OS LIVROS SAGRADOS da Humanidade são o elo místico
que une a humanidade ao seu Criador, impulsionam a civilização
e fundam os preceitos para a vida em sociedade, através
do aperfeiçoamento individual. As palavras detêm
uma força, magia e inebriante beleza que cativa os ouvintes
de corações puros e sinceros, fornecendo a cada
ser humano que as ouve um sentido nobre para sua existência.
É-nos inconcebível um mundo sem os sopros vivificadores
da Divindade. Em todos os tempos, a história registra a
presença da Palavra Sagrada permeando mentes e corações
e forjando o progresso material e espiritual. Considerando que
Deus não pode ser concebido ou objetivamente conhecido
– uma vez que esta Realidade Suprema está além de
nosso entendimento racional – Ele é, Oculto enquanto Essência
e é Manifesto através de seres humanos que Ele escolhe
e que, com o manto de profeta revela-nos, pelo Seu Verbo, de época
em época, a Sua Vontade. Nos Livros Sagrados,
Bhagavad-Gita,
Antigo Testamento, Tri-Pitakas, Novo Testamento, Alcorão
e Kitáb-i-Aqdas, encontramos o "verbo feito carne"
nos templos humanos de Krishna, Abraão, Moisés,
Buda, Jesus Cristo, Maomé e Bahá’u’lláh.
Em todas estas Escrituras o homem é poderosamente convocado
para seu Criador, através do exercício de virtudes
como o amor, a bondade, a compaixão, a justiça,
a eqüidade e a retidão. É a transcendência,
a meta de cada indivíduo saber que, colocando sua vida
em conformidade com os preceitos divinamente ordenados, propicia
o cumprimento do objetivo de sua criação: conhecer
e adorar a Deus.
O Bhagavad-Gita.
Também referido como Sublime
Canção, Canção do Senhor ou a Mensagem
do Mestre é um dos pilares da literatura sagrada mundial.
Neste Livro, Krishna, que viveu na Índia antiga há
mais de 5.000 anos, apresenta uma mensagem de amor, fé
e esperança. Reverenciado por budistas, hindus e brâmanes,
é também, por excelência, o livro autoritativo
da religião hindu. Sua filosofia é um episódio
da antiga epopéia hindu, chamada Mahâbhârata
(Maha = grande, Bhârata = Índia), que compreende
250 mil versículos, descrevendo a grande guerra entre os
Kurus e os Pândavas. A batalha tem início quando
Brishma, comandante dos Kurus, deu o sinal, tocando a sua corneta
ou concha e logo respondido pelos Pandâvas. Arjuna pede
então a Krishna no princípio da batalha que deixasse
parar o carro no meio do espaço entre os dois exércitos
e eis que vê de perto seus parentes e amigos, em ambos os
lados, ficando horrorizado por constatar que tratava-se de uma
guerra fraticida, dizendo a Krishna que preferia morrer inerme
e sem se defender, do que matar seus parentes. A resposta de Krishna
é um comovente discurso filosófico, que forma a
maior parte do Bhagavad Gita. Escrito na melhor tradição
dos livros sagrados, a luta aqui relatada não é
outra que a luta travada no espírito humano do Bem contra
o Mal. A supremacia do espírito sobre o egoísmo,
paixões e prazeres mundanos. Sua leitura nos leva a diversos
níveis de compreensão de verdades místicas
e esotéricas.
Diz-nos Krishna:
Eu sou a Origem de tudo. O universo
inteiro de Mim emana.
Os sábios, que são
Minha imagem e semelhança, conhecendo esta verdade, dirigem-se
a Mim com adoração.
O Homem real, o Espírito,
não pode ser ferido por armas, nem queimado pelo fogo;
a água não o molha, o vento não o seca nem
move.
Quem conhece a verdade de que o Homem
real é eterno, indestrutível, superior ao tempo,
à mudança e aos acidentes, não pode cometer
a estultice de pensar que pode matar ou ser morto. Sabei que o
Ser Absoluto, de que todo o Universo tem o seu princípio,
está em tudo, e é indestrutível. Ninguém
pode causar a destruição desse Imperecível.
