
Reflexões
sobre a vaidade dos Homens
Jardelino
de Lucena (*)
Não temos
alegria, se está descontente a vaidade; da mesma sorte, que a
desgraça não aflige, tanto, quando se acha a vaidade satisfeita.
Matias
Aires
Todas as paixões dão conosco
passos iguais no caminho da vida: logo que vimos ao mundo, começamos
a ter ódio ou amor, tristeza ou alegria: só a vaidade vem depois,
mas dura sempre.
Matias
Aires
MATIAS
AIRES, UM PENSADOR DESCONHECIDO
Um entrave
histórico, intrinsecamente ligado a uma formação com berço em
Portugal, limitou, sem conseguir impedir, o surgimento no Brasil do
passado, de grandes pensadores, de filósofos, de teóricos com
reconhecimento internacional. O livre pensar na metrópole
portuguesa foi permeado com a herança da Contra Reforma, que
direcionou, a partir do século XVI, a religião, a cultura e a política,
em suas colônias.
Mas, mesmo dentro
destes limites, nos propomos a apresentar um pensador injustamente
desconhecido, que nasceu no Brasil, mas viveu e produziu toda a sua
obra em Portugal. Trata-se de Matias Aires, nascido em São Paulo,
em 1705, com estudos em Coimbra e em Paris. Homem de vasta cultura
pode ser considerado como um pensador de natureza universal pela
originalidade de suas Reflexões sobre a vaidade dos homens.
Para melhor situá-lo
no contexto histórico e cultural em que viveu, temos que lembrar
que, onde Matias Aires teve sua formação, a Península Ibérica,
foi constituída por povos de diversas tendências - fenícios,
gregos, cartagineses, romanos, godos e outros povos da Europa; em
uma situação geográfica ressaltada como zona de transição entre
os continentes, Europa e África.
O cadinho histórico é complementado quando se observa que foi
dominada e ocupada pelos muçulmanos, por quase mil anos. Este largo
período de dominação gerou sistemas de convivência e tolerância
bastante profundos, entre cristãos, árabes e até mesmo judeus. Os
árabes trouxeram para os ibéricos os conhecimentos da filosofia
grega, de modo especial o aristotelismo, que iria influenciar na
renovação da Escolástica. É importante lembrar também os seus
conhecimentos bastante aprofundados, na medicina, nas ciências
naturais, na matemática e na astronomia. Este contexto levou, de
modo especial, a Nação e o Estado português, para uma forma de
pensamento concreto, e para uma cultura pragmática.
A
revolução que levou ao poder a Casa de Aviz, possibilitou o
desenvolvimento do mercantilismo aliado a uma tecnologia náutica
que permitiu a unificação do planeta em um primeiro processo de
globalização, pelo tráfico internacional marítimo. A preocupação
com o experimentalismo do português permitiu a diversificação de
mercadorias e a difusão entre os continentes, de plantas alimentícias
e animais.
A
empreitada, porém, foi muito grande para o pequeno Portugal, que
passou a sofrer uma grande transformação demográfica, deslocando
grande parte da população do meio rural para Lisboa, atraída
pelas atividades do comércio e da navegação. Isso levou ao
abandono da agricultura, forçando o Reino a importar tudo que
consumia. A riqueza rápida, proveniente dos descobrimentos, levou a
nobreza a um parasitismo esclerosante e a um luxo ostentador que,
pouco a pouco ia perdendo negócios e patrimônios e contraindo dívidas
externas, cujo produto do seu empenho, passava gradativamente para
outras mãos.
Nas primeiras décadas
do século XVI, ocorreu a rebelião de Lutero, religioso alemão,
contra determinadas práticas religiosas e interpretações do
Evangelho por parte da Igreja Católica. Foi o movimento da Reforma
Protestante. A linha do pensamento religioso toma uma conotação
política, dividindo a Europa entre os que aderiram a Reforma, os
povos mais ao Norte, de línguas anglo-germânicas e os que não
aderiram, os povos do Sul, de língua latina, representados pelos
reinos da Espanha, Portugal e da Itália, que serviam de suporte ao
Papado, e representavam o poder político e econômico.
