
Carta de
Princípios
do Movimento Nacional de Direitos Humanos

A
Carta de Princípios do MNDH
2:04'
A caminhada pelos direitos humanos é a própria luta do nosso
povo oprimido, através de um processo histórico que se inicia
durante a colonização, e que continua, hoje, na busca de uma
sociedade justa, livre, igualitária, culturalmente diferenciada
e sem classes.
Neste sentido, o MNDH- Movimento Nacional de Direitos Humanos-
afirma que os direitos humanos são, fundamentalmente, os
direitos das maiorias exploradas e das minorias espoliadas
cultural, social e economicamente, a partir da visão mesma
destas categorias.
Para cumprir seus compromissos, o nosso Movimento baseia-se nos
seguintes princípios:
1. Estimular a organização do povo, para que se conscientize de
sua situação de opressão, descubra formas para conquistar e
fazer valer seus direitos e para se defender das violências e
arbitrariedades, promovendo, em todos os níveis, uma educação
social e política para os direitos humanos. Este esforço deve
possibilitar que o homem torne-se cada vez mais, sujeito da
tranformação das atuais estruturas.
2. Lutar, com firmeza, para garantir a plena vigência dos
direitos humanos, em qualquer circunstância, defendendo a
punição dos responsáveis pelas violações desses direitos e a
justa reparação para as vítimas
3. Inventivar e garantir a autonomia dos movimentos populares,
ultrapassando os interesses institucionais, partidários e
religiosos, considerando a pluralidade de opinião e reafirmando
a opção fundamental, que é nosso compromisso com oprimidos.
4. Ter claro o seu papel, suas limitações e potencialidades,
sua identidade, repudiando qualquer forma de instrumentalização
e se caracterizando como entidade não governamental.
5. Combater todas as formas de discriminação por confissão
religiosa, diversidade étnico-cultural, opinião pública, sexo,
cor, idade, deficiência física e|ou mental, condição
econômica e ideológica.
Unidos, lutaremos pela realização desses compromissos
caminhando, assim, para construção de uma Nova Sociedade e do
Homem Novo, no Brasil, na América Latina e no mundo.
Olinda, 26 de janeiro de 1986
IV Encontro Nacional de Direitos Humanos
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