Todo o ser e toda coisa são o produto de uma infinitésima
porção do Meu poder e da Minha glória. Quem
tudo faz em Meu nome; quem Me reconhece como o alvo de todos os
seus mais nobres esforços; quem Me adora, livre de apegos
e sem odiar a ninguém, esse chegará a Mim. É
também uma canção apaixonada do Criador por
Sua criação, abrindo-lhe imensas veredas para seu
progresso no mundo do espírito. Milhões de seres
humanos continuam se deleitando com a profundidade deste Canto
e nele, seguem encontrando as energias interiores que podem revitalizar
sua vida e aperfeiçoar seu caráter.
O Antigo Testamento.
Antiga Aliança e Pentateuco
são outras designações do livro sagrado dos
judeus que, complementado com o Novo testamento ou o Evangelho
de Cristo, formam a Bíblia Sagrada, o livro mais lido no
mundo. Os judeus são os descendentes do pequeno povo de
Israel e o Antigo Testamento conta sua história entre 1800
e 500 anos antes de Cristo. Em doze séculos, o Povo da
Bíblia recebeu diversos nomes. Primeiro, Hebreus, antes
de sua entrada no país de Canaã, aproximadamente
em 1235 a.C.; depois o Povo de Israel, quando se estabeleceram
em Canaã, até o exílio – por volta de 1235-586
a.C.; e finalmente, os Judeus, em 536 a.C., após o exílio.
Os mais antigos vestígios do texto bíblico foram
descobertos em 1947, nas proximidades do Mar Morto, rolos de pergaminho
de 2.000 anos, conservados em jarras. Na Idade Média, os
monges copiavam a Bíblia em pergaminhos. O Antigo Testamento
pode ser classificado em cinco grupos distintos: A Lei, Os Livros
Históricos, Os Livros Poéticos, Os Profetas e Os
Livros Deuteronômicos. Foi redigido em dez séculos,
não sendo assim obra de um único autor, mas de uma
imensa gama de escritores, na maior parte anônimos. Nesta
epopéia religiosa, anterior à invenção
da escrita, transmitida oralmente de pai para filho, há
milênios, há estilos bastante diversificados: narrativas
históricas, como o Livro dos Reis; contos, como Jonas;
poemas, como em Cântico dos Cânticos; orações,
como os Salmos; ensinamentos, como Provérbios. É
interessante observar que a ordem de classificação
dos textos bíblicos não correspondem à ordem
cronológica em que foram escritos: a primeira página
da Bíblia foi escrita no século VI a.C.; as seguintes,
quatro séculos antes; enquanto que o conto de Jonas escrito
no século IV a.C. precede o livro do profeta Miquéias
datado do século VIII a.C. Foi o primeiro livro impresso
por Gutenberg, em 1450, dando início ao que chamamos de
"galáxia de Gutenberg em expansão". Em
1980, foram vendidas 10 milhões de Bíblias, em 275
línguas. É um livro que desde sua existência
inspira poetas, pin-tores, escultores, escritores e pensadores
de diferentes raças, etnias e nações. Erasmo
(1469-1536) sintetiza, assim, a importância desse livro
através dos tempos: "Eu desejo que a Bíblia
seja traduzida em todas as línguas, para que os escoceses,
irlandeses, assim como os turcos e os árabes a possam ler
e compreender. Eu gostaria que o lavrador a cantasse seguindo
seu arado, que o tecelão a cantarolasse enquanto tecesse
e que o viajante esquecesse seu cansaço relendo suas histórias."
O Antigo Testamento se inicia com a narrativa da Criação,
que é um belo poema dedicado à glória de
Deus: No começo, Elohim criou os céus e a terra.