Para combater as idéias
protestantes, surgiu a Contra – Reforma que, no plano político,
passou a defender a dominância da teocracia papal em detrimento da
autoridade dos reis que haviam se tornado poderosos aliados, como os
soberanos alemães e ingleses nos países que estavam implantando a
Reforma. No plano filosófico - religioso, ocorreu a renovação da
Escolástica, que se antepunha à liberdade religiosa pregada pelo
protestantismo, defendendo o aristotelismo e o dogmatismo.
Dentro destes princípios,
o espanhol Inácio de Loiola funda a “Companhia de Jesus”,
criando uma congregação religiosa com disciplina e métodos rígidos
e que servirá de apoio à política papal. Reconhecida por Roma em
1539, chegam em Portugal, no ano seguinte, atendendo convite do rei
D. João III, os padres da Companhia. A primeira ação dos jesuítas
é a de destruir, de desmontar a renovação cultural implantada na
década anterior em Portugal, intervindo no Colégio das Artes de
Coimbra. Os jesuítas levaram os principais professores desta Escola
ao Tribunal da Inquisição, condenando-os como hereges. Criaram o
Colégio de Santo Antão, para educação da juventude e fundaram a
Universidade de Évora, em 1558. Começa aí o domínio dos jesuítas
sobre a cultura portuguesa que durou quase 200 anos e que teve
grande influência na nossa formação cultural.
Esta ligação
profunda entre a Coroa portuguesa e a Companhia de Jesus, formou o núcleo
da segunda etapa da colonização portuguesa no Brasil e da ocupação
efetiva do nossos território, a partir da criação do Governo
Geral, em 1549, na Bahia. A Companhia de Jesus espalhou-se por toda
a Colônia, fixando-se de um modo especial no litoral que ia do Espírito
Santo a São Vicente e Santos. Subiram a serra e, então fundaram a
Vila de São Paulo de Piratininga, hoje São Paulo.
No começo
a vida dos paulistas foi muito penosa: isolados, sem recursos, tendo
que sobreviver do que a terra ainda desconhecida, produzia. Para
suprir estas deficiências, eles aventuraram-se em excursões nos
chapadões goianos e nas terras das Gerais, em busca de minérios e
do apresamento de índios. As Bandeiras, que no início eram
empreitadas desorganizadas e aventureiras, com o tempo foi ganhando
estrutura e sistematização exigindo patrocinadores para a
cobertura dos custos.
Nesta realidade é
que surgiu o pai de Matias Aires, José Ramos da Silva, provedor das
expedições que encontraram ouro nas Gerais. O escritor Alceu do
Amoroso Lima, na introdução ao livro de Matias Aires, faz o
seguinte comentário : “A
figura de José Ramos da Silva, e a sua ascensão de criado de
servir a magnata máximo da fortuna paulista do século XVIII,
tornou-se um dos tipos mais representativos do Brasil Colonial.” Bafejado
pela sorte, este novo rico, passou a ser um grande mecenas para os
Jesuítas de São Paulo, construindo igrejas, mandando vir de
Portugal, mestres de obras, santeiros, talhadores e douradores,
enfim, dando todo o apoio aos conventos e colégios da Ordem. Foi
neste ambiente, que nasceu na Vila de São Paulo de Piratininga, em
1705, Matias Aires, e em 1711, Tereza Margarida, a terceira filha de
José Ramos, considerada como “a primeira romancista nascida no
Brasil.”
A educação de
Matias Aires foi a mais esmerada possível no colégio jesuíta de São
Paulo, onde aprendeu a ler e escrever em português e latim, a
estudar os clássicos e os rudimentos de religião e filosofia.
