Coleção
Memória das Lutas Populares no RN
Moacyr de Góes
DVD Multímidia
Textos
de Moacyr de Góes
Moacyr de Góes
... e lá fora se falava em liberdade
Ubirajara Macedo, Sebo Vermelho 2001
Moacyr de Góes,
baluarte da “Campanha de Pé também se Aprende
a Ler”, não podia deixar de receber “bordoadas”
dos novos donos do poder. Como se sabe, a classe dominante, seja
do Brasil ou de qualquer outro país do Terceiro Mundo, não
tem interesse que o povo seja alfabetizado e nem tenha condições
de chegar a uma situação social melhor do que aquela
em que vive. Isto é muito bom para os que exploram a miséria
e se elegem à custa dela. Pois bem, Moacyr era odiado por
essa gente. E, por isso, com toda a sua equipe, foi parar nos porões
fascistas.
Já falei
das professoras que seguiam a sua liderança na campanha e,
com ele, marcaram uma época de ouro na administração
de Djalma Maranhão. O programa a que eles dedicaram todo
o seu empenho e entusiasmo foi registrado em todo o mundo como uma
das diretrizes mais belas dos governos que querem e desejam fazer
o melhor para a população carente, mas no Brasil,
dominado por uma elite que nada faz em favor dos que vivem na miséria
ou perto dela, não há interesse por esse tipo de educação.
Daí, a perseguição, a prisão e a pecha
desmoralizada de “subversivo”. Subversivo sim, porque
subverte a ordem das coisas por eles, os alienados, criadas. E naquela
época, era o fim do mundo crianças de pé no
chão aprendendo a ler. Cada criança era mais um futuro
eleitor que, aprendendo a ler, jamais votaria em seus algozes. É
o que se vê ainda hoje com o trabalho escravo infanto-juvenil
nas carvoarias, pedreiras, canaviais, etc, sem que o governo neoliberal
instalado no Brasil tome providências.
Não
detalharei nesta página dedicada a Moacyr de Góes,
o que foi sua saga naquela fase vergonhosa, pois ele com mais autoridade
e maiores e melhores elementos tudo já disse em seus dois
belos livros “Sem passagem” e “Entre o Rio e o
Mar”. Fica aqui apenas ressaltado o grande companheiro que
foi Moacyr durante aqueles trágicos dias, que espero nunca
mais hão de voltar.
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