A terra era deserta e vazia e o espírito de Elohim planava
acima das águas. — Genêsis 1:1-2 Épico, relatando
a aventura do homem buscando conhecer e amar seu Criador, encontramos
em suas páginas as mais emocionantes elocuções
poéticas: Não tenha medo, eu o resgatei, eu o chamei
pelo seu nome, você é meu. Quando você atravessar
as águas, eu estarei com você e os rios não
vão submergí-lo. Quando você andar no meio
do fogo, você não se queimará e a chama não
o consumirá. Pois eu sou Javé, seu Deus, o santo
de Israel, seu salvador. Não tenha medo, pois estou com
você. Juntarei o seu povo do oriente e do ocidente. Direi
ao norte: dê! e ao centro: não segurem, aproximem
meus filhos de longe e minhas filhas da extremidade da terra,
todos aqueles que se chamam com o meu nome, todos aqueles que,
para a minha glória, eu criei, formei e fiz. — Isaías
43:1-7
A narrativa contempla histórias
que formam o inconsciente coletivo da raça humana: Adão
e Eva, Caim e Abel, Torre de Babel, Arca de Noé, Abraão,
Nascimento de Isaac, Expulsão de Ismael, Sacrifício
de Isaac, Luta de Jacó, José do Egito, Sarça
Ardente, Saída do Egito, Travessia do Mar, Lei da Aliança,
Davi contra Golias, a estrangeira Rute e centenas de outras. O
nome de Deus é formado neste Livro por consoantes que não
podem ser pronunciadas. É o Tetagrama Sagrado. Elohim,
Deus, Javé, Jeová, Adonai são nomes substitutos
como o Senhor, Todo-Poderoso, o Pai. Javé, em hebraico,
lê-se da direita para a esquerda: HWHY.
O Antigo Testamento conservou apenas
as quatro consoantes do nome de Deus. Esse nome que vem do verbo
ser, pode ter três significados: (1) Eu sou quem eu sou,
(2) Eu sou aquele que é, (3) Eu sou quem eu serei. A lei
fundamental é: "Você amará Javé,
seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua
alma e com todo o seu poder." (— Deuteronômio 6:4)
e "Você amará a seu próximo como a si
mesmo." — Levítico 19:18
Tão poderoso é o texto
bíblico, que vem inspirando ao longo do tempo o comportamento
humano, estabelecendo as bases da legislação da
grande maioria dos países do mundo, que encontra nos Dez
Mandamentos a base do seu ordenamento jurídico, moral e
ético:
• Você não terá
outros deuses além de mim.
• Você não fará
idolos. • Você não falará em vão o
nome de Javé.
• Lembre-se do dia de Sabá
para o santificar.
• Honre seu pai e sua mãe.
• Não mate. • Não cometa
adultério.
• Não roube.
• Você não prestará
falso testemunho contra o seu próximo.
• Você não vai cobiçar
a casa do seu próximo; você não vai cobiçar
a mulher do próximo, nem seu criado, nem sua criada, nem
seu boi, nem seu asno, nada que pertencer ao seu próximo.
— Exodo 20:3-17
Diz-nos, ainda, este Livro Sagrado:
A Deus pertencem os pilares do mundo. Sobre eles Ele colocou a
terra . . . — Samuel 1:2-8 Que minha língua se cole no
céu da boca caso eu não louve Jerusalém com
toda a minha alma! — Salmos 137:6 Javé me disse: eu coloquei
minhas palavras na sua boca! — Jeremias 1:9-10
Vou dispersá-lo entre as nações
— Levítico 26:33 Aquele que dispersou Israel o reunirá
de novo. — Jeremias 31:10
Escute, Israel, os preceitos e as
sentenças que digo. Vocês vão aprender e vão
cuidar de colocá-los em prática. -— Deuteronômio
5:1
E a pontificar sobre o sequioso espírito
humano, temos este belo Salmo de Davi: Javé, meu Deus,
eu chamo durante o dia, grito de noite na sua presença,
que chegue a você a minha oração, ouça
o meu clamor. E para você eu grito, Javé, desde o
amanhecer a mi--nha oração o procura. Porque Javé
rejeita a minha alma, me esconde a sua face?" — Salmo 88
O Tri-Pitakas.
Em sânscrito significa As Três
Seções das Escrituras Budistas, compreende o Sutra-Pitaka
(Sermões), o Vinaya-Pitaka (Preceitos da Fraternidade Budista)
e o Abhidarma-Pitaka (Comentários). Sidarta Gautama, o
Buda, nasceu em 556 a.C., filho único do rei Suddhodana
e de sua esposa Maha Maya, em Kapilavastu, no sopé do Himalaia,
atual Nepal. Ele foi a Grande Luz da Ásia. Também
conhecido como o Sakyamuni, ou o "Sábio do Clã
Sakya" por seus adeptos budistas, abandonou a vida principesca,
vindo a se tornar um mendigo em busca da realidade espiritual.
E no ano 521 a.C., à sombra de uma árvore, atinge
a iluminação.
Após 45 anos, pregando a sabedoria
e a compaixão, entrou no Nirvana ou alcançou a "Grande
Morte". Este foi um dos acontecimentos mais belos e significativos
da história da humanidade, enriquecendo a mente humana
e transbordando bondade, amor e compaixão através
dos séculos e até os dias atuais.