Quando tinha onze anos, seu pai resolve transferir-se para Lisboa.
Como homem prático que era e através dos bons contatos com os jesuítas
que desfrutavam de grande prestígio junto a D. João V, foi José
Ramos da Silva designado para exercer o cargo de Provedor das Casas
de Fundição, uma das mais altas e lucrativas funções do Reino.
Preocupado com a
educação dos filhos, ao chegar em Portugal, matriculou as duas
meninas no Convento de Odivelas e Matias no tradicional e
conceituado Colégio de Santo Antão. Terminado os estudos secundários,
ele ingressa na Faculdade de Direito de Coimbra, em 1722, recebendo
no ano seguinte o grau de Licenciado em Artes. Continuou a
matricular-se nos anos seguintes no curso de Direito, mas não
concluiu o curso naquela Universidade. Seguia lendo muito, devorando
os clássicos, anos de estudos silencioso, mostrando sua
personalidade introvertida.
Em 1728,
decide ir para Paris, matriculando-se na Sorbonne onde, além de
continuar o curso de Direito, estuda ciências naturais, matemática
e hebraico, seguindo as grandes linhas de preocupação da época -
o empirismo de Locke, o racionalismo de Rousseau e as ciências
matemáticas e físicas com nascente prestígio sob a influência de
Newton. Foram seus contemporâneos neste período francês,
pensadores como Voltaire e Montesquieu. Volta a Portugal em 1733 e
continua suas leituras, no isolamento de suas Quintas.
Em 1743, com a
morte do pai, o substitui nas funções e passa a residir em Lisboa,
freqüentando, na ocasião, os altos salões da Corte. Adquire para
morar, o Palácio do Conde de Alvor, uma monumental residência,
conhecida hoje, em Lisboa, como o Solar
das Janelas Verdes, onde funciona o grandioso Museu
de Arte Antiga. Com a morte de D. João V, sobe ao trono português
D. José I , é para este monarca que Matias Aires dedica o seu célebre
livro, Reflexões sobre a Vaidade dos Homens, que tem como sub título,
Discursos Morais sobre os efeitos da Vaidade oferecidos a El – Rei
Nosso Senhor D. José I. A primeira edição data de 1752.
O
livro é feito de reflexões cujos pensamentos vão se ajustando uns
aos outros e ajustando a vaidade, às nossas ações e aos nossos
sentimentos. Interessante é que o autor, no oferecimento do livro,
comenta a sua própria vaidade, quando diz: “Declamei contra vaidade, e não pude resistir à vaidade inocente de
por estes discursos aos Reais pés de Vossa Majestade.” No século
XVIII houve uma segunda edição desta obra, mas o autor ficou
completamente esquecido no século posterior, vindo a ser reeditado
em Portugal por mais duas vezes, no século vinte. No Brasil, temos
apenas uma edição, no ano de 1993, pela Martins Fontes, com Prefácio
do escritor Alceu do Amoroso Lima. Considerações sobre esta obra,
faremos posteriormente.
Com as reformas
introduzidas na administração portuguesa pelo Marquês de Pombal,
Matias Aires é destituído do cargo e, em 1761, recolhe-se à sua
Quinta na Corujeira, vindo a falecer no ano de 1763. Além da obra já
mencionada, escreveu ainda: Philosofia
rationalis (Filosofia Racional); Via ad campum sophie seu physicae
subterranae (O caminho para o campo da sabedoria ou da física
subterrânea); Lettres bohémiennes
(Cartas boêmias);
Discours panégyriques sur la vie de Joseph Ramos da Silva (Discursos
Panegíricos sobre José Ramos da Silva);
Discurso congratulatório pela felicíssima convalescença e real
vida d’el rei D. José; Carta sobre a fortuna; e Problema de
Arquitetura Civil Demonstrada. Deixou trabalhos sobre as ações
de Alexandre e César e traduções de Quinto
Curcio e Lucano.
