É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
Há os que têm vocação
para escravo,
mas há os escravos que se revoltam
contra a escravidão.
Não ficar de joelhos,
que não é racional renunciar
a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação
devem ser obrigados a ser livres,
quando as algemas forem quebradas.
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
O
homem deve ser livre...
O amor é que não se detém
ante nenhum obstáculo,
e pode mesmo existir quando não se
é livre.
E no entanto ele é em si mesmo
a expressão mais elevada do que houver
de mais livre
em todas as gamas do humano sentimento.
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
Edição
Nº 1 - 1968 -
Apresentação
- Pronunciamento do Agrupamento Comunista
de São Paulo
O
Guerrilheiro Nº 2
Edição
Nº 3 - setembro de 1971 -
A ALN e a Unidade da Esquerda
- A luta e a vigilância revolucionária
- Coleta de informações: tarefa
de todos
- A guerrilha, o povo e as nossas perspectivas
- 15 de agosto: uma data querida para todos
os que lutam pela libertação
nacional e pelo socialismo
- O PCI e a luta armada no Brasil
- Bodocó: Cresce a experiência
da guerrilha
Edição
Nº 4 - janeiro de 1972 -
Fortalecer nossa decisão, aprofundar
o conhecimento de nossa estratégia
- A vitória da guerrilha
- Os ensinamentos da vitória
- Da chamada “zona de retaguarda”
- A guerrilha rural e o nosso momento
- URSS e China: Duas vitórias
- Cuba: Sua luta e suas vitórias
O
Guerrilheiro Nº 5
O
Guerrilheiro Nº 6
Edição
Nº 7 - setembro de 1972 -
Alguns aspectos de nossa atuação
no campo
- Crítica e Criticismo
- Comunicado Ação Libertadora
Nacional Brasil
- Comunicado da Tendência Leninista
da Ação Libertadora Nacional
- Emboscada de Setembro – Expontaneismo
- Oriente Médio: Nacionalismo e Violência
Edição
Nº 8 - outubro/novembro de 1972 -
Ofensiva estratégica e atuação
urbana
- A guerra revolucionária e o desenvolvimento
brasileiro
- Organizar as massas ou organizar a vanguarda?
Edição
Nº 9 - janeiro de 1973 -
A sucessão do ditador
- Ações armadas e movimento
de massa
-A guerra de guerrilhas - Lenin
“Chegas de longa caminhada a este
teu chão natal, território
de tua infância e adolescência.
Vens de um silêncio de dez anos, de
um tempo vazio, quando houve espaço
e eco apenas para a mentira e a negação.
Quando te vestiram de lama e sangue, quando
pretenderam te marcar com o estigma da infâmia,
quando pretenderam enterrar na maldição
tua memória e teu nome.
Para que jamais se soubesse da verdade de
tua gesta, da grandeza de tua saga, do humanismo
que comandou tua vida e tua morte.
Trancaram as portas e as janelas para que
ninguém percebesse tua sombra erguida,
nem ouvisse tua voz, teu grito de protesto.
Para que não frutificasses, não
pudesses ser alento e esperança.
Escreveram a história pelo avesso
para que ninguém soubesse que eras
pão e não erva daninha, que
eras vozeiro de reivindicações
e não pragas, que eras poeta do povo
e não algoz.
Cobriram-te de infâmia para que tua
presença se apagasse para sempre,
nunca mais fosse lembrada, desfeita em lama.
Esquartejaram tua memória, salgaram
teu nome em praça pública,
foste proibido em teu país e entre
os teus.
Dez anos inteiros, ferozes, de calúnia
e ódio, na tentativa de extinguir
tua verdade, para que ninguém pudesse
te enxergar.
De nada adiantou tanta vileza, não
passou de tentativa vã e malograda,
pois aqui estás inteiro e límpido.
Atravessaste a interminável noite
da mentira e do medo, da desrazão
e da infâmia, e desembarcas na aurora
da Bahia, trazido por mãos de amor
e de amizade.
Aqui estás e todos te reconhecem
como foste e serás para sempre: incorruptível
brasileiro, um moço baiano de riso
jovial e coração ardente.
Aqui estás entre teus amigos e entre
os que são tua carne e teu sangue.
Vieram te receber e conversar contigo, ouvir
tua voz e sentir teu coração.
Tua luta foi contra a fome e a miséria,
sonhavas com a fartura e a alegria, amavas
a vida, o ser humano, a liberdade.
Aqui estás, plantado em teu chão
e frutificarás. Não tiveste
tempo para ter medo, venceste o tempo do
medo e do desespero.
Antonio de Castro Alves, teu irmão
de sonho, te adivinhou num verso: “era
o porvir em frente do passado”.
Estás em tua casa, Carlos; tua memória
restaurada, límpida e pura, feita
de verdade e amor.
Aqui chegaste pela mão do povo. Mais
vivo que nunca, Carlos”.
Texto escrito por Jorge Amado, amigo de
Marighella e seu companheiro na bancada
comunista da Assembléia Nacional
Constituinte e na Câmara dos Deputados
entre 1946 e 1948.
Lido por Fernando Santana em 10 de dezembro
de 1979 – Dia Universal dos Direitos
do Homem – por ocasião do sepultamento
dos restos mortais de Marighella no cemitério
das Quintas, em Salvador.
Monografias,
Teses e Dissertações sobre
Carlos Mariguella
"Trabalhador:
arme-se e liberte-se":
A Ação Libertadora
Nacional (ALN) e a resistência operária
pela luta guerrilheira.
Edileuza Pimenta de Lima
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