Na China, o Budismo foi introduzido
no ano 67 da era cristã, durante o Reinado de Ming, da
Dinastia Han. Mas, na realidade, isso ocorreu 84 anos mais tarde,
quando as escrituras budistas foram traduzidas na China no ano
151 d.C., pelo Imperador Huan. Durante 1.700 anos as traduções
para o chinês se processaram, alcançando a cifra
de 1.440 escrituras contidas em 5.586 volumes. Seguiram-se traduções
para o coreano, japonês, ceilonês, cambojano, turco,
para quase todas as línguas orientais e também para
o latim, francês, inglês, alemão, italiano
e português, estando hoje acessível em quase todas
as línguas do ocidente e do oriente. Certa vez, alguns
noviços se aproximaram de Buda e perguntaram-lhe a que
preceitos deveriam obedecer. Então ele lhes disse: Aqueles
que desejam entrar na senda para ser fiéis discípulos
de Buda devem observar quatro preceitos fundamentais:
(1) procurar boas companhias, (2)
entender a lei, (3) fortalecer a mente através da reflexão
e (4) praticar a virtude. No entanto, quanto à norma de
conduta, dou dez mandamentos, que são:
I. Não matar.
II. Não roubar.
III. Não falar mal dos outros.
IV. Não mentir.
V. Não ingerir alimentos antes
das horas pré-fixadas e se abster de bebidas alcólicas.
VI. Não assistir a festas
e espetáculos.
VII. Abster-se de perfumes, unguentos,
adornos e grinaldas.
VIII. Não cobiçar nada
de ninguém.
IX. Evitar o conforto de leitos macios.
X. Abster-se de receber esmolas em
dinheiro. Os Ensinamentos do Sábio do Mundo são
a força motriz de grande parte da humanidade, cativando
milhões de seres humanos, sendo a religião que conta
com o maior número de adeptos em todo o mundo.
Em seu Livro Sagrado encontramos
estas palavras:
O Eu é o mestre do eu. Que
outro mestre poderia existir? Tudo existe – é um dos extremos.
Nada existe – é o outro extremo. Devemos sempre nos manter
afastados desses dois extremos e seguir o Caminho do Meio.
O que somos é consequência
do que pensamos.
Qual a raiz do Mal? A cobiça,
o ódio e a ilusão. O Mal é feito unicamente
pelo eu, nasce do eu, é trazido à existência
pelo eu.
Qual é o caminho da salvação?
É a retidão; é a meditação;
é a sabedoria. Saber de cor todos os Vedas não conduz
à Verdade.
O conhecimento útil, a verdadeira
ciência, só pode ser adquirido pela prática.
Antes de dar, o coração
se alegra; durante o ato de dar, ele se purifica; e, depois de
dar, ele se sente satisfeito.
Fazei de vós mesmos uma luz.
Confiai em vós mesmos: Não dependais de mais ninguém.
Fazei de meus ensinamentos a vossa luz. Confiai neles. Não
dependais de nenhum outro ensinamento.
O Novo Testamento.
Também chamado de A Nova Aliança,
o convênio feito por Deus com Jesus em favor de todos os
homens, tem inspirado o comportamento humano através dos
tempos. Um Livro pleno de amor e devoção, subvertendo
a moral da época, renovando os alicerces da sociedade em
que era apregoado, extrapolou as fronteiras nacionais para criar
uma civilização: A civilização cristã.
Compreende 27 livros do cristianismo, religião fundada
por um judeu, Jesus de Nazaré há 2000 anos e é
aceito como Palavra de Deus, para um em cada três homens
no mundo.
Os cristãos reconhecem como
sagrados os livros da religião judaica que formam o Antigo
Testamento. O Novo Testamento foi escrito pelos primeiros cristãos,
sobre a vida de Jesus e das primeiras comunidades cristãs.
Sua mensagem é quase sempre conhecida como Evangelho que
do, grego, significa Mensagem Feliz e para Jesus significava a
boa nova de libertação para todos os homens. A ordem
tradicional dos Livros do Novo Testamento: os quatro evangelhos
(Mateus, Marcos, Lucas e João), os Atos dos Apóstolos,
as Cartas de Paulo, as Cartas aos Hebreus, as Cartas de Pedro,
as Cartas de João, as Cartas de Judas e o Apocalipse de
João. Todos esses livros foram escritos em grego entre
os anos 51 e 100 da era cristã.
