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O que seria a CENOPOESIA?

Cenopoesia é mais uma opção alternativa para público que curte poesia e teatro. Ao fazer uma composição dos dois, chegamos a uma performance teatral simples. Enquanto o teatro se encarrega de ação e dos gestos, a poesia traz em si a carga de dramaticidade – densidade e síntese – textual de que o teatro necessita. Aproveittando essa teatralidade da poesia em cena é que CENOPOESIA adquire uma concepção lírica do teatro. Aí está o desafio do espetáculo cenopoético: lirismo e dramaticidade juntos. CENOPOESIA é a coexistência de linguagens em conflito para o estabelecimento de uma nova linguagem.

Na verdade, teatro e poesia sempre estiveram juntos desde os tempos remotos da história humana. Poetas eram também chamados de dramaturgos da Grécia Antiga.

Sem querer fazer apenas teatro prosaico, tampouco um simples recital de poesias, apostamos nesta coisa-mistura a que chamamos CENOPOESIA – a poesia encenada, teatralizada.

O texto que compõe o espetáculo cenopoético Linhas Cruzadas nasceu do cruzamento lírico dos poemas Metaleitor e Estilhaços de Zé Cordeiro e Ray Lima, respectivamente.

A leitura-montagem é do grupo Cultural Arribação que está em fase de nascença e ascensão com Elaine Procópio, Zé Cordeiro e Ray Lima.

 

RARO LEITOR

RARISSÍMO LEITOR

VÊ AS CÉLULAS

DESTAS LETRAS

ESTRONDANDO

A AMARGURA

DE ARMADURA

 

 

O LIVRO

EPISÓDIOS

I – A Bilheteria

II – O Prefácio

III – A Procura

IV – Os Autógrafos

V- O Anúncio

VI – A Opressão Maneta

VII – A Desmiolada Flor

VIII – A Volta do Ator-Leitor

IX – O Canto das Mãos

X - O Posfácio

 

AQUI NÃO HÁ QUEM NOS SIGA

 

Neste corpo de papel

onde esfrego a voz

na tinta não te pasmes

quando falo com alguém

perdendo a vida – Aqui

não há quem nos siga

me jogo no teu interior

pintando com todas as cores

o teor das tentativas

logo haverá

 

vulcão

larva

vazando

verão

 

das tuas mãos

tatuadas de trabalho

sinta o terror

 

lábios

ácidos

busque

vencê-lo

ÁVIDO –RÁPIDO-RÁP (   )

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

O tilintar de vidro

na relação gelada

o gume afiado das faces

giletes dos ser (universal navalha)

malícia em demasia

carícia em carência?

 

Trágico beijo

extermina as coisas

que ainda nem

ousamos esboçar

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

mistério clareza bobagem dureza

o entreato traçado

por um entreaberto

nada consta?

 

Raro leitor

rarissímo leitor

vê as células

destas letras

estrondando amargura

de armadura

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

o estilo serrote carrapato

o chato cricri entre-hostil

o entuna eterna torcionária do outro

a arte de amar

a arte de amar o espetáculo

o espetáculo?

 

ENTÃO FAÇAMOS DE VEZ O LEVANTE

DEPOIS

FESTAS

RETRETAS

 

CAMBALHOTAS

HÁ HÁ HÁ

HÁ HÁ HÁ

CANTEMOS O ABRASAR DOS POVOS

O OPERETA OPERÁRIA

A OPERA ENGALANADA

COM PADEIROS MALABARISTAS

PALHAÇOS MOTORISTAS

PEDREIROS TRAPEZISTAS

MÁGICOS ARQUIVISTAS

 

SENHORAS !

SENHORES!

 

MAMEMBES EM FRENESIM

ESTÁ ACESO O ESTOPIM

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

amar por amar

amar por amor

armar amar

armar por armar

o amor longícuo

descontínuo

pertinho

restrito

fechado

raquítico

obeso

aidético

soviético americano pernambu

cano

 

o cano o cano do caniço pescador

sem braços

de remador

 

sem braços da canos quebrada

de motor sem cavalo motriz

o amor ator do amor atriz?

 

Só os lacaios ficam indiferentes

por isso

solte-se cônjuge-soldado

solte-se papai-noel

solte-se fiel solilóquio

 

s                                                                                                          e

 

o                                                                                  s

 

l                                                            e

 

l t

 

t

 

 

vamos pelo sol –

porém agora –

basta de doer em

desvarios – oh criatura

minha chaga

minha sara

minha surra

ninguém te segura

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

A trama o drama

o drama do vidro na pele

o drama do vidro no peito

o peito dilacerado

o drama do vidro estilhaçado

o peito em estilhaços

 

quem usará cocar, camarada

quem andará harmônico

a tenacidade destas mãos?

