicamente produzido, de forma que o aluno se
              aproprie dos significados dos conteúdos, ultrapassando o senso
              comum de maneira crítica e criativa. O
              grande desafio colocado às instituições que visam contribuir
              para a formação de cidadãos conscientes, possibilitando a estes
              o exercício da cidadania ativa, é o de romper com a cultura
              escravocrata, clientelista e patrimonialista, que embasa a formação
              do povo brasileiro, e que permeia as diferentes relações no
              conjunto das instituições sociais. A escola não está isenta
              dessas influências.   Se
              concebermos a escola como uma instituição social, criada na e
              pela modernidade para a formação dos cidadãos de uma
              determinada sociedade, o que significa, de fato, formar o cidadão
              enquanto sujeito consciente dos direitos e deveres no campo
              individual e no campo coletivo?  Entendemos 
                                                      que a concretização de uma 
                                                      proposta de escola nessa 
                                                      perspectiva tem como principal 
                                                      determinante o nível de 
                                                      consciência e de conhecimento 
                                                      que o educador tem dos direitos 
                                                      e deveres, além de uma vivência 
                                                      cidadã que se efetiva no 
                                                      campo individual, mas, principalmente, 
                                                      enquanto sujeito coletivo. 
                                                      Isto requer um trabalho 
                                                      compartilhado e participativo 
                                                      de todos os atores que estão 
                                                      envolvidos no projeto pedagógico. Nessa 
                                                      direção, a prática pedagógica 
                                                      voltada para a construção 
                                                      da cidadania democrática 
                                                      é essencialmente romper 
                                                      com a cultura autoritária, 
                                                      de submissão, de mando, 
                                                      impregnada nas diferentes 
                                                      relações sociais; é criar 
                                                      uma nova cultura a partir 
                                                      do entendimento de que todo 
                                                      e qualquer indivíduo é portador 
                                                      de direitos e deveres; é 
                                                      garantir o acesso ao conhecimento 
                                                      que permita-lhe apreender 
                                                      a complexidade das relações 
                                                      e determinações do conjunto 
                                                      da sociedade; é prepará-lo 
                                                      para sua inserção no mundo 
                                                      do trabalho, para compreender 
                                                      o avanço tecnológico e a 
                                                      participação ativa na organização 
                                                      da sociedade. Para
              que a escola possa desenvolver um trabalho nesta perspectiva,
              faz-se necessária a construção de um projeto pedagógico,
              democrático e participativo, em que a formação do sujeito possa
              ser assumida coletivamente. Esse processo se desenvolve na prática
              diária, através da apreensão dos conteúdos curriculares e na
              vivência do exercício da cidadania.
              
              
               Esse
              modelo de escola requer pensar outro formato de trabalho pedagógico,
              em que os conteúdos curriculares tenham como eixo norteador a temática
              dos direitos humanos e da cidadania, e a prática pedagógica
              priorize o diálogo, o debate, a participação, a problematização
              e a crítica. O aluno nesse processo é o agente ativo e produtor
              do seu conhecimento; o professor, o mediador entre o aluno e o
              conhecimento historicamente sistematizado, e a escola, local de
              exercício permanente da cidadania.
              
               Educar
              nessa direção é compreender que direitos humanos e cidadania
              significam prática de vida em todas as instâncias de convívio
              social dos indivíduos. É trabalhar com a formação de hábitos,
              atitudes e mudanças de mentalidades, calcada nos valores da
              solidariedade, da justiça e do respeito ao outro, em todos os níveis
              e modalidades de ensino. 
              