Os escritos originais não
foram encontrados, existindo, no entanto, cerca de 5.000 cópias
antigas. O evangelho de Marcos foi concluído por volta
de 65-70 d.C., os de Mateus e Lucas, 75-80 d.C. O fragmento de
manuscrito mais antigo é anterior ao ano 150 e foi encontrado
no Egito.
Os manuscritos que contêm o
Novo Testamento completo datam do século IV. São
eles: o Codex Vaticanus, conservado na Biblioteca do Vaticano
e o Codex Sinaiticus, descoberto no mosteiro de Santa Catarina,
no Monte Sinai e conservado no Museu Britânico de Londres.
Durante a Idade Média, até
a descoberta da imprensa, a Bíblia era recopiada nos mosteiros.
Em 1456 Gutenberg imprimiu seu primeiro exemplar. As primeiras
traduções apareceram no século II: em latim,
siríaco (Séc. II), copta (Séc. III), gótico,
georgiano, etíope (Séc. IV), em armênio (Séc.
V), árabe, chinês, anglo-saxão (Séc.
VIII), alemão, eslavônio, franco (Séc. IX).
No Novo Testamento encontramos os
relatos da vida de Jesus: nascimento, Jesus e João Batista,
a ressureição de Lázaro, a Última
Ceia, o Jardim de Getsêmane, a subida do Calvário,
a Ressureição dos mortos – bem como relatos dos
primeiros cristãos e seu heroísmo na proclamação
desta Mensagem: Pentecostes, os primeiros conflitos com as autoridades,
o evangelho de Samaria, a conversão de um etíope,
a fundação da Igreja de Antioquia, o concílio
de Jerusalém, o assassinato de Tiago, Estevão –
o primeiro mártir cristão, a fuga de Pedro, dentre
outros. Atualmente, o Novo Testamento está traduzido em
459 línguas e mais de 15 milhões de exemplares são
vendidos ou distribuídos todo ano. É, de longe,
o livro mais lido e adquirido no mundo.
Alguns dos ensinamentos deste Livro:
Eu sou o pão da vida. Quem
vem a mim não terá fome, quem confia em mim jamais
terá sede. — João, 6:35
O maior amor é o de dar a
vida por seus amigos. — João, 15:13
Aquele que me segue não caminha
nas trevas, ao contrário, ele terá a luz da vida.
— João 8:12
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens a quem ele ama. — Lucas 2:14
Mas eu lhes digo, a vocês que
me ouvem: amem seus inimigos, façam o bem àqueles
que os detestam. Àquele que esbofeteia sua face, apresente-lhe
também a outra. — Lucas, 6:27
Quando ele se aproximava da porta
da cidade, eis que levavam um morto. Era um filho único
e a mãe era viúva. . . . Jesus tocou o caixão
e os carregadores pararam. Ele disse: "Jovem, eu lhe digo,
levante-se." O morto sentou-se e começou a falar.
E Jesus o entregou à sua mãe. — Lucas, 7:12-16
Por volta da nona hora, Jesus clamou
bem alto: "Eli, Eli, lamma sabactáni", isto é,
"meu Deus, meu Deus, porque você me abandonou?"
Logo a seguir, um deles correu a pegar uma esponja, encheu-a de
vinagre e a colocou na ponta de um caniço para dar-lhe
de beber. E Jesus ainda deu um grito bem alto, e entregou o espírito.
E eis que a cortina do santuário dividiu-se em duas, de
alto a baixo, a terra tremeu, as rochas se fenderam. — Mateus,
27:46-53
Pois Deus amou o mundo, a ponto de
dar-lhe seu único filho, para que, seja quem for que confie
nele, não pereça, mas tenha a vida eterna."
— João 3:16
E eu vi um novo céu e uma
nova terra, pois o primei-ro céu e a primeira terra se
foram, e o mar não mais existe. E eu vi a nova Jerusalém
descer do céu, pronta como uma esposa . . . E eu ouvi uma
voz dizer, do trono: "Eis o abrigo de Deus com os homens.
Ele enxugará toda lágrima de seus olhos. Nem luto,
nem grito, nem dor existirão mais, pois o primeiro universo
se foi." — Apocalipse, 21:1-4
O Alcorão.