Várias discussões
foram levantadas a respeito de ser Matias Aires considerado um
pensador brasileiro. Constatamos duas opiniões contraditórias. A
do filósofo Alcides Bezerra, expedida na Conferência “A
Filosofia na fase Colonial”,1
que o exclui como pensador brasileiro e a de Alceu Amoroso Lima,
que o inclui.
Alcides
Bezerra classifica como “filósofos brasileiros” não apenas o
Padre Vieira mas também outros filósofos escolásticos tais como;
Diogo Gomes Carneiro; Frei
Manoel do Desterro; Frei
Mateus da Conceição Pina e
Nuno Marques Pereira, que
passaram suas vidas exercendo funções na sede do Reino e em outras
Colônias portuguesas e espanholas. Assim sendo, não existe nenhum
deslustre, em estudarmos Matias Aires que, pela linha do seu
pensamento é um pensador universal, além do mais, brasileiro de
nascimento.
Alceu do Amoroso
Lima corrobora com este pensamento ao fazer a Introdução na edição
brasileira da Martins Fontes: Quando,
em 1711, nascia ao jovem a segunda irmã, Teresa Margarida, quem
diria que os dois filhos do grande magnata, enriquecido com o
fornecimento de gêneros aos bandeirantes (José Ramos da
Silva), iriam ser nem mais nem
menos do que o primeiro filósofo e a primeira romancista nascidos
em terra do Brasil 2
Falamos em
pensador universal porque, Matias Aires, quando coloca a vaidade
como centro de suas meditações sobre a vida e como a origem de
toda a sua compreensão, situa-se no mesmo nível de outros
pensadores que, a partir de temas específicos, estudaram o homem e
suas relações sociais. Nicolao Maquiavel, em O Príncipe, explica, a partir da luta pelo poder político e o seu
exercício, as relações humanas - tanto entre indivíduos, como
entre coletividades; o pensador espanhol Baltazar Gárcian,
discorreu a partir de aforismos sobre “A Prudência”, no livro
que intitulou: “Oráculo Manual y Arte de Prudencia” (editado em
português como “A Arte da Prudência”) e ainda Erasmo de
Roterdan, pensador flamengo, mestre da Universidade de Louvain,
amigo de Thomas Morus, no seu livro “Elogio a Loucura”, vê a
“loucura” com uma energia criativa nas ações humanas.
Matias Aires não
escolheu a angústia, nem o significado do existir. Ao partir da
abordagem centrada na “vaidade” como a grande paixão humana,
faz uma meditação universalista para entender o homem e a vida.
Para ele, a vaidade não é uma força negativa, não é uma paixão entre as
demais, é sim uma paixão sobre ou sob as demais.
Por exemplo: a vaidade
de serem (os homens) leais
os faz obedientes; a vaidade de serem amados os faz benignos; a
vaidade da reputação, os faz virtuosos.
Alguns aforismos de
Matias Aires dão a seqüência exata de sua reflexão, no jogo
permanente deste sentimento que lisonjeia o ego e que conduz os
demais sentimentos e as atitudes. Nele, no jogo, estão as ilusões,
o amor, o desejo da posse, a inveja, a esperança e muito mais. O
ser tem a suprema necessidade de tudo concretizar pela vaidade.
Para ele, a vaidade
vai além da existência: Vivemos
com vaidade, e com vaidade morremos; arrancando os últimos suspiros
estamos dispondo a nossa pompa fúnebre como se em hora tão fatal o
morrer não bastasse para a ocupação.
Sabemos
que a mais peremptória afirmação do vaidoso é dizer que não é
vaidoso. Para Matias Aires a vaidade é a mais escondida das paixões.
Os valores são mensurados a partir do grau em que ela se apresenta.
Também as coisas e os acontecimentos recebem a mesma
proporcionalidade: A nossa vaidade é a que julga tudo: dá estimação ao favor e regula
os quilates à ofensa; faz muito do que é nada; dos acidentes faz
substância e sempre faz maior tudo que diz respeito a si.