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

A entrega direta indireta a não

entrega chique a entrega brega

a fama a família a farmácia

do cio do dio do dia do aborto

o fio eletrizado da gama

da dama do amo do damo de adão de eva

da eva excesiva do adão reaça

da eva lasciva nociva noviça rebelde

do adão de cachos mais macho menos macho

da eva paranóica de sapatos grandes

mas fêmea menos fêmea infiel

do adão milico do adão mesquinho do adão

masoque?

 

ah, descerrar estas mãos

ah, amputar estas mãos

será vitorioso ver maneta a opressão

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

O fio eletrico da relação tensionada

bem ou mal intencionada

o choque eletrônico do adultério

a morte o cemitérioo da relação

o eletrochoque do intelecto desigual

na união do casal intelectual boçal

 

trágico beijo

extermina coisas

que ainda nem

ousamos esboçar

 

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

A taça vazia sem vinho

o tácito beijo

o texto anterior o subtexto

o contexto a poesia

a prosa concreta direta

sem fantasia do beijador

a ciência do contexto

o tédio a tese a antítese

a testa lisa careca limpa cabeluda

a textura da testa suja

a canja da cama

a cana o cão o gato

o bichinho de estimação?

 

Quem usará cocar, camarada

quem andará harmônico

a tenacidade destas mãos?

a desmiolada flor sente?

a puída nuvem ressente-se?

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

A sede infinita a fome e o desejo

o queijo da fêmea no macho

a fala do excesso

o falo a falta a falha do falo

o falo simbólico metafórico o metafalo

o falo em obelisco

a literatura do falo

a psicose a psquê

a psicanálise

 

solte-se cônjuge-soldado

solte-se

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

o fiapo humano que amamenta

o filho mamífero

preso na garganta da placenta

na plasticidade do quadro de cada um

no útero

no último

no primeiro e único grau

de apelo à vida

da vida?

 

Trágico beijo

Extermina as coisas

Que ainda nem

Ousamos esboçar

 

Ora, nunca sei o cheiro que exalo

Se de menino

Se de veneno

Trago a pele madura

De tanto buscar o inalcançavel

Venho pelo intinerário

Atabalhoado

Do contemporâneo

Antepassado

 

O mesmo acordar cedo

Escarrar azedo

Escovar os dentes

Adoçar a boca

Partir pro salário

 

Todas as mãos brutas

Aglomeram-se

Nos meus olhos

Anulam a autonomia

Impõe a servidão

 

Quem usará cocar, camarada

quem andará harmônico

a tenacidade destas mãos?

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

O menino nu

Nascido além de casa

Fora de casa dentro de casa

Na brasa dos olhos da rua

Encarcerado

Entre o R e o A da rua da palavra

Da palavra nua

Sem sentido prévio

Sem sentido breve

Sem nenhum sentido

De ser de viver de amar?

 

A desmiolada flor sente?

A puída nuvem ressente-se?

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

o estilo serrote carrapato

o chato cricri entre-hostil

o entuna eterna torcionária do outro

a arte de amar

a arte de amar o espetáculo

o espetáculo?

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

A trama o drama

o drama do vidro na pele

o drama do vidro no peito

o peito dilacerado

o drama do vidro estilhaçado

o peito em estilhaços

 

ah, descerrar estas mãos

ah, amputar estas mãos

será vitorioso ver maneta a opressão

 

quem usará cocar, camarada

quem andará harmônico

a tenacidade destas mãos?

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 

O excesso de rima

O excesso de ritmo

O excesso de excesso

O beijo na boca de hálito sem pasta

O desejo escasso

O beijo já gasto sem sal

O beijo insosso na boca

Na boca de sal?

 

Só os lacaios ficam indiferentes

por isso

solte-se cônjuge-soldado

solte-se papai-noel

solte-se fiel solilóquio

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

 O tilintar de vidro

na relação gelada

o gume afiado das faces

giletes dos ser (universal navalha)

malícia em demasia

carícia em carência?

 

SENHORAS!

SENHORES!

 

MAMBEMBES EM FRENESI

ESTÁ ACESO O ESTOPIM

 

RARO LEITOR

RARISSÍMO LEITOR

VÊ AS CÉLULAS

DESTAS LETRAS

ESTRONDANDO

A AMARGURA

DE ARMADURA

 

Trágico beijo

extermina as coisas

que ainda nem

ousamos esboçar

 

O QUE ESTILHAÇA O AMOR

Mistério clareza bobagem dureza

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