O Alcorão é um dos
livros mais influentes da história. Para 800 mil muçulmanos,
espalhados em pelo menos 40 países do mundo ou um sexto
da humanidade, ele é a Palavra textual de Deus. É
um belo poema, uma oração e um código de
leis que se sobressai por sua pureza de estilo, sabedoria e verdade,
constituindo por essas características uma força
indutora de comportamento religioso, social e político
da humanidade. Maomé, que nasceu em Meca, na Arábia,
em 570 d.C. e faleceu aos 62 anos em Medina, foi o Porta-Voz de
Deus à humanidade e seu livro, o Alcorão.
Sobre ele, afirmou que "se um
livro pudesse por as montanhas em marcha ou fazer a terra rachar
ou os mortos falarem, esse livro seria o Alcorão."
(13:13) E sua função religiosa está bem delineada:
"Fizemos descer sobre ti o livro, com a verdade, para a instrução
de to-dos os homens. Quem seguir a senda da retidão, fá-lo-á
em seu benefício e quem se desencaminhar fá-lo-á
em seu prejuízo. Não és responsável
por eles." — 39:41
As imagens e expressões que
lhe caracterizam refletem o meio e a época em que o Alcorão
foi revelado: um meio de desertos e oásis, de comércio
rudimentar e de atividades agrícolas-pastorís. Maomé,
o Profeta, transmite a mensagem em uma linguagem que eles entendam.
Prescrevendo ao homem uma vida de submissão à vontade
divina, esta mensagem rapidamente espalhou-se pelo mundo: da Índia
à Espanha e, durante a época áurea da civilização
islâmica, muitas nações diferentes foram unidas
em uma grande fraternidade.
O Alcorão compreende 114 capítulos
(Suras) revelados por Maomé, dos quais 86 em Meca e 28
em Medina; e compreende nada menos que 6236 versículos.
Cada capítulo é uma preleção, na qual
os ouvintes são exortados a seguir determinadas normas
morais ou a aplicar determinadas leis; ou mesmo a crer em determinadas
verdades, extraindo conclusões dos fatos históricos
que lhes são narrados. Em síntese, o conteúdo
do Alcorão representa um dogma, o da religião islâmica;
uma lei, a lei corânica, que compreende os códigos
penal, civil, constitucional e militar; normas para o comportamento
individual e social; e narrativas históricas.
Dessas narrativas, muitas são
referidas pelos textos bíblicos, como a criação
de Adão e Eva e sua expulsão do Paraíso,
a história de José e seus onze irmãos, a
perseguição do Faraó aos judeus e seu êxodo
para a Terra Prometida, a história de Salomão e
da rainha de Sabá, o nascimento de Jesus Cristo e diversos
outros, com grandes semelhanças em relação
às versões da Bíblia. Circunscrevê-lo,
no entanto, apenas ao mundo muçulmano seria um erro, por
sua amplitude e poderosa convocação para que o homem
se enobreça com a comunhão da Palavra revelada.
O Alcorão apresenta Jesus Cristo como um profeta que anunciou
a vinda de Maomé: "Sim, o Messias, Jesus, filho de
Maria, é o Profeta de Deus, sua Palavra, que ele lançou
em Maria, um Espírito emanado dele." — 4:171
Diz-nos Maomé:
Se todas as árvores da terra
fossem cálamos, e o mar, e mais sete mares fossem tinta,
não esgotariam as palavras de Deus, o Poderoso, o Sábio.
— 31:27
De vós deve surgir uma nação
que pregue o bem, e recomende a probidade, e proíba o ilícito.
Esse é o caminho da vitória. — 3:104
Ó meu povo, sede justos na
medida e no peso e em nada lesai os outros, e não corrompais
a terra. — 11:85 Deus não muda o destino de um povo até
que o povo mude o que tem na alma. — 13:11
Sabei que a vida terrena nada é
senão um divertimento e um jogo, e adornos e fútil
vanglória, e rivalidade entre vós à procura
de mais riquezas e filhos. Assemelha-se a vegetação
que se segue a uma chuva. — 57:20
O Kitáb-i-Aqdas.