Sua
reflexão não excluiu nem mesmo
a caridade e a gratidão:
De
todas as paixões, a que mais se esconde é a vaidade; e se esconde
de tal forma, que a si mesma se oculta e ignora: ainda as ações
mais pias nascem muitas vezes de uma vaidade mística, que quem a
tem, não a conhece, nem distingue: satisfação própria, que a
alma recebe, é como um espelho em que nos vemos superiores aos
demais homens pelo bem que obramos, e nisto consiste a vaidade de
obrar o bem.
(...)
A ingratidão, de quem recebe um benefício, é efeito da vaidade;
porque sendo o benefício uma espécie de socorro, sempre indica
superioridade em quem o faz, e necessidade naquele que o recebe; por
isso a lembrança de um benefício humilha e mortifica a nossa
vaidade, e se alguma vez nos lembra, é porque a natureza se acusa
de sentir-se ingrata. A dívida leva consigo um desejo da extinção
do seu objeto.
Na mesma linha de
reflexão o que vem do outro e que fere a vaidade, desperta
conflitos e sentimentos de revolta, por senti-la humilhada: A
maior injúria é o desprezo, porque o desprezo se dirige e ofende a
vaidade. (...) A perda da honra aflige mais que a da fortuna. Pouca
vezes se expõe a honra por amor a vida, e quase sempre se sacrifica
a vida por amor a honra. Não se esquece o ódio, que teve por princípio
a vaidade ofendida.
Apesar de afirmar
que a vaidade é um mal comum,
Matias Aires também classifica e hierarquiza de certa forma, a
vaidade, segundo o tipo, quando faz referência àqueles que se
dizem donos da verdade: A mais
vã e tola das vaidades é a que resulta do saber, porque no homem não
há pensamento que mais o agrade, do que aquele que o representa
superior ao demais, e superior no entendimento, que é nele, a parte
mais sublime. Procuramos ser objetos da memória e assuntos da fama:
o nosso fim é querermos que se fale em nós. O aplauso é o ídolo
da vaidade.
Com relação à
Justiça, Matias Aires também pondera: A ciência de fazer justiça é donde a vaidade é mais perniciosa.
(...) Quantas injustiças não terá feito a vaidade de fazer justiça!
Como estudioso do século
XVIII, aluno da Sorbonne, quando a ciência começava a ter destaque especial entre os pensadores,
ele reflete sobre a sua aplicação e o seu uso, e diz: As ciências são os que dão lustre às coisas, e sempre dão o
lustre que lhes parece; ou duvidoso, ou falso, ou verdadeiro; a
vaidade é o artífice.
A teoria de Matias
Aires está respaldada no permanente movimento, na mudança. Na sua
argumentação, declara: a
falta de mudança é o mesmo que a falta de vida e de existência. Neste
sentido, para ele, nem mesmo um sentimento como o do amor, é
permanente: se em nada pois há permanência, e se o estado da firmeza é contrário
às leis da vida, como pode ser que haja amor constante ? O
movimento e a mudança de que depende o ser das coisas também é o
princípio e o fim delas.
____________________
NOTAS
1
(Ver a respeito
In João Cruz e Souza, no livro Contribuição
à História das Idéias no Brasil).
2
LIMA,
Alceu Amoroso ‘Prefácio’ In AIRES, Matias Reflexões
sobre a vaidade dos homens ou Discursos morais sobre os efeitos da
vaidade oferecidos a El-Rei nosso senhor D. José I São Paulo:
Martins Fontes, 1993 p. V (A Livraria Martins Fontes S. A publicou,
em 1955, uma edição desta obra, na coleção “Biblioteca de
Literatura Brasileira” vol. VIII).
(*)
Jardelino Lucena
é escritor norte-rio-grandense
|