               ESTANTE
              
              APRENDIZ
              DO FUTURO: CIDADANIA HOJE E AMANHÃ
              
               Gilberto
              Dimenstein
              
               Ática
              
               Este livro
              procura mostrar como se deve preparar o estudante para entrar no
              mercado de trabalho no contexto da valorização da ética e da
              cidadania 
              
               CIDADÃO
              E PROFESSOR EM FLORESTAN FERNANDES
              
               Jiron
              Matui
              
               Cortez
              
               Focaliza
              o tema compreensão e extensão dos termos cidadão, educação, e
              papel intelectual do professor na mudança social. Discute a função
              da educação na formação do cidadão como agente histórico
              pelo exercício do papel intelectual do professor 
              
               A
              CIDADANIA NEGADA:POLÍTICAS DE EXCLUSÃO NA EDUCAÇÃO E NO
              TRABALHO
              
               Pablo Gentilli e Galdencia Frigoto 
                                                      (org.)  Cortez
              
               Reúne
              uma série de estudos que analisam as condições de exclusão
              social produzidas no campo da educação e do trabalho no
              capitalismo contemporâneo. Visa debater que tais condições
              negam ou interferem na realização de direitos inalienáveis para
              o exercício de uma cidadania democrática. 
              
               CIDADANIA
              E EDUCAÇÃO: RUMO À PRÁTICA SIGNIFICATIVA
              
               Luis
              Albala Bertrand (org.)
              
               Papirus
              
               Associa
              o problema da construção do conhecimento ao aprendizado de
              objetivos sociais, como a cidadania, ao discutir os entraves
              estruturais e contextuais importantes que não podem ser
              negligenciados por nenhuma tentativa educacional construtivista
              eficiente. As reflexões avançam para identificação de características
              que influenciam as diferentes práticas de cidadania pelo mundo
              afora. 
              
               PROPOSTA
              DE CAPACITAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
              
               Rede
              Brasileira de Educação em Direitos Humanos
              
               Texto
              produzido pela RBEDH sobre a Educação em Direitos Humanos e
              Cidadania com o objetivo de contribuir na reflexão e compreensão
              das perspectivas de trabalhos nesta área. Debatendo os conceitos
              de educação, cidadania e democracia, apresenta as dimensões
              indispensáveis e interdependentes para o desenvolvimento da Educação
              em Direitos Humanos: intelectual, ética e política. Também propõe
              fundamentos metodológicos, conteúdos e atividades para o
              desenvolvimento de capacitações voltadas para educadores em
              Direitos Humanos e Cidadania. Texto de leitura fundamental para
              todos que atuam nessa área.
              
               Obs:
              Para adquirir, entrar em contato com a RBEDH, pelo telefone (81)
              3445 – 8205 ou pelo email: trevoam@terra.com.br 
              
                Diretoria
              da Rede: 
              
               Aida
              Monteiro
              
               Coordenadora-geral 
              
              Maria
              Victoria Benevides
              
               Vice-coordenadora
              
               
              
                Roberto
              Monte 
              
               Secretário
              
               
              
                Amparo
              Araújo 
              
               Tesoureira 
              
               Conselho:
               
              
                Dom
              Paulo Evaristo Arns,
              
                Frei
              Betto, 
              
               Alfredo
              Bosi,
              
                Marco
              Antonio Rodrigues Barbosa,
              
                Dalmo
              Dallari, 
              
                Fábio
              Konder Comparato,
              
                Belisário
              dos Santos Júnior, 
              
                Antonio
              Carlos Ribeiro Fester,
              
                Lygia
              Bove, Margarida Genevois,
              
                Maria
              Dulce Sigrist,
              
                Maria
              Luíza Faraone,
              
                Nazih
              Meserani, 
              
                Zita
              Bressane. 
              
               Endereço: Estrada do Bongi, 570,
              casa 03, Bongi, Recife/PE – CEP: 50.830.260
              
              Fone:
              (81) 34458205
              
               E-mail:
              trevoam@terra.com.br 
                 
                
 
                  [
                  Assistente Social e Gerente do Programa Paz nas Escolas da
                  Secretaria de Estado dos Direitos Humanos/Ministério da Justiça. 
                  [
                  Professora da Universidade Federal de Pernambuco e
                  Coordenadora da Rede Brasileira de Educação em Direitos
                  Humanos. |