Diferentemente dos Livros Sagrados
já abordados, Bahá’u’lláh (1817-1892), o
Profeta fundador da Fé Bahá’í, o escreveu
de seu próprio punho, junto com outra centena de obras,
como o Kitáb-i-Iqán, As Palavras Ocultas e Os Sete
Vales e designou o seu livro de leis como O Sacratíssimo
Livro, O Kitáb-i-Aqdas, que pode ser considerado como a
mais brilhante emanação de sua mente.
Filho de um ministro da Corte do
Xá da Pérsia, tendo nascido em 12 de novembro 1817,
na cidade de Teerã (Irã), Bahá’u’lláh,
a exemplo dos Mensageiros de Deus que O procederam, teve a experiência
mística de sua designação como Revelador
da Palavra Divina em outubro de 1852, enquanto aprisionado na
fétida masmorra de Teerã, chamada Siyáh-Chál
(Cova Negra).
Daquele lugar sombrio ele escreveu:
"Fomos confinados por quatro
meses em um lugar repugnante como nenhum outro. . . A masmorra
estava imersa em espessa escuridão, e Nossos companheiros
de prisão somavam aproximadamente cento e cinquenta almas:
ladrões, assassinos e salteadores. Embora superlotada,
não tinha nenhuma outra saída a não ser a
passagem pela qual entrára-mos. Nenhuma pena pode retratar
aquele lugar, nem língua alguma descrever seu odor fétido.
A maioria daqueles homens não tinham roupas, nem sequer
uma esteira para deitar. Só Deus sabe o que Nos sobreveio
nesse mais nauseabundo e lúgubre dos lugares!"
Sendo seus seguidores condenados
aos mais violentos atos de crueldade e perversidade, tais como
serem explodidos em bocas de canhões, retalhados até
à morte com machados e espadas ou forçados a marchar
para a morte com velas acesas inseridas em feridas abertas em
seus corpos, tentaram obriga-los a renegarem sua Fé em
troca da sobrevivência: este era o cenário em que
a Revelação Divina, uma vez mais, habitava um templo
humano.
O primeiro sinal de sua missão
como profeta foi alí recebido, em um momento em que sua
morte parecia ser iminente. Ele descreve então aquele momento
místico, o qual transformaria uma vez mais o rumo do destino
humano, nestas palavras: Uma noite, em sonho, essas exaltadas
palavras foram ouvidas de todos os lados: "Verdadeiramente,
Nós Te faremos vitorioso por Ti mesmo e por Tua pena. Não
lamentes pelo que Te tem sobrevindo, nem temas, pois estás
em segurança. Em breve, Deus fará que se ergam os
tesouros da Terra – homens que hão de ajudar-Te por Ti
e por Teu Nome, por meio do qual Deus ressuscitou o coração
dos que O reconheceram."
O Kitáb-i-Aqdas foi revelado
em 1873, enquanto Bahá’u’lláh fora transferido para
a casa de ‘Udi Khammár, na cidade-prisão de ‘Akká,
Palestina. É um Livro que contém as jóias
inestimáveis de sua Revelação, inculca princípios
para o estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial, prescreve a
existência de instituições administrativas
dessa mais recente Fé Mundial e se sobressai como um Livro
único e incomparável entre as Sagradas Escrituras
do passado. Shoghi Effendi (1897-1957) sobre a importância
deste precioso Livro escreveu que "diferentemente do Velho
Testamento e dos Livros Sagrados que o precederam, nos quais não
existem preceitos efetivamente emitidos pelo próprio Profeta;
diferente dos Evangelhos, nos quais os poucos ditos atribuídos
a Jesus Cristo não fornecem um roteiro certo quanto à
administração futura dos assuntos de Sua Fé;
diversamente mesmo do Alcorão – o qual, embora explícito
nas leis e preceitos formulados pelo Apóstolo de Deus,
silencia sobre o assunto importantíssimo da sucessão
– o Kitáb-i-Aqdas, revelado do começo ao fim pelo
próprio Autor da Revelação, não só
preserva para a posteridade as leis e preceitos básicos
sobre os quais deverá assentar a estrutura de sua Ordem
Mundial, mas também estabelece, além da função
de interpretação que é conferida a seu sucessor,
as instituições imprescindíveis à
preservação e integridade e da unidade de Sua Fé."
O Kitáb-i-Aqdas é descrito por São João
no Apocalipse como "o novo céu" e a "nova
terra", como "o tabernáculo de Deus", a
"Cidade Santa", a "Noiva" e como "a Nova
Jerusalém descendo de Deus." Neste Livro, destinado
a ser a Carta Magna da futura civilização mundial,
Bahá’u’lláh anuncia a Lei Suprema, proclama-se o
Rei dos Reis, declara este Livro como "a Balança Infalível"
estabelecida entre os homens. O Kitáb-i-Aqdas trata da
sucessão, designando ‘Abdu’l-Bahá como sucessor
de Bahá’u’lláh e intérprete de seus ensinamentos,
antecipa a instituição da Guardiania e da Casa Universal
de Justiça, estabelece as leis espirituais, morais e éticas,
especifica as proibições, faz repreensões
e advertências a governantes, a indivíduos e à
coletividade.
Sobre o Livro, Bahá’u’lláh
escreveu:
Não penseis que vos tenhamos
revelado um mero código de leis. Não, mais exatamente,
deslacramos o Vinho seleto, com os dedos da grandeza e poder.
Disto, dá testemunho aquilo que a Pena da Revelação
revelou. Meditai nisto, ó homens de discernimento! Este
Livro é um céu que adornamos com as estrelas de
Nossos mandamentos e proibições. Dizei, ó
homens! Tomai-o com a mão da resignação .
. .
Por Minha vida! Foi enviado de uma
maneira que pasma as mentes dos homens. Na verdade, é o
Meu mais momentoso testemunho a todos os povos, e a prova do Todo-Misericordioso
para todos que estão no céu e na terra. Por Minha
vida, se soubésseis o que desejamos para vós ao
revelar Nossas sagradas leis, ofereceríeis vossas almas
por esta sagrada, poderosa e sublime Causa.
Sempre que Minhas leis aparecem como
o sol no céu de Minhas palavras, devem ser obedecidas fielmente
por todos, ainda que Meu decreto seja de tal natureza que faça
romper-se o céu de cada religião. Ele age do modo
que seja do Seu agrado: escolhe, e ninguém pode questionar
Sua escolha. Qualquer coisa que Ele o Bem-Amado, ordene, isto
é, em verdade, amado.
O Kitáb-i-Aqdas tem uma linguagem
direta ao espírito humano, firme como um rochedo, inebriante
como uma fragrante rosa, belo e enternecedor como um pôr-do-sol,
amplo como um oceano. Concede vida aos mortos espiritualmente,
sacia a sede dos peregrinos em busca da Presença de Deus,
o Bem-Amado.
É, a um tempo, uma dádiva
para nossa civilização, despontando como a fonte
da autoridade moral para uma Nova Ordem em um momento em que a
família humana encontra-se gravemente enferma e infeliz
por ter se afastado de Deus por tão longo tempo.
Neste Livro, está escrito:
Não vos lamenteis em vossas
horas de provação, nem nelas regozijeis; procurai
o Caminho do Meio que é vos lembrardes de Mim em vossas
aflições, e reflexão sobre o que vos possa
advir no futuro. Assim vos informa Aquele que é o Onisciente.
Casai-vos, ó povos, para que
apareça de vós quem faça menção
de mim. . . .
Sois apenas vassalos, ó reis
da Terra! Apareceu Aquele que é o Rei dos Reis, adornado
em Sua mais maravilhosa glória, e vos convoca a Si Próprio,
o Amparo no Perigo, O que Subsiste por Si.
A verdadeira liberdade consiste na
submissão do homem a Meus Mandamentos, embora isto pouco
vos seja sabido. Fossem os homens observar o que Nós lhes
mandamos do Céu da Revelação, eles atingiriam,
com toda a certeza, a liberdade perfeita.
Associai-vos a todas as religiões
com amizade e concórdia, para que possam inalar de vós
a doce fragrância de Deus.
O equilíbrio do mundo foi
alterado através da influência vibrante desta nova
e mais grandiosa Ordem Mundial. A vida regulada do gênero
humano foi revolucionada por meio deste Sistema único,
maravilhoso – cujo igual jamais foi testemunhado por olhos mortais.
O Kitáb-i-Aqdas é o
mais recente livro sagrado da humanidade, revelado em árabe
em meados do século passado. Ficou acessível ao
Ocidente no ano de 1993 através da tradução
para o inglês, a partir da qual rapidamente procedeu-se
à tradução para inumeráveis outros
idiomas, inclusive para a língua portuguesa.
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